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Elise corria pela floresta se sentindo cada vez mais livre, ao olhar para trás, viu a sombra de um homem correndo em sua direção. Ela solta uma gargalhada e apressa ainda mais o passo, tentando fugir dele. Alguns segundos depois, ela desacelera o passo tentando recuperar o fôlego e solta um leve sorriso ao sentir os braços do seu melhor amigo ao redor de sua cintura, ele a estava a abraçando por trás.

Elise acorda com o som de seu celular tocando alto, ela resmunga será que nem em sonho ela tinha um pouco de paz com Ashto, ok a garota agora estava se sentindo um pouco psicopata e surrada por está querendo apenas deitar e sonhar com uma vida perfeita onde Ashton a via apenas como mais que uma melhof amiga, ela se vira na cama, tateando o celular na sua escrivaninha ao lado da cama e atende ao ver o nome do seu chefe brilhando da tela, ela afasta o celular do ouvido quando o mesmo começa a gritar do outro lado da linha, Elise respira fundo e tenta prestar atenção em cada palavra dita pelo homem. Após alguns minutos conversando e tentando resolver a situação em que o Ashton se colocou, Elise levanta sentindo suas pálpebras ainda pesando enquanto ela caminha em passos lentos até o banheiro, onde lava seu rosto e fica observando o seu reflexo no espelho por a alguns segundos. Eram seis da manhã e ela não tinha conseguido dormir nada, e agora era obrigada a acordar mais cedo porque o Ashton tinha que demonstrar o lado da sua masculinidade tóxica no meio de uma boate cheia de câmeras, esperando apenas um passo em falso dele para tentar destruir sua carreira. Cansada de tanto pensar no Ashton, Elise decide fazer tomar um banho.

Ao terminar de tomar café, Elise decide tentar falar com Emma novamente, depois de algumas mensagens não respondidas, ela decide ligar para o Calum. Tinha pressa de resolver toda essa situação logo, após o terceiro toque o Calum atende nem um pouco feliz.

- Hey babaca, bom dia! - Elise fala alto e com o tom de voz feliz, tendo a certeza da ressaca e dor de cabeça que o amigo estaria sentindo, resultado de todas as bebidas que ele tinha tomado nas noite anterior.

- O que diabos você quer Elise, são sete e meia da manhã e por que diabos você está gritando? - Calum fala arrastado e com a voz rouca, ele tinha claramente acabado de acordar. - Minha cabeça parece que vai explodir. - Ele murmura baixo do outro lado da linha, e Elise resolve ignorar suas reclamações.

- Estou te ligando a trabalho, afinal essa é minha função, né? Ser babá de um bando de marmanjo que só faz merda. Você sabe da Emma? Estou tentando falar com ela desde a hora que acordei, preciso da ajuda dela em uma matéria para a revista que ela trabalha. - Elise fala tudo de uma vez, sem enrolar. - Deixei algumas mensagens e liguei mas ela não me atendeu nem respondeu.

- Não Eli, não sei da Emma. Mas é estranho ela não te atender, ainda mais se tratando de trabalho, onde ela sempre deu prioridade. Vou tentar falar com o Luke, qualquer coisa te retorno, beijos. - Em seguida ele desliga, sem dar tempo para a amiga se despedir adequadamente.

(...)

Após passar a manhã revisando pautas para a entrevista dos meninos e resolvendo a confusão na boate de ontem, a melhor solução que a garota arrumou, fora tentar abafar o caso, qualquer coisa que aparecesse na internet iria parecer apenas fakes news, ela esperava.

Elise arruma a postura na cadeira e tira o óculos do rosto, jogando em cima de sua mesa. Encosta as suas costas na cadeira e sente a sua barriga roncar, fazendo a mesma olhar para o relógio em seu pulso, dando uma rápida olhada no horário. Elise se levanta pegando o seu celular e suas chaves, disposta a fazer algo que queria ter feito a algum tempo, conversar com Ashton. Elise tinha falando com ele superficialmente sobre o assunto da bebida, e o garoto não tinha recebido bem os conselhos da amiga.

Ashton vinha constantemente se metendo em brigas de bar, e se afundando cada vez mais em bebidas alcoólicas. Elise havia abafado alguns casos e até lhe ajudado em suas ressacas, mas a morena estava cansada de levar reclamações pelo péssimo comportamento de Ashton durante algumas festa. O rapaz parecia não saber se controlar perto da bebida, o que fazia Elise se preocupar a maior parte do seu dia, o que sempre acabava a tirando sua concentração de algumas atividades.

(...)

