Quarta-feira, 08 de abril de 2020.
Mil e uma noites na casa do BBB.A verdade é que elas estavam muito, muito bêbadas. Gizelly choramingava e bebia, falando alguma coisa sobre romance, foi a deixa para que Ivy apontasse para Rafaella.
- Cala a boca - Rafaella sussurrou para Ivy, rindo.
Ivy não ia entregá-la ali e agora, pelo amor de Deus, ela não estava preparada. Virou de costas, dançando e tomou mais um gole do copo para tentar acalmar o coração. Aquela situação já estava ficando ridícula. Ela sabia que Ivy sentia igual, mas nem agia, nem dava real espaço para que ela agisse. A verdade é que mesmo se ela desse, Rafa não sabia se teria coragem.
- Rafaella Kalimann - Ivy a puxou pelo braço - faz alguma coisa, mulher. Porque eu não vou, eu não posso, não até resolver minha situação lá fora.
- Ivy, shiu - Rafa pediu, mordendo os lábios de ansiedade - eu não quero que seja visto como VT, não quero que seja entretenimento pra ninguém.
- Vai arriscar? Quando chegar lá fora eu não prometo nada - Ivy desafiou.
Próximo a elas, mas aparentemente totalmente alheia à conversa, Gizelly continuava dançando com o copo na mão, a saudade de Marcela apertando. Ela tinha dado todas as deixas, todas as indiretas - até diretas - e, se não aconteceu, é porque Marcela só a via como amiga mesmo. Talvez se Daniel não tivesse aparecido...
- Ah, deixa pra lá - Gizelly falou em voz alta.
- Deixa pra lá o que, Gi? - Rafaella perguntou ao ouvir o comentário.
- Nada - Gizelly retornou - eu tô louca, tô precisando beijar na boca, é isso.
Podia desligar as câmeras um pouquinho, Ivy comentou e deu alguns passos para longe de Gizelly e Rafaella, mas não sem antes olhar para Rafa, julgando a falta de coragem dela. Ah, se ela fosse solteira como Rafa era.
- Gizelly - Rafa chamou, Gizelly, concentrada na música, não ouviu - GIZELLY.
- Oi, gostosa - Gizelly respondeu e riu.
- Eu quero conversar com você, lá fora. Se eu sair primeiro você me espera, se você sair eu te espero.
- Esperar pra que? - Gizelly perguntou sem entender, a cabeça girando um pouco.
- Pra gente conversar - Rafaella respondeu, sem saber como explicar mais do que isso sem se comprometer.
- Ah, não - Gizelly reclamou - conversa agora, não tamo aqui conversando? Conversa agora.
- Não, quero conversar só eu e você.
- Tá só eu e você - Gizelly apontou os arredores, todo mundo estava espalhado e ninguém estava realmente perto delas.
- Não - Rafa falou, chegando mais perto e baixou o tom de voz - tem as câmeras.
- Ah, safada - Gizelly tirou onda, puxando Rafaella pela cintura - quer ficar a sós comigo pra que, hein?
Rafaella riu e mordeu o lábio inferior, sentindo sua respiração acelerar com o aperto de um dos braços de Gizelly ao redor da sua cintura. Meu Deus, ela queria tanto que não sabia nem explicar.
- Gizelly, Gizelly, o que é que você tá fazendo comigo? - Rafa perguntou, passando uma das mãos pelo cabelo de Gizelly e colocando uma mecha detrás da orelha.
Gizelly jogou o copo que carregava na mão no chão e envolveu a cintura de Rafaella também com o outro braço, preocupada.
- Que foi? Que foi que eu fiz? Que foi que aconteceu? - perguntou daquele jeito atarantado que só ela tem.
Rafaella riu abertamente, ainda dentro daquele abraço que deixava seu corpo trêmulo e quente. Ela já tinha decidido que não ia fazer isso aqui dentro, que não ia conversar com Gizelly aqui, que não iria ceder à vontade que crescia dentro dela. Por que diabos ela não conseguia manter as próprias decisões?
- Você - Rafa respondeu - você sendo você.
A expressão confusa no rosto de Gizelly, além do jeitinho meigo e desajeitado, eram algumas das coisas que ela mais gostava de ver, das que mais lhe atraíam... E ela não conseguiu se conter. Não era a reação que ela queria ter. Não era a reação que ela tinha planejado ter. Mas ela não conseguiu reagir diferente diante daquela carinha que ela gostava tanto.
Só percebeu o que tinha feito alguns segundos depois de sentir o calor do hálito de Gizelly quando encostou os lábios nos dela. Gizelly pareceu tensionar o corpo por talvez um milésimo de segundo, mas logo relaxou. Rafa sentiu quando o corpo dela relaxou e os lábios se abriram, esperando o beijo.
Rafaella não resistiu, tomando o rosto de Gizelly entre as mãos e deixando que o beijo acontecesse. As línguas deslizaram devagar e ela ouviu um gemido baixo escapar lá do fundo da garganta de Gizelly, ao qual correspondeu acelerando o beijo que ela tinha guardado por semanas.
- Aêêêê - Manu apareceu gritando quando viu que todo mundo tinha se voltado para ver a interação entre Rafaella e Gizelly. Era melhor que elas soubessem que estava todo mundo olhando - ATÉ QUE ENFIM.
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Até que enfim (GIRAFA)
RomanceRafaella já tinha decidido que não ia fazer isso ali dentro, que não ia conversar com Gizelly ali, que não iria ceder à vontade que crescia dentro dela. Por que diabos ela não conseguia manter as próprias decisões? *Esta história é uma obra de ficçã...