- Você está linda demais, Verena. - Pierre me diz quando saio do quarto devidamente arrumada a minha escolha. Sorrio atarantada.
Minha camiseta larga de botões me deixa tão a vontade, e a saia apertada marrom realçando minhas coxas me fazem sorrir. A sapatilha em meus pés é tamanho cômoda que sinto que foram feitas especialmente para eles.
- Nem precisa passar maquiagem. Seu rosto natural é muito belo. - Sorrio.
- Passei apenas um rímel. Estou sentindo meus lábios e pele bonitos hoje, quero deixá-los livres. - Falo sorrindo.
- Boa decisão.
Olho-me no espelho mais uma vez, eu estou muito bonita. Realmente muito bem. Não sei porquê, mas quando me sinto assim, bem, formosa, me sinto confortável não só esteticamente mas mentalmente também. É libertador.
Pierre já está pronto, não deixo de reparar como sua beleza está extraordinária hoje. O cheiro do seu perfume abraça minhas narinas e sua roupa é tão despojada e elegante ao mesmo tempo. Franceses e seu charme. Sorrio para ele.
- Você também está lindo. - Falo e ele sorri para mim, logo após de pegar as chaves do apartamento e seus pertences.
- Muito obrigada. - Ele diz e me estende a mão, - Vamos ?
Dou-lhe permissão, lhe estendo igualmente e tomamos juntos rumo ao elevador.
- Você conhece o endereço que te passei, não ?
- Sim, conheço... - Falo checando minha bolsa, - Qualquer coisa, o carro tem um sistema de GPS.
A porta se abre e dois pequenos meninos estão lá, segurando um patinete cada um. A maneira como estão providos nos assessórios os deixam mais fofos. Eu e Pierre entramos e ficamos cada um lado a lado das crianças.
Percebo que no trajeto, os pequenos me analisam e olham entre si. Sorrio me contendo. Falas aleatórias de crianças são as melhores possíveis, verdadeiras cartolas de mágico.
- Moça, você não é aquela que sai de dia e volta a noite ? - O mais velho, que deve ter por volta de 6 anos, me pergunta e se eu tivesse ingerindo alguma bebida, pode ter certeza que eu teria cuspido.
- Como ? - Pergunto meio abobalhada, Pierre contém a gargalhada.
- As vezes estamos brincando a tarde, depois da escola, e você está saindo de casa, aí bem a noite quando estamos nos preparando para ir dormir ouvimos você dizer boa noite para alguns vizinhos e o elevador te leva para cima de volta. - Enquanto o mais novo explica engasgo minhas palavras, tento raciocinar o quê vou responder e Pierre aperta o maxilar ainda se contendo.
- Sou. Sou sim. - Falo um pouco rapidamente, na verdade despejo as palavras ainda um pouco chocada com o raciocínio e percepção sábia de ambos. Minha mãe fala que não devemos subestimar crianças. Jamais.
- É ruim trabalhar a noite ? - O mais velho pergunta e sorrio para ele.
- Vezes sim, vezes não.
- Minha mãe e meu pai trabalham só de manhã. - Sorrio mais uma vez e passo a mão em sua pequena cabeça, tão ingênuo ainda.
Olho para Pierre e ele tem a mesma opinião que a minha, ele dá um sorriso singelo para as crianças.
- Por enquanto, eu trabalho apenas a noite. É o melhor turno.
- Nossos pais trabalham em um consultório médico. - O mais velho explica.
- Ela também, ela é uma enfermeira. - Pierre diz e as crianças concordam achando bacana.
- Que legal. - Os dois dizem juntos e sorrio.
- É o horário do meu turno crianças. - Digo e eles parecem entender, talvez já tenham aprendido com os pais.
Pierre ri e disfarçadamente belisco seu braço. Ele massageia o mesmo e continua a um fio de rir. Mas no fundo ele respeita também a ingenuidade dos meninos, sou eu o mico.
A porta se abre e nos despedimos das crianças. É começo de tarde e eles aparentemente vão brincar um pouco. Olho para Pierre que enfim sorri.
- Ingenuidade é algo tão genuíno.
- O melhor foi você falar que também trabalho em um consultório. - Falo indo até meu carro.
- Queria o quê, Verena ? Que eu dissesse 'ela também trabalha em hotéis, casas, apartamentos, repúblicas, etc... meninos vocês não sabem de quantas pessoas essa alemã cuida.' - Pierre diz abrindo a porta do passageiro.
- Fica quieto. - Falo rindo e entrando.
Josh
Continuo procurando algum canal na televisão. Uma grande frieza está instaurada e a minha repugnância é nítida. Vejo Connor e Nicholas devimente arrumados e minha raiva só cresce.
- Não gosto desse seu perfume. Não tinha outra para passar ? - Connor pergunta ao final do corredor.
- Eu não passei para você sentir. - Nick responde e não deixo de sorrir com a resposta autêntica.
Eles realmente vão, vão e me deixarão aqui. Eu queria não me importar em não ser convidado, mas além do meu respeito e consideração por Diarra, tem também o fato de não ter sentido ela negar minha presença já que não tivemos problema algum. Foda-se Sabina. Se Nicholas e Hina tiverem problemas, eu ainda sim andarei com Hina.
- Ainda irritado pela festa de hoje ?
Connor pergunta e nem ao menos respondo. Às vezes penso que ele prefere ficar ao lado de Sabina. A incrível maneira em que ele pouco se fode para tudo o quê me envolve e não me dá algum conselho ou apoio. Ele foi o primeiro a concordar em ir, e ele também fez a cabeça de Nicholas para levá-lo a festa.
- Calma, vamos voltar já. - Nicholas diz tentando amenizar e me alegrar, talvez.
- Podem voltar até depois de amanhã, não ligo. Só quero que passem para a Diarra que eu e ela nunca tivemos problema. Digam também, quê gosto dela, independente daquela cadela mexicana.
Connor ri e vai para o banheiro. Nicholas se senta ao meu lado e começa a sussurrar, como se quisesse me contar um segredo
- Diarra ia te chamar, mas Sabina ficou... - Nicholas diz e faz um sinal balançando a mão na orelha, é como se ele quisesse dizer que Sabina encheu minha amiga franco-senegalesa.
- Diarra era para tê-lá mandado se... - Estou falando e a campainha toca, faço sinal para Nicholas atender e desisto do diálogo. É Hina.
Quero passar essa porra de dia aqui sozinho, apenas eu e eu. Está merda de festa já me irritou bastante, e não quero descer o meu nível por um evento que não fui convidado. Não posso mandar em Connor e Nicholas, apesar de descordar e me irritar, são livres. Connor sai do banheiro e vai de encontro com os dois. Os três me dizem um breve tchau e apenas aceno.
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Loveable °•☆.*♡ Josh Beauchamp
FanficUma jovem e sonhadora prostituta alemã se apaixona pelo seu cliente bad boy francês.