Capítulo 17

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“The night sky once ruled my imagination

Now I turn the dials with careful calculation

After a while, I thought I’d never find you

I convinced myself that I would never find you

When suddenly I saw you

Quando recebeu a mensagem de Regina informando sobre aquela data, seu coração foi de zero a cem em um tempo incontável.

Sonhos repentinos surgiram em sua vida e ela já tinha chegado a conclusão de que sonhos podem nascer junto com a realização, e esse já era o segundo.

Estava pronta e um tanto quanto nervosa para a sua primeira sessão de autógrafos.

Acompanhava desde o lançamento, de três semanas atrás, o sucesso que sua obra estava fazendo. Mal conseguia acreditar que aquilo era seu. Que era algo que um dia jurou ser intocável por outras pessoas. E acreditava menos ainda que havia pessoas que se identificavam, que gostavam e estavam saindo de suas casas para ganhar uma mera assinatura sua na folha de rosto de um exemplar.

As semanas que se passaram desde o dia com Regina foram um tanto quanto perturbadoras. Estava tomada por uma insegurança que tinha um fundamento, embora quisesse negar a si mesma e se convencer de que era desnecessária, que deveria acreditar nas atitudes e palavras recentes e não nas de meses atrás.

Se ela mudara e ainda estava nesse processo, por que então simplesmente não aceitava que outras pessoas são capazes de passar pelo mesmo? Estava sendo egoísta e se colocando em uma situação ridícula por ter conclusões precipitadas e acreditar nelas.

Negara cerca de três ou quatro convites de Regina para um café ou para um filme em sua casa. Queria muito vê-la, sentia sua falta diariamente, embora poucos dias tivessem passado. Contudo, sabia que a cada vez que a visse, sairia duas vezes mais bagunçada e insegura do que já estava. Não queria mais caos do que já tinha internamente. Em Regina, havia encontrado uma paz inigualável e agora estava em meio a uma tempestade. Tinha paciência o suficiente para esperar o sol raiar de novo. E se ele não raiasse, ao menos Regina não se molharia junto. Apesar de já estar respingada.

Seus nervos estavam à flor da pele, era sua primeira sessão de autógrafos. Era o seu livro. E já estava no mesmo lugar que Regina. Teria que ficar num hotel, tanto porque era longe de casa quanto porque fora combinado que fariam algo depois para comemorar aquilo.

Sentia sua barriga gelar a cada minuto que via ter passado.

Faltava apenas quinze para descer e encontrar com a morena.

Não sabia para o que estava menos preparada.

Passou dez minutos, exatamente dez minutos, olhando as redes sociais e secretamente pelo twitter vendo que as pessoas que leram seu livro já estavam a aguardando. Sua respiração passou a ficar densa quando decidiu levantar-se da cama e partir para o hall.

Sentiu suas mãos começarem a ficar trêmulas ao girar a maçaneta.

Preferiu não dar uma última olhada no espelho, sabia que choraria, mas não sabia o motivo certo daquilo.

ParadoxoOnde histórias criam vida. Descubra agora