Luhan levantou-se do chão sentindo as pernas trêmulas, estava em pânico. Se escorou nos móveis até chegar à cozinha para tomar um copo d'água que no final não lhe ajudou em nada. Apoiado na bancada, respirou fundo tentando controlar a agonia que se apossava do seu ser.
Ele precisava se acalmar para pensar, mas seu lobo estava inquieto o deixando confuso, pedindo por Sehun, pedindo para que corresse atrás de quem amava para se desculpar. Mas o que Luhan faria uma vez que o alfa não o quis ouvir? Sehun estava igualmente descontrolado e agora eles precisavam se acalmar. Só que Luhan estava fadado a condenação. Não poderia voltar a sweet iKOn agora que o CEO da agência sabia de toda a verdade. Era demissão na certa, polícia na certa, era o corte em todo o relacionamento de ambos.
Sentiu sua garganta embolar mais uma vez, junto com o desespero em querer chorar e correr dali, precisava arrumar suas coisas para voltar a China, o quanto antes. Seus olhos baixaram e focaram em uma carta do Hospital Central de Jiaxing, engoliu em seco porque não poderia ser o que imaginava. Estava tão ocupado todos esses dias que mal conseguia ficar próximo do celular. Não atendia a muitas ligações por estar atarefado. Usava o aparelho apenas para conversar com o hospital e sua avó.
Agarrou o papel rasgando a carta e rolando os olhos pela mensagem. Quando o hospital não conseguia entrar em contato com familiares eles enviavam uma carta ou mensagem para o contato de emergência. Luhan, como estava sob uma identidade falsa, deixou o endereço de Meilee como urgente.
O ômega levou a mão à boca, terminando de ler a carta e sentindo-se ainda mais sem chão:
"...Viemos por esta informar a Luhan, Lu Meilee e familiares mais próximos o óbito da senhora Lumei nessa tarde de terça-feira às 13:48PM. A paciente estava internada na UTI e sofreu uma parada cardíaca devido ao agrave de seu quadro. Infelizmente não conseguimos recuperá-la."
Luhan se agarrou mais uma vez a bancada. O papel caiu no chão e ele escorregou ali, ajoelhando-se e deixando as lágrimas caírem enquanto amassava o papel em mãos. Seu peito doía tanto, se sentia um verdadeiro imprestável porque a notícia era de uma semana trás e apenas agora ele estava sendo informado.
Sua cabeça estava tão cheia que acreditava que ela iria explodir. Como pôde deixar de entrar em contato? Como pode ser tão irresponsável? A essa hora a sua avó já estaria enterrada no cemitério do hospital e sequer houve um velório, amigos, familiares ou flores para se despedirem dela. Agarrou o tecido da camiseta, sentindo as lágrimas caírem em suas coxas. As coisas a sua volta rodavam e ele sentia que iria desmaiar, mas não se daria ao luxo. Agarrou-se novamente nas coisas, se colocando em pé e correndo para o quarto. Precisava voltar para casa e agora não havia dúvidas, tinha que cuidar do que havia restado.
Separou as roupas o máximo que pôde, colocando as vestes de Meilee em uma mala de qualquer jeito, tentando fechar o zíper com força, jogando toda a sua frustração ali. Passou a levar as bagagens para a sala enquanto fazia outras coisas ao mesmo tempo. Fechava as janelas, separava o resto da comida, fechava o saco de lixo e corria atrás de uma passagem só de ida para a China.
A campainha tocou e seu coração falhou uma batida, se pondo a acelerar ainda mais. Suou frio quando ouviu uma voz firme do outro lado da porta.
— Lu Meilee? Eu sei que atendia por esse nome, mas quem quer que seja, abra a porta. É uma ordem!
Luhan prendeu a respiração e suas pernas voltaram a tremer, já não tinha passado por maus bocados?
— Por favor, abra a porta! É a polícia!
— Luhan, abra a porta! — a segunda voz fora ouvida, era Minseok.
Luhan não sabia o que fazer. Se o pegassem com todas aquelas malas pensariam que estava fugindo.
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Baby Doll
FanfictionUma situação desesperadora, uma ideia doentia. Luhan resolve comprar uma peruca e um vestido, mandando em seguida um formulário preenchido para uma agência de modelo sul coreana que só aceitava mulheres. O pior de tudo não foi ter a ideia e sim desc...