Volto pra realidade

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Abro os olhos num jesto rápido e desesperado, o medo em meu semblante era visível, minhas pupilas dilatadas e o ar faltando, meu pai se aproxima e coloca a mão em meus cabelos, percebo que ainda estava no chão do salão, o vestido branco com uma mancha de sangue gigante que se destacava e pessoas ao meu redor.

- Se afastem dela! - uma voz soou da porta do salão, por um motivo desconhecido eu me arrepio e os lampejos verdes em minha mente se tornam mais presentes...eu me lembro.

Lembro do dia que o conheci, o primeiro beijo, a primeira vez... Era ele...Jonnhy.

Um rapaz de estatura alta, musculos, tatuagens e um cabelo preto bagunçado, olheiras e barba que não se fazia a dias, ele me olha e eu retribuo o olhar. Aqueles olhos verdes que me deixavam totalmente entregues a seus encantos.

- Sam...- ele suspira e o alívio se forma em sorriso no rosto dele, Johnny desvia o olhar para o meu vestido e uma lagrima escorre. - As bruxas me disseram sobre nosso filho.

Arregalo os olhos eu estava grávida! O pavor em meus olhos foi claro, coloco a mão na barriga mais não havia nada lá, nem uma sinal de que uma vida era projetada ali... Um vazio, um breu completo.

Olho de volta para ele que também tinha lagrimas inundando sua visão.

Ele se ajoelha e acaricia meu rosto. O estranho era que ninguém o impediu, ninguém o tirou do salão, olho em volta e descubro o por que, Jonnhy estava com uma seta estelar numa aljava com varias e um arco atravessando seu pescoço.

Ele me beija e eu sinto aquele perfume, o perfume que só ele tinha. Retribui ao beijo com toda minha saudade e o dia que brigamos vem em minha mente, como eu podia ter esquecido aquilo? Como eu havia esquecido dele logo nos primeiros dias? Naquele lugar?

- Me leva embora? Por favor.

- Claro, eu vim te buscar minha princesa.

- Não! Ela não vai sair daqui!

Meu pai diz aquilo, ele estava vermelho já tomado pela raiva, seus olhos em um vermelho sangue, seu globo ocular totalmente tomado pela cor fervente.

Jonnhy se levanta e sua pose era imbatível, ele prepara uma flecha, mas quem grita sou eu.

Minha pele queimava e se tornava avermelhada. Jonnhy e meu pai voltam o olhar para mim. Eu voava.

- Ela... As asas...- diz meu pai boquiaberto.

Minhas asas se voltam ao meu corpo e eu despenco com tudo no chão.

Minha pele que antes ardia em vermelho agora tinha um toque branco brilhante.

- Não tem mais jeito... Ela se tornou imortal.- Jonnhy diz olhando para mim sorrindo.

- Co-como assim? - gaguejo.

Jonnhy vem até mim e pega em minha mão, me levanta.

- Sam...eu disse que nunca iria te abandonar não disse?

Balanço a cabeça em sinal afirmativo. Ele sorri e por impulso eu também. Desvio meus olhos para o lado, eu não tinha visto Drew. Uma outra coisa passa pela minha cabeça.

- Onde esta Carol?

- Ela estava me ajudando esse tempo todo... Ela não pertence mais ao inferno. É humana agora.

- Humana? Mas como?

- Ela...- ele coça a cabeça- ela fez esse sacrifício pelas bruxas, deu o sangue dela em troca do seu... Uma longa história.

- Ela...- fecho os olhos.

- Ela não lembra de você meu amor.

Abaixo a cabeça, era por isso que aquele dia no insaio de fotos ela veio ficar comigo, por isso havia sumido. Eu precisava encontrar ela.

Uma sombra de tristeza passa pelos olhos dele. E eu sinto o que era.

- Eu perdi o bebê não foi?

Ele balança a cabeça em sinal afirmativo e se afasta.

- Vamos?- ele se vira encarando meu pai.- ela vai comigo.

- Não! Ela fica.

- Eu vou! Não posso ficar aqui, e não quero! - não sei de onde havia saido aquela coragem de o enfrentar mais era preciso. Vejo ele me olhar com desprezo, aquilo doeu.

- Vá! Mais a partir de hoje... Não terá mais pai.

- Muito obrigado, me fez um grande favor sabia?!. - me seguro contendo lágrimas- Adeus.

Jonnhy pega em minha mão. O mesmo cheiro de orvalho da floresta invadem minhas narinas e eu sinto a brisa fria.

Olho para baixo e vejo que estava com a mesma roupa do dia em que vi Jonnhy com a bruxa na biblioteca.

Ele me segurava pela Cintura e olhava em meus olhos.

- Bem vinda de novo Sam...- ele sorri e nossos corpos se colam, assim como nossos lábios.

- Sabia que eu te amo?! - falo ainda próxima de sua boca, meus braços ao redor de seu pescoço e o calor das mãos dele em minha cintura me fazia arrepiar.

- Vamos voltar pra onde nunca devíamos ter saido?

- Mas e as bruxas?

- Fizemos um trato... Elas não vão nos encomodar e sim te ajudar com seus poderes de bruxa. Alias... Tenho uma surpresa pra você.

Srta. SparksOnde histórias criam vida. Descubra agora