Miniférias

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- Nossa, esse seu lugarzinho é aconchegante demais – Rafa falou ao perambular pelos arredores da casa da avó de Gizelly, na pequena cidade onde ela nasceu, no interior do Espírito Santo – eu amo esse cheiro de mato.

- Sabia que você ia gostar, por isso não quis que a gente demorasse muito em Vitória – Gizelly sorriu.

- A gente devia era desistir de São Paulo. Tenho certeza que eu consigo descobrir um jeito de ser influencer daqui – Rafa comentou e riu.

- ANHAN – Gizelly devolveu com descrença – se bem que se tiver alguém pra descobrir como ser influencer aqui neste pequeno fim de mundo, certeza que essa pessoa é você.

- Sua vó ficou de boa? Certeza? – Rafa perguntou. Seu corpo tensionou um pouco, mas ela precisava conversar sobre isso.

- Vovó? Ela é a pessoa mais aberta que eu já conheci na vida, Rafa, mais do que muita gente da nossa idade.

- Marcela tá lidando lá com as coisas. Vai ficar tudo bem, mas devo confessar que eu estou com um pouquinho de medo.

- Tá com medo? – Gizelly perguntou, preocupada.

- Meu público é majoritariamente de mulheres hétero, elas são o alvo de quase tudo que promovo. Mas Marcela nunca nem levantou a possibilidade de eu ter que abrir mão de algo que queira pra isso, porque eu faço porque gosto, porque amo, de verdade, é o que eu sempre quis fazer, eu nem sabia que podia encontrar um trabalho que me fizesse tão feliz como ser influenciadora.

- A última coisa que eu quero é prejudicar seu trabalho, de verdade – Gizelly falou, baixando a vista.

- Gi – Rafa levantou seu queixo – fui eu que te beijei em rede nacional – pontuou – eu que fiz vários stories mostrando pro meu público esses nossos dias juntas, com minha família, com a sua. Você acha que eu teria feito qualquer coisa diferente? – perguntou.

- Sei lá, seu trabalho lhe faz feliz, é tudo pra você, proporciona tudo que você e sua família tem e ainda é com ele que você consegue tudo para as ações sociais. E se tudo for prejudicado simplesmente porque a gente se conheceu?

- Se conheceu e se apaixonou – Rafa explicou – eu não tinha como fugir disso, Gi, chegou e se instalou aqui – ela apontou para o meio do peito – fazer o que?

- E se você pudesse escolher não me querer? – Gizelly perguntou, ainda em dúvida.

- Eu tive escolha, uai – Rafaella retornou e puxou Gizelly para um abraço – eu escolhi você, Gizelly, e eu escolheria de novo, você tem que entender isso. O que a gente tiver que lidar, a gente vai lidar. Você tem que pensar positivo do jeito que eu penso. Eu tô com medo sim, mas nada que me faça querer desistir disso. NADA.

Gizelly e Rafaella ficaram abraçadas por alguns minutos. Quando se distanciaram alguns centímetros, Gizelly olhou bem nos olhos de Rafa, encontrando e entendendo o que sentia ali naqueles olhos verdes, naquele olhar no qual ela se perdia, mas também se encontrava.

- Eu tomei um susto com o tanto que você era bonita quando te vi pela primeira vez lá no BBB, esses olhos verdes, NOSSA, quase caio pra trás.

- Você caiu – Rafa respondeu, rindo – só não sabia que tinha sido por causa dos meus belos olhos – riu mais.

- Eu amo você – Gizelly soltou – tô com vontade de te dizer isso desde o dia que cheguei em Goiânia. Pensar em você me faz sorrir o tempo inteiro, tá perto de você deixa meu coração acelerado e meu corpo quentinho. Eu nunca me senti tão sortuda na vida como eu me sinto agora estando com você. Essas semanas que a gente só se viu por vídeo foram um suplício, mas ao mesmo tempo me deram ainda mais certeza do que eu sinto por você. Eu amo você, Rafa.

Até que enfim (GIRAFA)Onde histórias criam vida. Descubra agora