Te esperei

Capítulo 3 - A promessa

POV do Dean

     Comecei a olhar para ela de um jeito diferente, como queria beijá-la aqui e agora! Que maravilha! Comecei a gostar dela bem no último dia, sou um idiota mesmo. Levantei da cadeira, cheguei bem perto, segurei seu rosto e a beijei.

    Ela se assustou no início, mas não resistiu e logo cedeu, Ana me segurou pelo pescoço querendo mais, senti seu perfume doce e a beijei mais intensamente, aquela boca macia e seu cheiro me fez perder a cabeça por alguns segundos.

     Para minha infelicidade a Sr.  Cristine chamou Ana várias vezes na sala, ela se separou de mim bem rapidamente e olhou para mim arregalando os olhos, assustada com o que havia acontecido, e saiu correndo para sala.

     Que beijo! Depois de raciocinar o que havia ocorrido, fui para sala. Chegando lá, vi Ana abraçada com seu pai que acabará de chegar. Ele é bem alto, um policial, têm os cabelos grisalhos, só de vê-lo já dá um arrepio na espinha, sempre o respeitei.

     Todos estavam reunidos na mesa do jantar, sentados, enquanto eles conversavam, meu irmão ficou me encarando durante bastante tempo com expressão de: Quê que rolou? Ele sabia quando eu ficava pensando em algo.

      Ana está sentada na ponta da mesa, ela está tão perto de mim, mas ao mesmo tempo tão longe. Ela olhava para o prato sem expressão nenhuma, percebi que seus olhos estavam cheios de lágrimas, mas as segurava para não mostrar a ninguém.  A Sr. Cristine viu e a chamou para conversarem na cozinha, não consegui ouvir nada.

       Estavam todos conversando, Soren aproveitou o momento e se levantou da cadeira sem fazer muito barulho e sentou - se ao meu lado, ele perguntou sussurando:

      - O que você fez? - questionou Soren com uma cara de preocupação.

      - Dei o presente à ela e,...a beijei.

     Ele me fuzilou com o olhar. Meu irmão  balançou a cabeça negativamente e foi logo dizendo sem medir palavras:

      - Esqueceu que vamos embora? Ana é só uma garota. Como você acha que vai acabar isso? E os sentimentos dela Dean? Como ficam?

       No início fiquei com raiva dele e de suas palavras, mas cara! Ele estava com a razão, foi um verdadeiro tapa na cara. Fiz aquilo sem pensar no depois e nela, como sou egoísta! Gosto muito dela mas, iria embora, não daria certo.

      A Sr. Cristine e Ana saíram da cozinha, as duas estavam com os olhos vermelhos e soluçando. Elas se sentaram à mesa e todos nós começamos a comer. Ana nem mesmo tocou na comida, ficou lá com a mão no queixo com cara de tédio junto com tristeza, finalmente ela olhou para mim e deu um sorrisinho no canto da boca, e eu retribui com outro.

     A chamei para sacada de seu apartamento, indo pra lá meu irmão olhou com uma expressão feia, mas não liguei, vou fazer o que é certo.

    Quando chegamos na varanda, percebi que ela segurava, em uma das mãos, o colar, o peguei e pude sentir sua pele macia. Pedi para ela se virar, Ana o fez, ela tirou os cabelos do pescoço, e eu coloquei o presente nela, e  falei:

    - Ana me perdoe se te magoei, não era minha intenção, só queria te dizer... - minha voz falhou nesse segundo - ... quero que continuemos amigos.

     - Só amigos? - Ana se virou para me fitar.

      - Sim - falei por mais que doesse. -Vou embora, não daria certo. Mas, estou aqui como seu melhor amigo, novamente.

      - Vou sentir sua falta, volta logo! - ela me abraçou com intenção de nunca mais me soltar, eu queria o mesmo.

      - Vou tentar.

     - Promete? - Ana se separou de mim e levantou o dedinho midinho fazendo um gesto de promessa.

      - Sim - nós cruzamos os dedos.

       Fomos juntos para sala. O pai de Ana me olhou desconfiado e, eu dei um sorriso meio sem graça. Ana agora estava mais alegre.

     O jantar chegou ao fim, todos se despediram com abraços  e beijos no rosto. Chegou a hora de falar com Ana, ela já estava se afogando em lágrimas, fui até ela e limpei seu rosto e falei:

      - Ei, ei! Já se esqueceu da promessa?

      - Não demore! - ela me deu um beijo no rosto e me abraçou fortemente.

      - Vou te ligar todos os dias. Adeus, Ana.

     Era o fim.