Asas.

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Acordo e não vejo Jonnhy ao meu lado, ele havia dormido lá mas acho que tinha ido embora antes dos monitores chegarem. Me levanto e vou ate o banheiro, tomo meu banho, visto uma calça preta e meu coturno, um blusa larga e preta do Ramones ate a barriga. Arrumo o cabelo e coloco minha boina também preta. Quando olho no relógio vejo que não era de manhã, já era de tarde, eu não sentia fome então continuei no quarto.

A noite caiu e eu resolvi ir atrás de Jonnhy que não havia dado sinal ainda, procuro em seu quarto...nada. Na biblioteca... Nada.

Minhas mãos começam a soar e eu resolvo descer ate o jardim, ando o procurando. Ate que eu o vejo.

- Jonnhy?!- meu tom foi de espanto, ele estava sujo de sangue, suas presas ainda pra fora, e arranhões e hematomas se curando devagar, estava ajoelhado na grama e sua blusa estava tão rasgada que estava presa ao corpo por apenas a gola, ele chorava igual criança.

Me aproximo e ele me olha com medo

- Não Sam, se afasta de mim!! Eu posso te machucar.

- Você não vai fazer isso Jonnhy, sei que não vai...- digo andando mais para perto dele, mas ele se levanta e eu recuo sem querer, demonstrando medo.

- Não vou embora Jonathan!- olho brava para ele segurando o choro- jamais vou te abandonar ...

Nessa hora ele começa a gritar e colocar a mão na cabeça.

- Faz isso parar- ele grita

Eu sinto uma dor nas costas, uma dor insuportável que me faz gritar também, sinto cheiro de sangue e Jonnhy levanta o olhar minha pele estava sendo rasgada eu ouvia o ruido. Ele tenta se levantar e eu jogo um feitiço nele o fazendo desmaiar, a dor em minhas costas se faz aumentar, ele cai desmaiado e eu sinto uma lufada de vento, giro apenas a cabeça de vagar e vejo... Asas. Minhas asas.

Elas se recolhem como se o o show tivesse acabado. Volto o olhar para Jonnhy e o pego no colo, estremesso com seu peso apenas no começo mas depois uma rajada de força me invade eu consigo o levantar, me concentro e abro as asas, era de madrugada e todos já havia ido dormir chego na janela e o coloco na cama.

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Ele acorda assustado, eu havia passado a noite em claro no chão perto da porta com as perna juntas ao peito e refletindo o que acabara de acontecer

- Sam?- ele diz com a mão na cabeça que parecia doer.

- Toma uma banho amor, depois me explica o que aconteceu.- falo baixo enquanto me levanto.

- Sam...- ele diz com um pesar na voz- eu  posso te machucar, eu tenho que ficar longe de você...

- Jonnhy você não vai me machucar, eu sei disso.

- Mas...

- Vá tomar seu banho e depois nos falamos

Ele resmunga algo e entra no banhwiro de cabeça baixa, eu me deito na cama, lagrimas vinham aos poucos, eu amava ele e queria ajudar o quanto antes, até que tenho uma ideia ótima. Ele sai do banho com a toalha enrolada na cintura e se senta ao meu lado assim mesmo.

- Um cara...aquele Gale amigo da Aysha ele descobriu que fui eu quem matou os pais dela, ele começou a me bater e despertou ira em mim, depois que ele havia ido embora uma garota.... Júlia o nome dela, me viu deitado inconsciente, eu estava fraco e ela me reconheceu como vampiro, buscou o corpo de uma pessoa e jogou na minha frente, eu bebi e me recompus mas eu não bebia sangue humano a muito tempo e aquilo me deixou louco, eu matei gente Sam. Eu matei inocentes.- ele chorava mais.

Eu estava preocupada com ele, meus lábios tremiam segurando os soluços, eu tinha que ser forte pra ele saber que tinha alguém ali que estava disposta a ser dura para ajuda-lo.

- Vamos resolver isso Jonnhy.

- Como Samantha?! Eu matei gente, posso te matar também quando sentir sede...- abaixa a cabeça ele pega a roupa e entra no banheiro e quando sai, olha pra mim com um olhar duro- Eu vou embora. Para o seu bem.

- Jonnhy eu não vou deixar!! E nem quero que me deixe como todos já fizeram! - grito com cara de brava- nunca...eu te amo demais pra não ter você perto de mim, e o amo demais pra deixar você por ai a Deus dará.

Ele olha pra mim surpreso, seria pelo meu tom? Eu realmente havia berrado muito alto.

- Você disse que... me ama?- ele diz com a voz fraca e seus olhos se enchendo de lagrimas, da um soco na parede fazendo um pequeno racho, Johnny nota minha expressão e suspira. - Viu? Eu te dou medo.
- Você me da segurança. E sim Johnny... EU AMO VOCÊ.

Ele se aproxima e posso sentir seu coração batendo muito rapidamente, por ser vampiro, eu pensava que não tinha coração vivo, o que era cada vez mais estranho. ele me beija e sorri.

-Eu também te amo...meu anjo!

- Jonnhy... Eu também matei pessoas inocentes, me sinto culpada mas não era eu naquele momento, assim como não era você quando os atacou.

- O que?! Você já matou- ele olha pra mim surpreso.

- Eu estava arrasada, com fome e cansada, meu amigo, e única pessoa que eu conhecia havia sumido e eu estava sozinha. Eu não me lembro como foi, só sei que um lado demônio que eu não conhecia se aflorou e... Eu os matei. Cinco famílias, mais não lembro de tudo o que eu havia feito, era como se não fosse eu no comando do meu corpo.

Ele me abraça e eu dou um sorriso, parecia que um caminhão havia saido das minhas costas.

Os dias seguinte eu tranquei Jonnhy com um feitiço por um tempo no quarto, eu dava meu sangue pois logo eu me remunerava outra vez, foi assim durante  uma semana até que ele fosse se adaptando a se conter. Depois desse tempo ele só bebeu sangue animal. Sei que não prece ter lógica, mais meu sangue sacia a fome de qualquer vampiro, por isso descobri que somos a refeição mais vantajosa dos vampiros. Meu sangue logo acalmaria Johnny assim como mataria sua sede, ele tinha receio de dormir comigo, ainda sentia meu gosto na boca e tinha medo de perder cabeça, então eu dormia no quarto dele e ele no meu.

***

- Eu gostaria de saber mais sobre meu passado, não me lembro de nada, não me lembro das coisas antes do meu amigo aparecer... Na verdade, o rosto dele já me é vago...

Era sábado, chovia muito, e estava com previsões de neve, eu e Jonnhy ficamos assistindo filme e estourando pipoca o dia todo e envoltos por dois cobertores que nos davam calor aconchegante.

- Conheço um feiticeiro, o nome dele é Baltazar Black, ele é meu amigo a décadas, podíamos ir lá o que acha?

- Serio?! - digo com uma voz que havia saido muito fina.

- Sim, amanhã faremos uma visita a ele o que acha? - ele olha pra mim com um sorriso no rosto e me manda uma piscadela.

Brevemente eu saberia sobre meu passado, isso era perfeito.

...

Srta. SparksOnde histórias criam vida. Descubra agora