Unthinkable

739 101 54
                                    

Unthinkable(inglês)-no português "impensável"-que não se pode pensar ou supor; inconcebível; inimaginável.

[ᴍᴇᴡ]

Não estava preparado para o que aconteceu hoje de manhã, ainda não me sinto preparado. Nos meus três anos como professor nunca dei aulas particulares. Primeiramente porque já tenho trabalho suficiente para me manter bem ocupado, e depois porque tenho um horário de atendimento para os meus alunos e as aulas são grandes o suficiente para me fazerem todas as perguntas que quiserem. Então, por que raios Gulf me fez aceitar tão facilmente?

É o fim da última aula do dia, me levanto depois de arrumar todas as minhas coisas e quando me viro em direção a saída, lá estava ele. O meu coração acelerou o compasso, pude sentir um arrepio por todo o meu corpo. Que eu saiba o quinto ano termina as aulas cedo, então... Olho para o meu relógio só para confirmar que ainda não tinha ido à loucura.

— Gulf? Tudo bem? Aconteceu alguma coisa?

Ele me olhou e olhou para os seus próprios pés, apenas ali encostado a porta. Fiz sinal com a mão para que entrasse na sala e ele timidamente entrou em pequenos passos. Não parecia preocupado por isso também não me preocupei de todo, mas senti curiosidade em saber o porquê da sua visita e como ele sabia que a minha última aula seria agora.

— Gulf?

— Eu... Eu só queria saber quando e onde vão ser as nossas aulas. 

Não posso acreditar no que acabo de ouvir. Me aproximo dele e ele dá um passo atrás, seguro o seu pulso e ele me olha ligeiramente surpreso.

— Deixa ver se entendi. Você veio até aqui, sendo que tem aulas apenas pela manhã, só para me perguntar sobre as nossas aulas? 

Sinto ele vacilar sobre a sua resposta, ele olha para mim e consigo ver as suas orelhas ficando vermelhas. Quase ri com o seu comportamento, mas decidi manter a postura.

— Eu tinha coisas para fazer na faculdade. — Ele responde em volume baixo com a voz mais encantadora que eu alguma vez ouvi. O quanto eu quero ouvir mais dele.

— Mm... Entendo. — Solto o seu pulso e me afasto, apoio o meu corpo na secretária e cruzo os braços o encarando. — Poderia ter me perguntado sobre as aulas particulares hoje de manhã, mas sem problemas. Você pode vir até a minha casa, como nunca dei aulas particulares antes não tenho um lugar específico que te possa dar as aulas.

O rosto dele só parece ficar mais e mais vermelho enquanto falo, vou acabar matando o rapaz. Não é isso que queremos. 

— Vou te dar apenas duas horas na semana. Distribua da maneira que achar melhor, okay?

Ele sorri e morde os lábios olhando para baixo. Vou perder a minha sanidade a qualquer momento. 

— Tudo bem professor. Mas... Poderia me dar o seu número? Sabe, seria mais fácil para mim.

Posso jurar que ele parece segurar uma risada. Ele estica o braço com o celular para mim e deixo escapar um sorriso. Se alguém nos visse diria que estamos flertando e eu também quero dizê-lo, mas não posso. Não ainda. Pego o celular da mão dele e digito o meu número nele, ligo para o meu número e devolvo para ele.

— Assim saberei quem é. Agora você deveria ir Gulf.

Ele franze a testa, mas assente com a cabeça. Agradece e então saí, posso escutar a voz do seu amigo do lado de fora o questionando pela demora e a única coisa que consigo fazer é sorrir. Tenho o número dele.

[ɢᴜʟꜰ]

— Ai, por que demorou tanto? Ele te assediou? — Mild praticamente grita nos meus ouvidos, rolo os meus olhos e sigo andando na frente.

— Não.

— Então você assediou ele? Uau, o meu amigo está criando coragem. Mas eu não esperava que você gostasse de homens, principalmente mais velhos que você. Isso quer dizer que você é gay agora? 

Maldita hora que contei para o Mild sobre isso. Ele me cansa com a energia e a língua solta dele.

— Primeiro, fala baixo porque alguém pode te ouvir. Segundo, não! Não houve assedio nenhum e essa palavra é horrível para você usar assim. Terceiro, não sei, mas ele é professor então não vai acontecer nada. Eu já disse, nós só vamos ter aulas extra para apoio. 

Mild começou a gargalhar e eu só quero arrancar a sua cabeça neste momento. Ele se apoiou em mim, rindo e rindo cada vez mais alto. Poderia matá-lo sem piedade nenhuma agora. 

— Espera. Espera. — Ele dizia no meio das gargalhadas. — Como você convenceu a si mesmo disso? — Puxou o ar e esperou as risadas acalmarem. — Gulf, você consegue passar em qualquer matéria de olhos fechados. Apoio em quê? Na descoberta da sua sexualidade? Na sua vida amorosa? Você veio sorrindo de orelha a orelha e sei que é porque você conseguiu o número dele, espertinho.

— Mild, cala a boca!

O empurro e me afasto dele, ele abana a cabeça em negação enquanto sorri. Continuamos caminhando e conversando, fomos até ao banheiro da faculdade porque o Mild decidiu quando já estávamos praticamente chegando no carro que precisava se aliviar. Entramos no banheiro e fizemos o que tinha de ser feito, enquanto lavávamos as mãos Mild decidiu me irritar mais um pouco.  

— Mas voltando aquele assunto...

— Mild, não.

— Você tem certeza que gosta do nosso professor?

De repente ouvimos uma tosse, como se alguém tivesse se engasgado num susto, de dentro de uma cabine. Olhei para Mild desesperado, ainda com as mãos molhadas o peguei pelo braço e arrastei para fora do banheiro, em três passos estávamos no carro dirigindo para casa.

— Gulf. 

— Não fala comigo ou eu te mato agora mesmo e jogo o teu corpo no mato. 

Ele se encolheu no banco e eu me apercebi que o filho da mãe não queria me pedir desculpa e sim dizer que eu estava indo diretamente para casa ao invés de o levar em casa. Freio e dou meia volta, o deixo em frente de casa e ele solta um pequeno "desculpa." antes de descer do carro com a maior cara de cachorrinho. Ele está testando a minha paciência em tantos níveis. 

Chegando em casa a primeira coisa que faço é me jogar na cama me questionando se devo ser a pessoa mais feliz do mundo por ter o número do Mew, ou se me desespero loucamente por alguém ter ouvido a nossa conversa no banheiro. Me nego a acreditar que esse alguém seja o Mew, mas e se for? Seria a minha desgraça. Mas agora decido que vou ser a pessoa mais feliz do mundo então abraço o meu celular e sorrio fazendo pequenos sons de felicidade. Amanhã penso sobre o que tiver de pensar. 

.

.

.

 (っ◔◡◔)っ ♥ Olá meus amores! Mais um capítulo, sinto que tenho gostado até demais de escrever essa fic e que ela vai ficar mais comprida do que eu própria esperava. Espero que tenham apreciado a leitura. Até a próxima kkkkk. Quase esqueci de referir, mas se não me seguem no twitter, aconselho a darem uma olhada, vou postar prints de mensagens dos personagens. Vai estar no fixado em [my stuff>fanfics>extras] @ kesialoveboysl1 ♥




𝕿𝖊𝖆𝖈𝖍𝖊𝖗'𝖘 𝖕𝖊𝖙| MewGulfWhere stories live. Discover now