Não precisava de permissão
O papel vazio era convite
Daquele mundo em expansão
Feito de tinta e grafite.Ela preenchia as lacunas
Espaços brancos do caderno
Ora leve como plumas
Ora quente como o Inferno.Com narrativas sem razão
E habitantes fora da caixinha
Ela fazia um belo falcão
Se apaixonar pela joaninha.A criatura-olho enxerida
Com um dry martini na mão
Já era uma velha conhecida
Dos meus erros de multiplicação.Meninas sérias e coloridas
Azul, rosa e amarelo
Pedindo resgate à irmã perdida
Que tinha cabelos de cogumelo.Aquele meu casal favorito
Um dorminhoco, outro paspalho
Já possuíam um lar manuscrito
Bem no topo do cabeçalho.
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Um Monstro Chamado Devaneio
AcakEsse é um livro de coisas avulsas, lotado das mais estranhas contradições. Onde um neto procura um título com a ajuda do avô ranzinza e o número zero é capaz de mostrar seu valor. Onde um figurante no fundo da cena consegue lugar de fala e um rapaz...