Capítulo 11 - Calor

124 17 2
                                    

Luhan era ajudado por Yifan que vinha ao seu lado, o agarrando como podia para que não caísse ao chão novamente. O loiro se sentia humilhado, devastado.

Zitao carregava Yijie no colo enquanto a sacola de remédios estava presa em seu braço. O coração dos Wu era grande demais, até mesmo para o loirinho que já se sentia em grande dívida com eles. Luhan estava sozinho, na beira do abismo e só lhe restava um fôlego com a única certeza de que não havia outra alternativa, a não ser se jogar. Queria poder sair correndo e gritar que não precisava de ajuda, mas era impossível.

Tanto Yifan quanto Zitao ficaram sabendo do seu estado, mas não de toda a história até ali. E ele preferia ficar em silêncio, pelo menos até um dos dois decidirem perguntar como que ele havia chegado naquele estado.

Chegaram em seu apartamento, finalmente. O alfa moreno o deixou delicadamente sobre o sofá enquanto pegava o filhote dos braços de Zitao. O ômega andou até seu lado, se sentando ali e abrindo a sacola.

— Acho que sabe como e quando usar os remédios, né? — o tom de voz era gentil e Luhan sorriu pequeno, porque aquilo acalmava seu coração de uma forma surpreendente — Eu realmente não queria te deixar sozinho — repousou as mãos sobre os joelhos, o fitando — Tem certeza que ficará tudo bem?

— Uhum — assentiu com o mesmo sorriso nos lábios. Zitao levou sua mão à coxa do loiro, afagando ali.

— Bom, estará ali em cima do balcão da cozinha, qualquer coisa é só gritar a gente. E bom... — se ergueu do sofá, andando — A comida fica por nossa conta, então você vai se alimentar lá em casa, nem que eu te obrigue a isso.

Ele deixou os remédios onde havia dito anteriormente. Seus olhos trombaram com os do marido e ele lhe sorriu sem mostrar os dentes, ambos sabiam que era a coisa certa a se fazer. Tanto Yifan quanto Zitao poderiam sim imaginar o que se passava na mente do loiro. Foram muitos acontecimentos, todos de uma vez e ele estava muito debilitado, tanto emocional quando fisicamente.

Zitao disse mais algumas palavras e saiu, deixando Luhan novamente sozinho. O casal Wu voltou para seu apartamento e, de acordo com os mandados de Tao, Luhan teria que ir para lá dentro de uma hora, para comer alguma coisa.

Quando a porta se fechou o ômega se viu sozinho. O vento parecia barulhento demais entrando pelas janelas da sala e isso o incomodou, seus pelos do braço se arrepiaram e ele se abraçou, sentindo novamente a solidão.

Desceu as mãos para a barriga, apertando o tecido da roupa, por cima. Respirou fundo tentando não se deixar levar pelas notícias: Sehun o descobrindo, a morte de sua avó e agora isso, um bebê. O ômega sequer se achava no direito de ligar para o Oh e lhe dar a notícia. Sehun não queria mais nada consigo e deixou isso bem claro quando ligou para a polícia, o entregando.

Ele queria destruí-lo e suas atitudes eram óbvias.

Suspirou erguendo-se do sofá, iria tomar um banho e começar a arrumar o quarto da sua falecida avó. Lumei ficaria feliz em descobrir que seria bisavó. Luhan até deixou-se sorrir ao imaginar aquilo enquanto arrumava o quarto. Quando viu que já se passava mais de uma hora, saiu. Era começo de tarde e pelo visto já iriam jantar, ficaram a amanhã toda no hospital.

O loiro foi até o apartamento em frente ao seu, tocando a campainha. Lá dentro o pequeno alfa Yijie gritava animado com o barulho que o despertou, fazendo sua atenção desviar do pai alfa para a porta, agitado. Yifan percebeu aquilo, porque o filhote era muito quieto para com pessoas novas. Ele havia visto o vizinho poucas vezes e não havia motivos para estar tão animado assim.

Talvez fosse a gravidez de Luhan que o chamava a atenção, inconscientemente. Ele pegou Yijie no colo indo em direção a porta, para abri-la ao loiro.

Baby DollOnde histórias criam vida. Descubra agora