Baby Doll

Capítulo 6 - Tempo

— Estou orgulhoso de você — a voz dele saiu baixa.

Aquela aura avermelhada começou a rodear o ômega em um abraço sutil, fazendo seu corpo se aquecer e seu ser relaxar. Luhan odiava aquela sensação, odiava aquilo naquele exato momento porque sabia que não conseguiria escapar.

Sabia que eles não tinham um futuro.

— Se-Sehun... Eu... — ele tentou dizer, mas o alfa avançou novamente agarrando em sua cintura e colando as testas, mantendo-se calado por breves segundos.

Luhan levou suas mãos aos ombros alheios. O alfa era magro, mas seu corpo era definido e ele podia perceber isso pelas roupas que o Oh vestia. A presença de alfa o deixava sensível para outras percepções e sabia que Sehun estava orgulhoso e o desejava loucamente naquele instante, era a aceitação de vínculo que eles tinham.

— Não queria que alguém nos interrompesse. Você está feliz — afastou-se para fitar a ômega. As bochechas de Meilee estavam coradas. Sehun acariciou ali, mas as deixou ainda mais rubras — Está com vergonha?

— Não... — olhou para baixo. Como ele iria dizer que seu lobo estava reagindo a sua presença? Ao seu cheiro delicioso de hortelã e que ele estava lutando consigo mesmo para não cometer uma loucura? — Sehun, eu...

— Ssh... — o alfa lhe calou e ele prontamente obedeceu. Não era tão fácil assim tentar se segurar naquela situação. Eles tinham aceitado um ao outro e essa relação não se consumava de forma alguma.

O trabalho era muito e a ômega vivia correndo do maior. Sehun, por outro lado, conseguia se contentar em observá-la de longe, mas isso com o tempo estava se tornando doentio e incômodo. O alfa queria poder tocá-la, beijá-la decentemente. Queria poder sentir com calma a textura da pele, o aroma doce de mel que entorpecia os seus sentidos. Tudo em Meilee era perfeito aos seus olhos e aos olhos do seu lobo, eles queriam a garota, queriam tanto que chegava a doer.

Eles mal conseguiam manter uma conversa longa sem serem interrompidos, era como se estivesse em um namoro a distância, onde não haviam toques, beijos e carinhos.

— Eu sei que pode me sentir agora — se referia aos feromônios — Eu estou tão feliz por isso — o aperto na cintura virou um abraço apertado e gostoso. Luhan enfiou o nariz na curva do pescoço do Oh sentindo aquele aroma delicioso que o deixava de pernas bambas.

Ele queria, claro que queria, mas ele ainda desejava fugir porque se Sehun descobrisse tudo o seu plano iria por água baixo e com ele a vida da sua avó.

Ela ainda estava lá, no hospital. Existia uma grande melhora e seu quadro ficava estável por alguns dias, mas novamente as recaídas voltavam, causando em Luhan uma sensação de medo indescritível.

Ele tinha que dividir o seu coração entre sua avó na China e em Sehun que estava ali, totalmente entregue aos seus sentimentos em um vínculo criado pelo próprio lobo, onde nem mesmo Luhan poderia impedi-lo, já que também estava no mesmo barco.

De repente o alfa se afastou, ele fitou os olhos da chinesa a sua frente a deixando confusa. Sehun lhe segurou o braço, a tirando da sala de reuniões e correndo consigo para longe dali. Luhan ficou confuso pela afobação toda, Sehun era muito calmo na maior parte do tempo, sério até, e naquele momento era possível sentir os feromônios dele o rodeando de forma agitada, ansiosa e atrapalhada. O chinês fitava as costas largas e magras do moreno enquanto ele o levava para algum lugar.

Entraram rapidamente no elevador e houve um silêncio, o alfa em momento algum fazia menção de soltar o seu braço e quando o bipe foi ouvido ele escorregou sua mão dali até alcançar a alheia, entrelaçando os dedos. Luhan sentiu um calor invadir seu peito, seu lobo ficou feliz com o gesto porque era um carinho vindo do alfa que escolheu como companheiro, aquilo indicava que o lobo de Sehun o aceitava e desejava. Logo ambos saíram da caixa metálica e o menor percebeu que estavam no andar dos cursos, o local era vazio e escuro.