Águas Passadas

06 - O SOBRADO [edited]

N/A: Oi pessoal, bom dia!

Quero desejar um ótimo fim de semana a todos. Mais um capítulo de 'Águas Passadas'.

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— Você já pensou em voltar para a Inglaterra?

— Claro. É claro que já pensei, mas todas as vezes que toquei no assunto com Mike, ele não recebeu muito bem a ideia.

William ficou surpreso. Nos últimos dias teve a sensação de que Mike gostava muito de estar ali, especialmente com James.

— Talvez agora as coisas tenham mudado. — Molly disse, olhando por cima do notebook de trabalho e na direção onde Mike e James cuidavam do jantar.

Sentado ao lado dela, William também tinha seu próprio computador e estava respondendo alguns e-mails que o Kensington Palace o enviara. William poderia estar de férias, mas com o acúmulo de funções sobre ele,  alguns assuntos se tornavam inadiáveis.

Além disso, Kate e ele também não tinham comunicado suas equipes sobre a decisão de se separarem ainda. Algumas especulações estavam soltas na internet, mas assim como seu affair com uma antiga vizinha, eram apenas boatos e não tinham evidência de nada.

— Você fala por conta da morte da avó? — William perguntou.

— Não tanto... mais pela perda do melhor amigo. — Molly explicou. — Mike no início do verão perdeu o melhor amigo de infância. 

Surpreso, William murmurou que aquilo era algo terrível. 

— Sim. Mike foi ao psicólogo, mas não consegue falar muito sobre Lucas. Ainda é um tópico muito sensível.

William acenou com a cabeça. Ele não queria cruzar nenhum limite se tratando de Mike, mas especialmente Molly, porém antes que pudesse se conter, resolveu perguntá-la sobre a relação de Mike com o pai.

— Também é um assunto delicado. — Molly disse, mas não estava brava e nem parecia se importar que ele estivesse sendo tão intrometido. — Patrick ama muito o Mike, mas sim, ele não é tão presente quanto nós gostaríamos. Sempre foi assim. Acho que é natural quando o pai tem uma outra família...

Olhando para Mike e percebendo quão brilhante, inteligente e agradável ele era, William se perguntou por que diabos um pai não gostaria de estar perto. 

Ele estava angustiado com a ausência dos filhos. Eram simplesmente a coisa mais importante que existia na vida de William.

— Você vai a essa viagem etoniana? — Molly quis saber.

— Uh... para ser sincero, eu acho que George ficaria muito chateado de não ser incluído. — William disse rindo. — Então eu vou deixar essa aventura apenas para os dois fanfarrões e Mike, claro.

— Seria ótimo se ele gostasse da Eton. — Molly disse com um sorriso. — Eu gostaria que ele estudasse num lugar que o incentivasse a esportes, consumir cultura e o permitisse a experiência do internato. É fantástico.

— Bem... o intuito da viagem deles é esse. Apresentar um pouco mais das raízes inglesas dele. — William encolheu os ombros. — Em sua defesa, eu quero parabenizá-la por não deixar chamar os biscoitos de bolachas.

— Oh. Eu jamais me perdoaria. É engraçado na verdade, porque ele replica muito do meu sotaque, mas em algumas coisas ele soa perfeitamente nova-iorquino.

Eles caíram num silêncio confortável de novo, ambos digitando em seus laptos e usando seus óculos de grau. William, mais uma vez, ficava olhando de soslaio para Molly e se controlando pela enxurrada de lembranças que preenchiam sua mente.