A História de Malia Mason

Capitulo Sete - Primeira Temporada

Espetei a faca na cabeça do errante e puxei com força, vendo ele cair. Que merda em que o mundo tinha se tornado. Bufei, aquilo bem que podia ser um pesadelo e acabar logo.
Não. Não podia. Olhei a faca e espetei outro errante. Se fosse um pesadelo, nenhuma daquelas pessoas, o grupo, eram reais. Isso era bem pior.
Senti uma presença forte do meu lado.
Daryl.
Olhei ele. - O que foi? - Perguntei.
- Falei com o Rick. - sua voz grave chegou até mim. - Vamos na floresta.
- Vamos?
- É surda? Sim, vamos. Você vai comigo. Sei lá porquê, mas o Rick acha boa ideia. Vamos caçar. - Daryl me olhou. - Você sabe fazer isso sequer?
Sorri.

Larguei os esquilos no chão, junto de Daryl que estava mexendo em uma folha, também no chão.
Ele olhou os esquilos, depois para mim e pegou nos animais, observando.
- Sempre no olho? - Perguntou.
Dei de ombros e abaixei junto dele.
- Aprendi com meu pai, sempre fiz assim. O que você achou aí?
Daryl não respondeu durante um bom tempo, mas eu deixei que ele ficasse assim o tempo que precisasse. Então,  de repente ele suspirou e falou.
- Errante. Um grupo, não faz muito tempo.
- Na nossa direção?
Ele percebeu que "nossa" era sobre a prisão.
Daryl balançou a cabeça, negando.
- Mas precisamos ter cuidado. Não é uma horda, mas é um grupo gradinho.
Ele levantou, guardou os esquilos e se afastou.
Segui ele.
Caçar com Daryl era fácil, pois o arqueiro sabia rastrear melhor que ninguém e, além disso, não precisava preencher todos os minutos com conversa ridícula e sem sentido, fingindo que iríamos todos ficar bem.
Não iríamos. Não com errantes por aí. E não com a ameaça do Governador sobre nós.
Segui atrás dele, olhando suas costas.
Por algum motivo eu me sentia segura com ele. Isso era espantoso e perturbador ao mesmo tempo.
Malia, você deveria odiá-lo, lembra? Merda.
Daryl parou e quase trombei nele. Ele indicou algo na sua frente e vi um errante. Daryl preparou a besta e avançou, mirando o andarilho.
Um barulho chamou minha atenção, do meu lado direito, e quando olhei vi três errantes junto de mim. Como?
Agarrei o arco mas não havia tempo. Larguei o arco no momento em que um errante me derrubava, mas eu estava mais próxima da beira do pequeno penhasco do que imaginava, e caí juntamente com o errante.
- Malia!
Escutei Daryl gritar, mas bati nas pedras, junto de um riacho e senti dor.
O errante voltou com tudo, me atacando. Segurei ele pelo pescoço, sentindo aquele cheiro podre. Com uma mão toquei nas minhas botas, procurando a minha faca.
Senti meus dedos arrancando a pele do errante, e ele ficou um pouco mais próximo. Eu ia morrer.
De repente o errante caiu para o lado, com uma flecha na cabeça.
Fechei os olhos e respirei fundo. Quando abri vi Daryl de pé, junto de mim, me olhando.
- Você está ferida?
- Não. Só um arranhão, das rochas, nada de especial.
Daryl estendeu a mão para mim e segurei. Ele me ajudou a levantar.
Ficou me olhando e depois foi buscar sua flecha e voltou para junto de mim. Me entregou meu arco.
- Vamos voltar. Hershel precisa ver se você está mesmo bem.
Concordei e então, sem me deixar falar nada, Daryl me colocou nas suas costas e seguiu em direção da prisão.
Depois de um momento consegui falar. - Obrigada.
Senti ele ficar tenso.
- De nada. - respondeu.

Nessa noite, Daryl foi ter comigo no topo do mesmo carro de antes.
- Você está bem, para conseguir subir aqui em cima.
Sorri.
- Sim, só dói um pouco, nada de mais.
Ele ficou me olhando.
- Podia ter morrido. - disse ele.
- Posso morrer em qualquer dia, de qualquer jeito. - respondi.
- Hum. - foi a resposta dele.