Seus olhos - Parte 1

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Era sexta feira, portanto alunos novos chegariam hoje, depois das aulas da tarde subo para o meu quarto, tomo banho e fico parada na frente do armário marrom e sem graça do quarto, acabo dando de ombros e pego o que me vinha na frente, coloco uma blusa do green day verde ate a barriga que eu mesmo havia cortado e minha calça preta com rasgos da coxa até a barra, calço meu vans preto, pego o skate e meu bloco de desenhos logo saindo pelo corredor vazio com remadas largas e rápidas, quando avisto um casal, uma menina com uma calça preta e uma blusa vermelha, nem a notei ali depois de ver o garoto, ele era forte, músculos bem definidos que se sobressaiam na blusa preta de linho, tinha varias tatuagens e um alargador grande na orelha, desvio o olhar quando nossos olhos se encontram, ele também desvia sem dar importância voltando ao bate papo com a garota que se derretia conversando com ele. Passo com toda velocidade entre eles, apenas ouço:
- Oi pra você também - e uma risada masculina.
Eu aceno ainda de costas e vou em direção a escadaria que dividia os dormitórios masculinos e femininos, faço uma monobra e ando em cima do corrimão baixo, Helleonor a inspetora me observa, mas eu apenas dou um sorriso e ela aplaude minha manobra discretamente, passo por ela e vou ate o jardim passando pelas portas de vidro reforçadas que davam acesso a um espaço com grama e no centro um jardim com bancos espalhados.
Chego na parte sul do jardim, onde sempre ficava e me sento em cima do skate na grama, pego meu caderno de desenhos e por uns segundos fico observando as orquídeas vermelhas, uma saudade gigantesca me envade, lágrimas brotam e eu me sacrifico para as bloquear.
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O relógio indicava meia noite e as luzes se apagam, os guardas se aproximam de mim e eu me levanto os ignorando. Eu havia esquecido do tempo enquanto desenhava uma fênix, meu animal mitológico favorito, a história dela se parecia um pouco com a minha, mas eu ainda estava as cinzas só esperando para acordar novamente. Pego meu skate e volto para meu quarto.
Estava mais frio que de costume aquela noite, eu estava sentindo calafrios e meu coração parecia estar apertado. Deitada na cama e olhando para p teto pardo e cheio de manchas de bolor, eu me imagino num lugar distante daqui, só poderia sair do internato quando tivesse meus 18 anos e depois disso ir a julgamento, ele veriam se eu teria que ser presa ou não.

Srta. SparksOnde histórias criam vida. Descubra agora