03 - MICHAEL JAMES HAMMOND [editado]

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N/A: Bom dia, pessoal! Boa semana para todos nós.

Obrigada pelas palavras generosas de incentivo. Vocês são tão carinhosas!

Eis mais um capítulo. Beijos.


William estava de frente para o lago que há tantos anos ele dedicara horas dos dias de verão e primavera. Com os cotovelos apoiados nas coxas, ele contemplou o lago que dentro de alguns meses se tornaria uma pista de patinação e, tal como acontecia vinte anos atrás, as crianças tomariam conta dele completamente. Calçariam seus patins e arranhariam o gelo dia e noite para se divertirem.

Ele não era um bom patinador, então o lago não tinha serventia nenhuma para William no inverno. Molly, por outro lado, patinava muito bem e ela adorava, embora não fizesse o suficiente.

William gostava do lago em dias de verão como aquele. Costumava haver uma corda que eles se balançavam e depois saltavam na água. O lago também costumava ser mais fundo, refletiu o príncipe. Atualmente, o nível da água provavelmente não chegava a sua sequer a sua cintura.

Era o pôr do sol finalmente. Já passava das sete e ainda era dia, mas o meio do verão normalmente era assim em Tetbury – o sol ficava até quase as oito da noite.

Ele estava distraído com as lembranças daquele lugar tão especial para perceber que um carro tinha estacionado. Foi só quando escutou alguém chamar seu nome, que William despertou do transe e olhou sobre o ombro para ver seu irmão.

Harry se aproximava, lentamente, e William ajeitou a própria postura. Não importava o que fosse que Harry quisesse discutir com ele naquele momento - a falta de recursos, a segurança da família ou qualquer outra intriga tola: William não estava interessado.

— Como você está? — Harry perguntou.

A pergunta o pegou desprevenido. William não esperava aquilo. Deu de ombros e resmungou "tudo bem" e permaneceu olhando para o lago.

Tetbury não tinha tanto significado para Harry como tinha para William, mas os dois amavam Scarlett. E William se sentiu um pouco tolo por pensar que Scar talvez, minimamente, o amasse mais. 

Como uma mãe, ela os amava suficientemente para não permitir que nenhuma rincha entre eles pudesse influenciar a consideração dela por eles.

Mas William estava com raiva e Harry estava ali. E ele precisava de um saco de pancadas.

— Veio se aborrecer com minha parte da herança? Vai reclamar sobre como a casa é muito mais importante do que um simples investimento numa loja de conveniências? — perguntou William rispidamente.

Harry o olhou cheio de ressentimento e desagrado, balançando sua cabeça negativamente e escolhendo o silêncio.

Bom, pensou William, ele poderia ter optado pelo silêncio quando resolveu ir a aquela maldita entrevista.

— O pai não pôde comparecer ao funeral? Highgrove fica há algumas milhas daqui apenas... 

— Caso tenha se esquecido, nosso pai também está enfrentando o câncer e, além disso, foi um funeral civil. — William murmurou. — Contudo, o pai teve a oportunidade de se despedir dela particularmente.

— Ah é?

William acenou para complementar.

— Assim James me informou. 

Atualmente William tinha a sensação estranha de que todos estavam o deixando. Primeiro Harry, depois seu avô, em seguida sua avó e, agora, Scar. Tornando toda a situação ainda mais complexa, ele precisava lidar com a prospecção de que seu pai também estava doente.

Águas PassadasOnde histórias criam vida. Descubra agora