Elise toca a campainha da casa de Ashton algumas vezes antes dele atender, a garota poderia muito bem usar sua chave, mas não queria parecer invasiva. Ao abrir a porta, Elise avalia o estado de Ashton de cima abaixo: ainda estava com a mesma roupa do dia anterior, olheiras profundas e parecia cansado, mais cansado que o normal. Ele não diz nada, apenas deixa a porta aberta e vira de costas, caminhando para a cozinha atrás dele e colocando a sua bolsa em cima da bancada.

- Você já comeu alguma coisa? - Ela fala com o tom de voz suave, tentando não falar tão alto. O garoto apenas a olha de lado e nega com a cabeça.

- Por que não toma um banho enquanto faço algo rápido para você comer? - Ela dá um sorriso solidário ao amigo, que apenas concorda com a cabeça e sorri de lado.

- Você vai me passar um sermão não é? - Ele estava mais afirmando do que perguntando, porém a amiga o olha e aponta para o banheiro, caminho que o rapaz segue sem pestanejar.

Quando Ashton sai do seu campo de visão, Elise começa a preparar um café da manhã rápido para o garoto, mesmo já tendo passado do horário do almoço, a garota sabia que se fizesse outra coisa o melhor amigo não comeria. Ashton tinha um lema de vida horrível, se acordasse às seis da tarde, ainda assim iria querer tomar café da manhã primeiro, como se fosse seis da manhã. Mania que a amiga nem questionava mais. Depois do que parecem ser quarenta e cinco minutos, Ash volta a cozinha e senta na cadeira em frente ao balcão, Elise se encosta no balcão e cruza os braços encarando o amigo por alguns segundos.

- O diretor da gravadora ligou pra mim hoje às seis da manhã. - Elise solta como se não fosse nada, fazendo Ashton a olhar rapidamente e depois volta atenção para o prato. - Ele não estava nada feliz com a sua briga no bar. - Ela continua a falar com a voz calma, e observa os músculos dos braços de Ashton ficarem rígidos. Ele estava claramente nervoso, sabia onde aquela conversa iria acabar chegando.

- Não foi nada demais. - Ele fala depois de dar um gole no café, a amiga apenas riu baixo e voltou o seu olhar para o lado esquerdo da bochecha do amigo, onde havia um pequeno hematoma roxo claro.

- Você precisa de ajuda Ash. - Ela caminha até ele e coloca uma mão no ombro do amigo, e dá um leve aperto no local. - Me deixe tentar te ajudar. - Sua voz soa como um sopro no ouvido do amigo, que levanta em um movimento rápido e a olha com o olhar irritado.

- Isso não é assunto seu Elise, você precisa parar de se meter onde não é chamada. - Ele aponta um dedo em direção a amiga, que o olha com o olhar transbordando raiva. Estava cansada de sempre tentar ajudar e sempre ser tratada como a vilã.

- Você sempre faz isso Ashton. - Elise grita com raiva. - Você bebe demais, fica doidão, e sou eu que tenho que limpar sua imagem perante a gravadora, ao assessor da banda, e a imprensa. Você precisa de ajuda e sabe disso.

Passa as mãos pelo cabelo, deixando todo seu nervosismo e preocupação evidente a cada movimento seu.

- Te conheço melhor do que ninguém, me deixe te ajudar. - Elise continua, soltando a última frase como uma súplica, e olha para Ashton esperando uma resposta.

- Você não consegue deixar pra lá não é mesmo? - Ele solta, a encarando com o olhar sério. Ashton dá um passo na direção da amiga e ela dá dois passos para trás. - Você precisa viver sua vida, parar de viver por mim. Você precisa sair, curtir a vida e parar de se meter na minha vida Elise, você sempre usa o trabalho como desculpas para se meter na minha vida. - A cada palavra que saia da boca do garoto, ela sentia um pouco do seu coração se quebrar. Elise procurava mentalmente algo que pudesse justificar a atitude do amigo e normalmente ela encontrava, mas se sentia tão magoada e humilhada que não conseguia pensar o porquê o amigo estava sendo tão babaca.

- Você não é minha mãe, então pare de agir como se fosse. - ele finaliza, com o rosto vermelho e a encara com um misto de raiva e frustração.

- Eu sinto muito, não sabia que minha presença na sua vida era tão desnecessária assim. - Ela se concentra em olhar apenas para o rosto do rapaz, sentia sua voz falhar a cada palavra que saia de sua garganta. - Então vamos fazer assim, a partir de hoje só conversamos se for realmente necessário, ou se for algo relacionado ao trabalho.

O tom de voz de Elise é permeado pela amargura, ela nunca tinha se sentido tão exposta e sozinha, mas Ashton tinha razão ela não tinha amigos fora os que ele tinha apresentado a ela. Elise saiu da casa dele com os pensamentos a mil, lógico que já tinha brigado várias vezes com o amigo, mas ele nunca usou aquelas palavras ou aquele tom de voz com ela antes.

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