Capítulo 37 - Instruções

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   Sim! Era ela! Mas como?

   O Serpent convenceu realmente a todos que havia tomado o corpo da Solária pra si! Mas não, não era isso! Ela estava ali diante dos olhos de todos, linda como sempre, explosiva como sempre...

-Como ousa? - Solária gritou.
-Mas o que...
-Não estou falando com você Sam! - ela interrompeu e em seguida num piscar de olhos apareceu bem na frente de Kerman e Jace. - Por que está aqui humana?
-Nossa, que rápida! - Andorian comentou.
   Serpent riu e em seguida falou:
-Já que já demos as boa vindas... Samantha eu soube que você conseguiu graças a... - ele olhou para Rachel - bom, não importa. Isso significa que teremos um desempate!

-Qual o jogo? - Kerman perguntou.
-Eu já sabia que você ganharia...mesmo não fazendo a menor diferença! Assim que perder o próximo jogo eu terei todas as pedras e poderei destruir o universo e depois as pedras.
-Não vou permitir que destrua o equilíbrio do universo!
-É nós não vamos deixar! - Scarlett concordou e depois todos os outros.

   A plateia estava calada por um instante, o clima estava tenso. Solária andou para trás se juntando ao Serpent e tirou a capa que cobria seus lindos cabelos vermelhos. Serpent deu um sorrisinho de lado, a luz lá  fora diminuiu e lâmpadas começaram a acender dentro do salão de jogos, mas eram tão fracas que não davam pra iluminar nada direito. Jace apertou um pouco a mão de Kerman.

-Era de se esperar que humanos fracos tivessem mesmo medo do escuro. - Solária comentou.

   O chão abaixo deles começou a se abrir em dois e eles tiveram que recuar um pouco de ambos os lados. No centro do salão de jogos surgiu do chão um imenso tabuleiro com oito casas por oito, uma preta e uma branca. Quadrados perfeitos que cabiam peças do tamanho de humanos comuns sem problema algum, mas não havia peça alguma sobre o tabuleiro. Dos lados dele haviam paralelamente uma linha de letras de A a H e nos outros lados também paralelamente enumeração de 1 a 8. Era claro que era um tabuleiro de xadrez ou dama, mas esse seria o jogo que desempataria a competição? Um jogo de tabuleiro?

-Não sei porquê sinto que não será um jogo comum. - Kerman comentou.
-Vamos desempatar com um jogo sombrio então? - Serpent perguntou.
-Jogo sombrio? - Kerman perguntou e olhou para Scarlett, Andorian e Michael esperando que alguém explicasse.
-Se vocês perguntarem aos humanos como o xadrez foi criado, dirão que foi na Índia por volta do século seis por aí... Mas o que eles não sabem é como foram moldadas as regras? Como foram escolhidas as peças? Onde ficaria cada uma...o que cada uma seria designada a fazer...ninguém saberá te responder!
-O que temos haver com isso? Seja direto! Já brincamos tempo demais com os seus joguinhos!

-O xadrez é um jogo muito mais antigo desenvolvido por Reis em tempos de guerras. Na era das trevas as pessoas se juntavam e lutavam por territórios! Aquele que tivesse mais territórios teria mais poder. Mas os reis ficaram indignados com a quantidade de pessoas que perdiam durante as longas e cansativas guerras! Assim quando as guerras terminavam, mesmo os Reis que ganhavam saiam perdendo, pois perdiam homens mulheres e crianças durante a árdua batalha! Foi aí que desenvolveram uma ideia, um modo de deixar que todos os seus batalhões lutassem! Eles enviariam desesseis pessoas de cada exército e essas pessoas seriam responsáveis por decidir o futuro do país! Montaram um grande campo e posicionaram os soldados, as regras foram discutidas por monges então por que não os enviar também para a batalha. Era um campo como este que você está vendo à sua frente! Mas as regras eram um tanto diferentes das que vocês conhecem.
-Eu sabia, não podia ser um jogo comum!
-Não tome ainda decisões precipitadas Kerman. Nem ouviu o pior da história ainda. - Serpent falou sorrindo e subiu no tabuleiro que era como um degrau mais alto que a base onde estavam pisando - As oito pessoas da frente eram soldados comuns, eles se armavam com espadas e escudos e formavam a chamada frente de batalha, mas não era só isso, eles só podiam andar em uma direção! Eles andavam pra frente mas só podiam capturar os inimigos que tivessem em diagonal, se não fosse assim eles teriam que matar o carinha a sua frente e isso seria como uma guerra comum. Mas os peões que eram capturados eram mortos imediatamente!
-Isso é muito cruel! Não espere que eu mate ninguém! - Kerman gritou.
-Mas pense como os Reis Kerman, afinal, não seria seu esse reino central? Não é aqui que estava escondida a sua pedra? O que você faria pelo seu povo? Dezesseis vidas sacrificadas para salvar dezesseis milhões! Pense assim, vamos lutar por um planeta! Não vale a pena?
-Nenhuma vida deve ser sacrificada seu monstro!
-Eu também queria resolver tudo pacificamente, mas lembre, você pode desistir a qualquer momento, eu sei que você não é capaz de vencer!

STAR - de onde surgem as estrelas - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora