Capítulo dois.

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      Não sei se o que eu estaria fazendo é o certo, mas era o melhor a se fazer:Prezar a minha própria vida. O dia que meu chefe queria  falar comigo de tarde era para conversar sobre ir para uma nova sala, porque eu estou na mesma há meses e aquilo seria um ótimo gatilho para eu fugir. Disse a ele que iria pegar as coisas e levaria até minha casa, pois mudaria tudo para a nova sala.

     Mas a realidade é que eu iria pegar as coisas e me mudar para a Criminal Agency. Não posso falar com ele sobre minha mudança, caso contrário eu só teria duas alternativas:Morrer ou me matar. E tenha certeza, essas duas alternativas não eram algo que eu gostaria. Me sentia uma completa adolescente de dezesseis anos que quer sair mas seus pais não deixam, então ela sai de noite e escondida. 

     Terminei a madrugada olhando a última caixa com minhas coisas indo até o jatinho particular da C.A. Havia passado duas semanas após o meu convite para ir até a C.A,e cá estou eu indo para Londres e essa nova vida. Até poderia dizer que não estou sentindo nada,que aquilo era só mais uma mudança da minha vida, mas não. Não sei exatamente o que vai acontecer comigo quando descobriram meu sumisso. Pude usar a desculpa que iria viajar por dois meses e ficaria longe da agência, mas seria descoberta logo mais...

Se eu sou cagona? Pra caralho!

—Vamos, senhorita Ortega?-Um empregado perguntou e eu assenti. Fui andando até às escadinhas do jatinho e ao por meu pé lá dentro, me segurei para não abrir a boca. Eles realmente tinham muito dinheiro. O chão era coberto por uma camurça vermelha, os bancos eram pretos e de couro, e por dentro do mesmo, nas paredes, ele era totalmente branco com detalhes em ouro. Olhei para o banco de couro e em todos eles tinham "C.A." bordado.

Fiquei pensando tanto na minha vida daqui em diante, que dormi e só acordei quando o jatinho estava aterrissando. Quando o mesmo parou, a porta do jatinho foi aberta, coloquei meus óculos de sol pretos e me levantei. Olhei para meu corpo e só sabia pensar "Vou para um enterro", já que dentro das agências só se podia usar preto.

—Senhor Tomlinson está te esperando, ele está de boné preto e óculos escuros. Assim como você.-O empregado disse, sorri em resposta e desci do jatinho.—Ah, e levaremos suas coisas ao seu apartamento novo.-continuou, e eu assenti. Olhando para frente e seguindo meu caminho.

  Por um momento pensei em desistir e não ir, sair correndo feito uma louca varrida,mas eu comecei a merda e a seguiria. Adentrei no aeroporto e olhei para todos, meus olhos percorreram todo o aeroporto até encontrar um homem mediano (para baixo) como eu: roupas pretas, boné e óculos de sol pretos.Ele me olhou e abaixou a aba de seu boné, me olhando. É, era ele. Fui andando em sua direção e parei em sua frente.

—Alasca Ortega.-Louis me olhou de cima a baixo.—Como o combinado...-Me olhou.—Boa garota.

—Não me trate como seus capangas.-O olhei, ciente que estava fazendo aquilo só para me irritar.

—Vamos, temos muito o que acertar.-Ele sorriu cinicamente após ouvir meu corte.—E você tem sua sala para arrumar.

—Certo.-Afirmei e começamos a andar, indo para fora do aeroporto e encontrar uma Ferrari 458 Itália.

—Com licença.-O motorista disse e abriu a porta para mim. Sorri sem mostrar meus dentes em resposta. Louis me acompanhou, mas sentando se no lado do motorista.

—Uma Ferrari 458 Itália, Tomlinson?-Olhei para a janela, encarando o mundo a fora.

—Pensei que não repararia a ironia,italiana.-O mesmo respondeu com ironia.

—Se me contratou para reparar em coisas, deveria ter isso em mente.-Por pura mania, empinei meu nariz e olhei o menino na minha frente e em minha direção.—Uma pena ter gastado seu dinheiro com um carro tão feio quanto esse.

—Não me fez diferença alguma, se é que me entende.-Ele da de ombros e eu entendo.Aquele dinheiro gastado naquela "lata velha" não o faria falta.—E te contratamos sim para reparos, mas sabe que vai muito mais que isso, né?

—Vai mesmo me por em operações?-Revirei os olhos e ele se inclinou para o lado, me olhando.

—Meio milhão por mês estaria bom para você?-Ele me olhou, abriria minha boca com o espanto do dinheiro todo para mim, mas não poderia demonstrar vulnerabilidade.

—Tanto faz.-Dou de ombros e ele dá um sorrisinho. Merda. Aquilo era muito dinheiro.

Criminal life.| Z.M [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora