Capítulo cinco.

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Vai se arriscar em tocar em um corpo morto sem luvas, Liam Payne?-Arqueei a sobrancelha.—Tem certeza que você é o melhor em executações?

Liam soltou uma gargalhada gostosa.

—Isso é só um teste,Ortega. É um corpo de plástico e espumas.

Agora quem soltou uma gargalhada foi eu.

—Eu sei,Payne.-Me sentei na mesa do lado do pseudo defunto.—Mas tenho que te corrigir no que faz,se fosse um corpo real você estaria tão morto quanto o cadáver.

—Touché, Alasca.

—Touché.-Repeti o que Payne disse e ele se virou para pegar as luvas.

Ele segurou o cadáver falso com as mãos na axila do boneco,me olhou e disse:

—Daí, para você ter certeza que a pessoa está morta, você vira a cabeça dela assim.-Ele virou a cabeça do boneco em exatamente 180° graus.—Se fosse real, você escutaria o som dos ossos quebrando. É o mesmo som de estalar os dedos, só que mais forte.

—Já vi executações, Payne.-ri.

Ele riu baixo e voltou a prestar atenção no boneco. Pegou novamente o boneco pelas axilas,o jogou no chão e foi o arrastando até a caçamba de lixo.

—Liam.- O chamei antes de jogar o cadáver falso na caçamba.

—Sim?

—Volta com esse boneco agora.-Ordenei e ele voltou.Cruzei meus braços e ele já me olhou preocupado.—Você está louco em jogar um cadáver assim no chão?

—Mas nem todos ficam em lugares altos, normalmente são no chão, Alasca.- Ele colocou o boneco na mesa.

—Liam, eu sei. Mas não quer dizer que você nunca irá matar alguém que esteja no alto.-Fui até ele e bati meu quadril do lado esquerdo no quadril dele. Peguei luvas e coloquei nas mãos.—Em execuções vocês normalmente usam blusas e calças descartáveis pretas, certo?-Perguntei depois de ajeitar a luva em mãos e o olhar. ele assentiu.—Você tem que segurar o cadáver assim.

Peguei o mesmo pelo tronco,deixando a costela do lado esquerdo em contato com minha costela e busto. Segurei firme e levei o cadáver pra caçamba de lixo e o joguei.

—Se você arrastar a pessoa morta pode deixar resíduos do sangue e vai ocupar seu tempo limpando.-Pisquei para ele e peguei o boneco. Levei para a mesa.—Sua vez.

[...]

—Esta tensa?-Sussurrei no ouvido de Beatriz, a secretária, a fazendo estremecer de susto. ri.

—Como sabe?-Ela se virou para mim.

—Céus, está mesmo me perguntando?-Revirei os olhos e sentei me na cadeira preta aconchegante ao seu lado.

—Ops!-Ela riu.—Tinha me esquecido. Deve ser bom ter essa "super visão".-ela faz aspas com os dedos.

—Super visão.-Ri.—O que tem de novidade para mim?

—Sábado você terá a festa da C.A para ir.-Beatriz disse e eu revirei os olhos. Odiava festas de agências.

—Tudo bem.-Respirei fundo.Odiava.Festas.De.Agência.— Mais alguma coisa?

—Não,é apenas isso.-Ela disse e eu sorri, me levantando para sair.

[...]

—O que lê, Alasca?- Louis bate nas minhas botas pretas, que estavam em cima da minha mesa. Tiro meus pés dali e ele se senta.

—Lendo o absurdo dessas histórias que romantizam nosso trabalho sujo. Olha isso.- Olho para meu chefe e depois volto a olhar o livro.

'O quão estranho seria dizer que me encontro extremamente apaixonada por meu sequestrador? Sinto-me na obrigação de fazer-lo novamente feliz, se é que ainda existe felicidade em seu coração sombrio. Mirel Feneghal não é um mau homem, eu sinto isso. Ele precisa de um amor que o faça voltar a ser quem era, e esse amor é meu, vem totalmente de mim.'

—E tirando que o cara, Senhor Feneghal se apaixonada por ela!-Encaro Tomlinson.—Vou mostrar.- Digo procurando o capítulo onde ele diz sentir algo pela protagonista.

'Senhorita Modelaine passa por mim, com seu pequeno short curto e uma blusa preta transparente. Ela está aqui há mais de uns três anos, e não sei se seria certo eu me pegar pensando na possibilidade de estar apaixonado por ela. O que é logicamente um absurdo,já que ela é só mais uma prostituta de meus tantos cabarés espalhados pelo mundo à fora. Mas,Modelaine tem algo diferente,que eu ainda não sei dizer o que é, mas ela tem. Talvez tenha sido seu jeito doce de ser, sua boa lábia, seu riso sincero,seu temperamento dócil ou ela por inteiro. Ou por ela ter sido minha doce lolita durante anos, e ainda sendo. Estaria muito errado ser apaixonado por uma puta de cabaré que tanto maltratei e sendo quinze anos mais velho que ela?'

—Urgh.- Louis faz cara de nojo, pondo a língua pra fora e eu rio.—Isso é nojento!

—Nosso trabalho é nojento,rei.-Guardo meu livro, por de baixo da minha mesa, onde tinha um pequeno baú com alguns de meus livros e pertences.—Matamos, vendemos drogas, temos cabarés...-Me levanto.—Mas uma coisa não somos, pedófilos! Vamos para o céu.

  Ele ri e senta na minha frente, ao sentar,Zayn entra na minha sala feito um jato. Me assusto,mas finjo ter esperado por aquilo.

—LOUIS, EU JURO, EU AINDA MATO ESSE DANIEL. PORRA, EU VOU QUERER A CABEÇA DELE PENDURA NA MERDA DA MINHA PAREDE.-Me choca o ódio exalando aquele homem, sua veia do pescoço estava completamente aparente e Louis agia com naturalidade, como se já estivesse acostumado com o homem daquele modo.— ARRANCAREI A PORRA DA LINGUA DELE E MANDAREI PRA ESPOSA DELE.

  Nunca imaginei que alguém poderia ficar tão estressado quanto ele.

O que ele fez dessa vez?-Louis levanta da minha poltrona e para de frente ao Zayn, que encarava a minha janela que pegava a parede toda.

—Ele roubou nossa carga de novo.

—EU VOU MATAR ESSE HOMEM.

Criminal life.| Z.M [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora