Paradoxo

Capítulo 16

“This time away brings me even closer

So much to say, I've been thinking over

All the things you do to make me smile

I see your face around every corner

Each passing day is a little longer

Can't fall asleep, so I count the miles”

A sensação de liberdade predominava no seu interior quando o vento, ao andar, levava seu cabelo curto para trás, assim como fazia com o de Emma.

Sua vida, desde que atingira o estágio em que se encontrava, girou em torno da editora e dos seus livros. Quando mais jovem, não havia uma diferença gritante, no entanto, via mais graça em andar pelas ruas de Nova York como estava naquele momento. Seus pés só tocavam as calçadas por algum compromisso ou aos arredores do café e da sede da GB, seus livros a prendiam tanto que sair do conforto do seu sofá ou sua cama estava fora de cogitação se tinha tempo livre.

Teria que se lembrar todos os dias do quão bem lhe fazia aproveitar cada passo que dava e cada simples detalhe ao seu redor, como a sensação do vento em seu rosto.

— Vamos de metrô? — Perguntou ao acompanhar Emma descendo as escadas da estação.

— Algum juízo de valor nessa pergunta? — Emma a olhou pelo canto dos olhos e arqueou a sobrancelha.

— Nenhum, só não ando há alguns meses — Regina respondeu e pararam de andar próximas à plataforma.

— Há alguns meses? — Sorriu com sarcasmo.

— Sim, você sabe que... — foi interrompida por Emma rindo.

— Não, Regina, muito me admira que você tenha andado há alguns meses e não há anos.

— Você está me tirando do sério, Swan — a empurrou devagar trombando seu ombro ao dela, porém não segurou seu riso por muito tempo. — Eu me esqueci de como Nova York necessita ser apreciada fora do meu carro e da janela do meu escritório ou apartamento...

— Estou te devolvendo as vantagens de morar em Manhattan, de nada — piscou com um olho e adentraram o metrô assim que o mesmo parou e teve suas portas abertas.

Sentaram-se lado a lado e, de modo cauteloso, Emma enganchou dois dedos sob os dedos da morena, a qual não ousou mover um milímetro a sua mão. Deixou-se levar pelo gesto da loira e seu toque. Lhe direcionou um sorriso e recebeu um tímido em troca.

O seu eu era de modo completamente desinibido apaixonado pela essência da mulher ao seu lado direito. Emma era ímpar em meio a tantas pessoas que tentavam se parecer com outras ou fingiam ser quem não eram. Sua personalidade era um misto de maturidade de uma mulher adulta e alguns traços de uma adolescente descobrindo a vida.

Guardava consigo o compilado de singularidades da outra.

— Não teremos tempo para muita coisa hoje... — Emma disse ao ver o horário no celular. O dia já estava chegando ao fim.

— Vale a pena até mesmo ficar sentada aqui.

Emma a olhou e lhe direcionou mais um sorriso acanhado, vendo Regina fechar os olhos e sorrir sutilmente.