Pouco antes de uma hora da tarde, Gizelly e Rafaella estavam chegando com suas malas ao apartamento que, de cara, agradou a Gizelly. Era um apartamento de tamanho médio, talvez uns 90m², com duas suítes, uma sala de estar e jantar integradas em formato de L e uma cozinha americana (que pelo tamanho nem tinha cara de americana), mas se ligava à sala por um largo balcão e, acima dele, uma adega suspensa dava mais privacidade ao ambiente da cozinha.
- A decoração é minha, por isso é um pouco mais moderna, a divisão dos cômodos que é mais clássica é original do apartamento, como você pôde ver lá embaixo o condomínio não é novo, mas foi o que encontrei de mais espaçoso pra poder mexer e arrumar do meu jeito, refiz pintura quando vim pela primeira vez, escolhi todos os móveis, eletrodomésticos, equipei com tudo que é de utensílio, enfim, peguei completamente vazio, o proprietário mandou tirar tudo que era projetado e eu organizei do meu jeito.
A decoração do apartamento era bem a cara de Rafaella, era doce e aconchegante, cores suaves, todos os espaços priorizavam conforto e beleza. A modernidade não era crua, tipo aqueles apartamentos industriais com um monte de peças e detalhes recortados e secos. Era tudo mais... sutil, com painéis e mobílias de cores neutras, espaços espelhados, quadros e vasos de cores um pouco mais marcantes, mas ainda assim suaves aos olhos, tudo lá emanava uma energia de lar, doce lar, um pouquinho do calor do interior na vida moderna e agitada da cidade.
Rafaella guiou Gizelly pelo apartamento, falando um pouco sobre as escolhas que tinha feito, mostrou a varanda larga que dava vista ao céu e a outros prédios não tão próximos dali, mostrou os porta-retratos da família que decoravam o corredor, onde já havia uma foto dela com Gizelly e outra foto com as duas e Manu, havia também mais duas fotos de Gizelly com sua mãe e com sua avó. A suíte de hóspedes foi equipada com mobília e itens de decoração também de cores suaves.
Por fim, na suíte do casal, a decoração mesclava cores claras, mas o amarelinho quase tom de creme era o que mais se destacava. O janelão de frente para a cama dava vista para o céu e pela posição, Gizelly viu que o sol da manhã nasceria bem ali, iluminando o quarto no melhor horário, bem cedinho. A foto sobre uma das mesas de cabeceira mostrava Gizelly e Rafaella deitadas na grama na chácara de Goiânia.
- Mandei aumentar o número de almofadas e travesseiros - Rafa apontou para a cama - sei que você gosta de deitar em cima de um monte de travesseiros. E mandei trocar o chuveiro elétrico por um com mais níveis, já que você não gosta de muito quente, então a regulagem fica melhor.
- Você pensou em tudo - Gizelly falou com um leve tom emocionado na voz - eu adorei, cada pedacinho, principalmente as fotos, parece até que a casa é minha.
- É sua - Rafa reforçou - é nossa, Gi. Eu te amo.
Gizelly travou por alguns segundos ao ouvir o eu te amo que ela já vinha esperando há alguns dias, mas a verdade é que as ações de Rafaella deixavam claros os seus sentimentos. Elas sorriram uma para a outra e Gizelly tirou a jaqueta que usava e a colocou sobre o baú/banco que ficava ao pé da cama. Se aproximou de Rafaella e a ajudou a tirar o cardigan vinho que ela usava sobre um conjunto de shorts e top brancos, colocando-o sobre a sua jaqueta. Rafa empurrou os tênis com os próprios pés para ficar descalço e permitiu que Gizelly empurrasse seu corpo para a cama, suavemente como ela sempre fazia.
Gizelly sentiu o rosto e o pescoço de Rafaella com o nariz e com os lábios em uma carícia sutil, observando como a pele da namorada se arrepiava mesmo diante daquele toque tão simples.
- Sei nem como que cê faz, mas cê me acende de um jeito - Rafa comentou de olhos fechados, sentindo o beijo de Gizelly em seu ombro.
- É que eu amo te amar, Rafaella.
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Até que enfim (GIRAFA)
عاطفيةRafaella já tinha decidido que não ia fazer isso ali dentro, que não ia conversar com Gizelly ali, que não iria ceder à vontade que crescia dentro dela. Por que diabos ela não conseguia manter as próprias decisões? *Esta história é uma obra de ficçã...