Capítulo trinta.

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Aviso: Conta uma situação de aborto. Não se sinta mal em pular essa parte, você é muito mais que suas mágoas e feridas.

—Alasca Ortega.

Era sábado, o melhor dia da semana possível e eu tinha prometido a Zayn ficar esse fim de semana com ele aqui, já que o mesmo queria estar comigo.

Tomávamos café da manhã, ele de cueca e eu de calcinha. Conversávamos sobre a vida.

—Eu quero muito que a gravidez da Lins seja saudável.-Meu corpo pedia total sinceridade a Zayn.

—Com certeza. Eu vou conversar com Louis sobre essa situação toda, devemos dar o melhor para Lins.-Tão fofos.—Por que você parece tão apreensiva quando falo sobre a gravidez de Lins, Al?

Era tão doce o modo em que Zayn pronunciava meu pequeno apelido.

—Eu já fiz um aborto. Por obrigação, e eu sei a dor que é perder um filho, o que é gerar aquilo, e o perder.

Zayn arregala os olhos, e quase cospe a torrada que comia.

—Alasca? Meu Deus... Por que?-Ele me olhava com preocupação.

—Na antiga agência, mulheres não podiam engravidar. Talvez por esse motivo eu tenha ficado tão nervosa com a Lins.-Respiro fundo.—Eu tinha engravidado de um carinha qualquer, quatro meses de gestação. Eu sabia, e queria continuar com a criança. Comprei roupas,tudo.-Começo a contar minha história.—Mas, a barriga já estava ganhando seu formato, e bom...Meu chefe descobriu, e me pegou pelo braço...

" —Grávida, sua maluca?-Ele cuspia suas palavras em meu rosto.—Você vai arrancar essa criança agora! Nem que seja na minha mão aqui nessa sala.

Jogada no canto da sala, com aquele homem gritando, eu chorava.

—Por favor, não! Eu queria ter pelo menos uma coisa normal na minha vida. Eu juro, Sr. Pestalozzi, isso nunca vai afetar meu meio de trabalho!Eu juro!-Sibilava a última palavra. Eu não aguentava mais.

—Garota, na hora de abrir a porra da perna foi bom,né? Sua vadia!-Ele me puxa com toda sua força pelo braço. Me puxando diante da agência inteira. Me leva até seu carro, me jogando lá.

Eu respirava fundo, e passava a mão em meu ventre. Doía tanto, eu não sabia o que aquele homem faria comigo e meu filho.

  Ele dirigia o carro, me xingava e dava sermões.

—Sua puta do caralho...-Ele dizia com ódio e eu chorava.— Você... Porra, como você pode, Alasca? Era minha funcionária de ouro! Minha menininha...-Ele gritava, de modo extremamente possessivo que me dava medo.

   Após um bom tempo me xingando, ele para em frente a uma casa velha.

Talvez ali seja o meu fim, não?

Ele bate na porta, e uma senhora aparece ali.

—Mais um puta?-A senhora arqueia a sobrancelha.

—Não, uma funcionária idiota.-Ele adentra, me puxando pelo braço.

    Ele me joga em um quarto, sem mais e nem menos. Ali, estava um homem de cabelos negros, branco e olhos castanhos.

Criminal life.| Z.M [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora