Capítulo 13 - Luyan

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Sehun estava sentado na sala de espera e ao longe Kyungsoo conversava com o tal de Zitao, enquanto o alfa dele estava ali, ao lado do companheiro e de braços cruzados enquanto o fitava de longe. O Oh sentia o olhar lhe queimar a pele e tentava manter o oxigênio circulando pelo cérebro.

Quando chegou na China fora levado diretamente ao hospital. Ele sabia o motivo de estar naquele estado, seu lobo o alertava, mas era orgulhoso. Ele não iria entrar em contato com Luhan, mas seus amigos desconfiavam que algo poderia estar acontecendo. Assim que chegou ao país soube o que era e isso sem dúvidas o abalou, o que fez com que voltasse ao hospital.

Agora estava ali há semanas, chegava e se sentava porque não tinha coragem de ir ver o filho ou o ômega na UTI. Queria ter tido forças para ir atrás de Luhan depois do que aconteceu, mas estava tão chateado, magoado, que não via sentido algum em manter algum contato, mesmo que através do processo judicial. Seu orgulho e medo o sufocaram e fizeram ele chegar até aquele ponto.

Se sentia um burro por tê-lo denunciado sem ao menos entender sua situação. Ficou sabendo por Kyungsoo que o ômega havia feito aquilo para salvar a vida da sua avó, o que fora meio em vão, depois descobriu que ele preferiu não entrar em contato porque não enxergava sentido naquilo também.

Será que se eles tivessem sem conhecido de outra forma, tudo isso teria acontecido?

Sehun não sabia se seria possível. Ele nunca se viu junto a um homem, em sua cabeça iria encontrar uma linda mulher ômega e seriam felizes, como uma família normal. Sorriu sem graça com os pensamentos absurdos, em que mundo vivia? Seus amigos mais próximos eram todos gays e viviam juntos, casados e atados. Kyungsoo estava quase para dar à luz, enquanto Minseok, ele pensava em engravidar e aumentar a família também.

Então por que? Por que para ele parecia tudo tão impossível e inimaginável?

Ele se sentia melhor, claro. Seu lobo tinha a noção de que o ômega que ele escolheu estava atrás daquelas portas e que seu filhote estava no final do corredor, na UTI neonatal, dentro de uma incubadora, mas mesmo assim não sentia ímpetos de se levantar e ir ver como os dois estavam. Era um covarde. Suspirou profundamente, se erguendo do banco e sentindo as costas doerem. Sentiu uma presença ao seu lado, constatando ser o alfa Wu que se aproximava de modo sério.

— Não tem coragem de ir vê-los? — Yifan perguntou o fitando de cima, sua altura já era assustadora e por aquele ângulo parecia ficar ainda pior e a pergunta veio imediatamente, o deixando meio zonzo e sem ar.

Yifan parecia bem direto e seu lobo se sentiu intimidado com a presença de alfa dele, estava fragilizado. Olhou para o chão sem saber o que dizer e ouviu o outro rir, se afastando novamente. O Wu voltou ao lado de Zitao que finalizou a conversa com Kyungsoo. Os dois se afastaram andando pelo corredor, passando em frente ao Oh enquanto se dirigiam ao quarto de Luhan.

O ômega estava no hospital há quase um mês, inconsciente novamente. O pequeno bebê crescia forte a cada dia, fora de perigo, coisa que não acontecia com seu pai ômega. Sehun visualizou os Wu desaparecerem porta a dentro, se sentindo sozinho ali, por mais que Kyungsoo tenha vindo sentar-se ao seu lado.

Dentro do quarto o casal observava o ômega ainda frágil deitado na cama, os bipes incessantes das máquinas que o mantinha vivo os deixavam ansiosos, angustiados. Era um tormento para Zitao segurar as lagrimas todas as vezes em que entrava ali. A esperança para os Wu era o pequeno ômega que repousava em uma incubadora ao final do corredor.

— Precisa ter coragem — ao lado de fora Kyungsoo falava com Sehun, erguendo sua mão para afagar as costas do amigo — Ele está fora de perigo, mas o quadro é instável. O bebê reage bem a tudo e precisa fazer o canguru.

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