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Preparados pro primeiro encontro Meddison?
Boa leitura!

Pov Meredith Grey

Eu estava parada em frente ao La Guapa. Meu motorista aparentemente estava em um dilema entre perguntar e não perguntar. Era engraçado. Mas a real é que eu não sabia o que fazer.

— Senhorita Meredith, me desculpe a intromissão, mas a senhora irá entrar?

— Eu não sei, Léo. Acha que eu devo entrar? — Olhei para ele e logo voltei meu olhar para o ambiente iluminado a minha frente.

— O que o coração da senhorita diz?

— Que eu já estou doze minutos atrasada.

— Pois não se atrase treze! Entre e resolva o que tiver de ser resolvido. Sabe o que dizem, é melhor se arrepender de ter feito algo, do que não fazê-lo e passar a vida pensando nisso. — O rapaz me respondeu sorrindo singelo, como se tudo aquilo fosse muito simples.

— No momento em que eu cruzar por aquela porta, minha vida e da minha filha irão mudar drasticamente, e eu não sei se estou preparada pra isso...

— Tenho certeza de que está. A senhorita é uma mulher incrível, é forte e acima de tudo, resiliente! Vai tirar de letra. — Eu ri.

— Como pode ter certeza? Não faz mais de duas semanas que trabalha para mim.

— Acompanho o trabalho da senhorita desde que comecei a cursar comunicação. Minha segunda opção era jornalismo. — Ele me olhava sorrindo pelo retrovisor e eu espelhei o gesto.

— Conversaremos mais sobre isso em breve, Léo.

— Quando quiser, senhorita! — Assenti e abri a porta do carro. — Quando devo buscar a senhorita?

— Tire a noite de folga. Fique com o carro. Nos vemos na segunda, querido.

— Obrigada, senhorita. Tenha uma boa noite, e boa sorte.

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Quinze anos se passaram como flashs na minha mente. Todos os dias dos últimos quinze anos, um a um, no momento em que a vi. Ao mesmo tempo em que senti o peso do tempo, foi como se ele não tivesse passado. Foi como se ainda fossemos noivas e tudo estivesse bem.

É incrível a capacidade humana de se auto-sabotar sem ao menos se dar conta. A capacidade que temos de temer o novo, simplesmente por ser novo, seja ele bom ou ruim, é sem igual. Somos considerados a espécie existente de maior inteligência, sendo que em sua grande maioria ‐ quase um todo, não enxergamos o que está bem a nossa frente.

No meio tempo em que eu e Addison nos encarávamos estáticas, percebi o quão louco tudo aquilo estava sendo. A Meredith de quinze anos atrás jamais se imaginaria nessa situação. Acho que é algo inimaginável pra qualquer pessoa coerente. Mas era isso. Eu estava vivendo o inimaginável, o incoerente. A maior prova estava personificada de deusa bem na minha frente.

— Boa noite, me desculpe pelo atraso. — Disse ao me sentar.

Os olhos. Os olhos da mulher a minha frente sempre foram os olhos mais expressivos que já existiram. Seus lindos olhos verdes, que diversas vezes me fizeram afogar e submergir, me encaravam de maneira ímpar. Quase que saudosa. Ainda eram os mesmos. Seu olhar direcionado a mim ainda era o mesmo.

— Não tem problema! Você quer o cardápio agora, ou prefere conversar primeiro? — Seu sotaque ainda forte me fez sorrir.

— Aceito uma taça de vinho, me acompanha? — Ela assentiu e fez nosso pedido. — Então você é mãe... — Tentei soar o mais descontraída possível e ela riu, em meio a um gole de água.

La Guapa - Uma história MeddisonOnde histórias criam vida. Descubra agora