Luhan andava de um lado para o outro no apartamento. Segurava o celular na mão de forma nervosa e em sua cabeça passava o que havia acontecido no dia anterior, no escritório de Sehun. Ele sabia que seu estômago iria revirar em todas as vezes que pensasse na possibilidade de ter sido pego pelo maior, mas era inevitável, sentia-se pilhado, neurótico e ignorava todas as ligações do Oh. Minseok também ligou uma ou duas vezes durante o dia e pelo visto Sehun deve ter procurado Luhan para saber a respeito dele.
Era esse o problema em se tornar amigo dos amigos do alfa, mas ele já estava em uma situação da qual não poderia voltar a trás.
Seu lobo queria dizer que o lobo do outro havia tomado controle e que não havia nada de errado no que eles fizeram e que sim, errado era ele por ter tomado supressores quando chegou em casa, na noite anterior, desesperado. Seu ômega tinha que passar o cio com o alfa e nada mais. Luhan sabia que teria que passar mais dois dias com os calores incômodos, mas com os remédios as coisas não passavam disso e ele sentia-se menos condenado, pelo menos por enquanto.
Desde que sua mente não lhe pregasse uma peça, ele poderia ter um pouco de descanso.
O celular vibrou em sua mão, ele estava no silencioso desde a noite anterior. Quando olhou para o visor constatou que era mais uma vez Sehun e respirou fundo. Sua sorte era que estavam em um sábado e não havia expediente, aquele aparelho tocaria pelo resto do dia. O ômega se jogou na cama, deixando o celular largado ao lado do corpo. Fitou o teto sem graça com a luz apagada sentindo o peito apertar e as lágrimas invadirem os seus olhos.
E se Sehun descobriu tudo? E se ele sentiu algo estranho? Estava começando a sentir um desespero tomar conta do seu corpo a cada pensamento, o bolo se formando na garganta. Rolou para o lado, pegando o celular e discando o número do hospital na China. Precisava falar com a sua avó, nem que fosse para mentir e jogar um pouco de conversa fora. A voz dela naquele momento era a única coisa que traria para o ômega a sensação de paz, alívio e aconchego.
-baby doll-
Sehun estava em pé em meio a grande sala do seu apartamento com o olhar fixo na tela do celular. A janela da sala com as cortinas completamente abertas denunciando a bela visão que a cobertura tinha. Era um dos locais mais caros em Seul. O celular na mão chamando incansavelmente sem obter resposta o deixava enraivecido.
Não queria se chatear com a chinesa, mas parecia que Meilee estava tirando-o do sério, zombando de sua cara. Ele se sentia rejeitado pela forma como ela saiu do escritório. Queria saber se havia cometido mais um erro ou se era apenas a insegurança da modelo falando mais alto.
Meilee não atenderia o telefone, foi o que ele constatou depois de quase meia hora tentando ligar para ela, de forma incansável. Antes ela apenas deixava tocar e agora o aparelho dava como ocupado.
Estava tudo bem, certo? Era nisso que Sehun queria acreditar. Jogou o celular no sofá e foi até a janela, observando o céu, os prédios e as ruas movimentadas de Seul sob seus pés. Foi inevitável suspirar, o ar saindo cortado devido as lágrimas que rolaram devagarinho pelo seu rosto. Estava sim magoado e agora era muito provável que sua relação com a modelo tivesse ido por ladeira abaixo.
Sehun não era de confiar muito nos outros e depositar isso na ômega tímida, a princípio, pareceu uma boa ideia, afinal, eram os seus lobos que haviam se encontrado em compatibilidade. A sua relação com ela estava boa e só faltava alguns detalhes, não é mesmo? O cio tardio o deixava ansioso e empolgado porque vinha em sua mente a possibilidade de finalmente ultrapassarem essa barreira, mas Meilee parecida casta demais, até mesmo para o próprio cio, então quais expectativas Sehun deveria cultivar para o seu?
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Baby Doll
Hayran KurguUma situação desesperadora, uma ideia doentia. Luhan resolve comprar uma peruca e um vestido, mandando em seguida um formulário preenchido para uma agência de modelo sul coreana que só aceitava mulheres. O pior de tudo não foi ter a ideia e sim desc...