Pov Caio
Eu tinha acendido um cigarro na varanda, o pequeno ainda estava deitado em minha cama completamente mergulhado em seu sono... Realmente eu havia cansado-o. Apenas trajando minha cueca comecei a divagar sobre o que eu havia feito ontem, pois tudo o que aconteceu, as pequenas coisas que eu geralmente não faço numa transa casual, ainda ecoavam em minha mente. O que seria aquilo? Estava confuso. Queria acordá-lo com beijos! Isso era totalmente incompreensível. Ou nem tanto... Ele era tão delicado ao dormir.
Fui retirado do transe por um alerta alto do celular do Heric, não era uma ligação... Andei até a cômoda onde o celular dele havia ficado, deixei meu cigarro aceso no cinzeiro da varanda. Tinha senha no aparelho, mas na tela havia as prévias de cada mensagem, me esquecendo da privacidade li algumas.
"Heric, que horas você volta?"
"Me responde quando der..."
"HERIC. É sério porra!"
"ONDE VOCÊ ESTÁ!?"
Pelo jeito o anjo de cabelos cor mel esparramado na minha cama estava encrencado. Vi que todas as mensagens na tela eram do mesmo contato "JJ". Quem seria aquele? Confesso que uma sensação muito incomum tomou conta de mim. Larguei o celular em seguida, voltando para o meu cigarro.
Eu deveria ter chutado ele para fora de casa quando tive a chance. Esse garoto não pode ter esse poder todo sobre mim, é perigoso demais... Mais uma vez meus devaneios foram interrompidos, desta vez pelo som do meu celular tocando: "Smells Like Teen Spirit", e vibrando no bolso da minha calça no chão, o peguei atendendo em seguida.
—Alô? - eu disse soltando a fumaça da última tragada, apertando o final do cigarro no cinzeiro.
—Corre pra cá, agora! Um cliente entrou aqui histérico e disse que só conversa se for com você. - só o que me faltava... Bufei massageando as têmporas.
—Mas que merda, hoje é sábado! Qual o nome dele? - Felipe era meu secretário, não havia por que segurar meu palavreado frente a ele, além do que éramos melhores amigos.
—Tristan Rezende. - Mas que porra de nome era aquele? — Dono de metade das ações daquela multinacional que comentei com você semana passada. - Aquilo sim me fez lembrar quem era aquele desgraçado, um desgraçado podre de rico.
—Ta, ta... To indo, meia hora to aí. Vê se consegue segurar ele.
Desliguei o celular rapidamente entrando no quarto, Heric ainda estava enrolado em meus lençóis e eu queria beijá-lo, desejar bom dia, mas sabia que não podia. Não só por me atrasar pro trabalho, mas também pelo sentimento que poderia despertar e eu não posso correr esse risco... Então dei uns tapas em sua bunda, nada que machucasse.
—Anda... Vai, levante. - Ele se espreguiçou de leve sendo adorável.
—Hã? Ah... - Parecia meio desnorteado.
—É levanta, tenho que ir trabalhar.
—Ah sim! Claro... Me desculpe. - Não queria ser tão grosso também.
—Sem problemas lindo, só... Se apresse, sim?
Me virei entrando no banheiro para uma ducha rápida, meio gelada, mas deliciosa. Pouco depois vi Heric entrar meio sem jeito pela porta apenas com sua cueca branca.
—Er... Eu... Posso tomar banho?
—Tem um banheiro lá em baixo, pode usar. - Ah qual é gente? Eu ainda sou o Caio! Não é como se eu tivesse que dizer "Ah sim entre aqui comigo, vou te banhar." sejamos realistas, foi só uma transa!
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Por Uma Noite - repostada
Romansa* história repostada depois de ser deletada pelo site sem explicações. * Uma noite. Um garoto. Um advogado.