O zero é subestimado. Sempre confrontado por seus irmãos de maior valor.
O zero é esquecido. Desmemoriado na maioria dos sumários.
O zero é caluniado. Toda aquela piada do oito e seu cinto apertado não aconteceu daquele jeito.
O zero é dúbio. Difamatório quando lhe usam a esquerda, mas desejado quando se posta a direita.
Zero é assombração. É o que dizem os calafrios quando provas e saldos bancários resultam nele.
Mas o zero sabe melhor.
Zero é confusão, contraditório.
Contém em si os ingredientes do nada e as fronteiras do infinito.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Um Monstro Chamado Devaneio
RandomEsse é um livro de coisas avulsas, lotado das mais estranhas contradições. Onde um neto procura um título com a ajuda do avô ranzinza e o número zero é capaz de mostrar seu valor. Onde um figurante no fundo da cena consegue lugar de fala e um rapaz...