Capítulo 4 - Mudanças

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POV da Ana

    Passaram-se sete anos, já estou com 21 anos. Meu curso está no fim, fiz licenciatura em artes e história, tudo ao mesmo tempo, foi um verdadeiro sufoco, e agora eu quero começar a fazer gastronomia, amo culinária.

    Dean e eu somos grandes amigos até hoje, mas é claro que não é a mesma coisa. Só posso ligar para ele uma vez ao mês, pois as ligações pra NY ficam muito caras. Para melhorar, ele só fica online três vezes ao longo da semana, meu pior erro foi de acreditar que ele voltaria, e o dele foi de fazer uma promessa que não cumpriu.

   Era quase fim de ano, eu teria que me mudar em janeiro para uma casa ou apartamento perto do meu novo emprego, como professora de artes.

    Conheci Laura e Sarah na faculdade, atualmente elas são minhas melhores amigas. A Laurinha é loira dos olhos verdes, ela faz arquitetura, já a Sarita vivi pintando o cabelo, mas a cor natural dele é castanho escuro, ela faz engenharia. Eu às amo.

     Bom, e minha vida? Tô respirando, é isso que importa, quando a gente amadurece, começamos a pensar em coisas mais objetivas. Agora estou vendendo minhas telas, ganho um bom preço por elas. Também dou aulas de desenho na famosa Casa das Artes em Taguatinga, para ganhar um dinheiro a mais para ajudar uma família de desabrigados.

(...)

     Já é mês do natal, nem acredito! Viajei com meus pais para Caxias do Sul no Rio Grande do Sul . Minha família inteira está aqui, tios, avós, primos, todo mundo . Foi muito especial estar com eles, um momento que nunca vou esquecer, rever os parentes, dar presentes e receber.

    Ganhei de meu primo, Bruno, um quite completo de lápis, com quarenta e oito cores, estojo, borracha, apontador, enfim, tudo completíssimo, eu necessitava mesmo disso, os meus já estavam acabando, ele acertou na mosca . Família é para a vida toda, devemos amar eles como se não existisse o amanhã.

    Depois dos melhores dias junto com a família, eu tive que voltar para minha cidade, para encontrar um lugar para comprar. Peguei minha passagem e fui embora, doeu me despedir de todos, fazia tanto tempo que não nos reuníamos assim.

    Não demorou muito para vôo chegar em Brasília, desembarquei do avião e peguei um táxi para ir embora . Chegando no apartamento de meus pais, fui direto para o computador para ver lugares à venda perto do Centro de Taguatinga.

     A maioria era de dois quartos, tudo na minha faixa de preço, marquei uma visita com a imobiliária em um apartamento perto da pizzaria "Primo Piatro" e era no Centro da cidade,irei vê - lo amanhã. Estava muito cansada, então resolvi tirar o dia para ficar vendo filmes e comendo
chocolate.

     No dia seguinte, acordei bem cedo, pois tinha marcado às 9:00 horas para estar no local . Tomei um banho bem demorado e quente, me arrumei e fui comer o café da manhã.

     Peguei meu carrinho velho azul, botei um CD dos 25 sucessos do cinema, uma música melhor do que a outra, "Lady in Red" é minha favorita, e comecei a dirigir cantarolando . Não demorou muito para chegar, estava sem trânsito, estacionei em frente ao prédio e fui em direção à ele.

    Olhei em volta para ver se avistava o corretor, mas a única coisa que vi foi um carro preto entrando na garagem daquele prédio e um adolescente andando de bicicleta. A rua estava realmente muito vazia, esqueci que era manhã de domingo.
Um gol prata estacionou na minha frente, saiu dele um homem que parecia ter 24 anos, ele têm os olhos pretos, seu cabelo estava todo bagunçando, como se tivesse acabado de acordar, ele está usando uma roupa social barata, e um tênis da "Nike" que não tinha nada a ver com a ocasião e a roupa.

- Bom dia. A senhorita se chama Ana? - ele abriu um sorriso.

- Sim sou eu, estou aqui para ver o apartamento 708, e seu nome é?

- Perdão pela falta de educação - ele pegou minha mão e logo em seguida a beijou. - Meu nome é Ires Machado, vamos subir?

    Concordei com a cabeça e sorri amigavelmente. Ires parece ser bem legal, mas vamos deixar isso de lado. O térreo era enorme, possui uma quadra de esportes, piscina e um salão de festas.

    Chegamos no corredor do AP. 708 bloco A, havia quinze andares, não é muito alto mas, em cada um há quatro portas, então há bastante gente morando aqui.

     Ires abriu a porta com um sorriso contagiante. O lugar era perfeito, grande, muito espaço, janelas enormes com grande quantidade de luz entrando, dois quartos, cada um com banheiro, cozinha, tudo estava recém reformado.

- Adorei! - exclamei empolgada. - E a questão do dinheiro?

- Como está pouco tempo no mercado, continua ainda o mesmo preço - ele respondeu olhando para o lugar.

-Vou comprar - falei decidida.

- Foi um prazer fazer um negócio com você Ana. Estou aqui a sua disposição é só me ligar - Ires disse com uma voz charmosa.

- Isso foi uma cantada? - perguntei olhando para ele desconfiada.

- Só depende de você. Vou pegar os papéis - respondeu ele se retirando.

    Não tenho tempo para isso agora. Minha meta nesse momento é comprar esse lugar e começar uma nova vida morando sozinha.

Te espereiOnde histórias criam vida. Descubra agora