Já passava das três da tarde. Aí no meio do gramado, com um ponto eletrônico e um transmissor, Marcella e Manu se aproximaram e sorriram, satisfeitas com o que tinham feito.
- Esse negócio ficou bonito além da conta, Manu.
- Ai, nem fala, Marcella! A gente formou uma senhora dupla – elas bateram as palmas das mãos em comemoração.
- Tô nervosa – Marcella falou – quero que saia tudo perfeito, elas merecem tanto, minha bichinha merece tanto – ela se referiu à irmã/prima Rafaella.
Tinham sido mais de dois meses de intenso trabalho para decidir todos os detalhes da festa de casamento que se realizaria naquele fim de tarde. Rafaella havia decidido a maior parte das coisas para a festa junto com Marcella e Manu, mas Gizelly também tinha opinado em diversas coisas, como data, local, os detalhes da cerimônia e, a parte que ela mais havia gostado, a degustação do buffet.
Apesar de estar aí, trancada na sala que fora reservada para ela, completamente pronta para casar com Gizelly, mas com o coração na mão de tanta ansiedade, Rafa se sentia tão feliz e realizada do que ela havia feito aí, não sozinha, mas com a ajuda de Gizelly, da sua prima Marcella, da sua mãe e de Manu. Elas tinham feito uma festa tão linda! Dojeitinho que ela e Gizelly haviam sonhado, parecia até fantasia.
O espaço era perfeito, enorme, gramado de ponta a ponta, com duas tendas lindas e bem altas, onde ficavam as mesas circulares dos convidados. Bem no centro, ao ar livre, havia várias cadeiras decoradas dispostas em fileiras, com um corredor decorado com flores brancas que guiavam a uma espécie de altar: um pequeno espaço delimitado por um jardim suspenso, com plantas trepadeiras delicadas, com uma bancada clarinha, já coberta pelos papeis trazidos pelo juiz de paz e por mais algumas flores.
As flores eram a cara de Rafa e de Gizelly, o branco que era contrastado em alguns detalhes por um tom suave de lilás era a cara delas, o buffet era a cara delas, a playlist para a pista de dança cheia de música sertaneja era a cara delas, as bebidas e os drinks que escolheram eram a cara delas. Todos os detalhes haviam sido planejados com cuidado e amor. E elas estavam tão felizes. Quase do mesmo tanto que estavam nervosas.
- Eu vou ter um negócio – Rafaella choramingou – eu tô pra ter um negócio, Manoela – ela falou, ao ver Manu entrar na salinha.
- Também tô pra ter um treco – Manu retornou – não acredito que tô casando minhas mães.
- Manoela, não fala que tá me casando que eu fico ainda mais nervosa.
- Tá querendo desistir, é? – Manu perguntou.
- NÃO – Rafa negou veementemente – tô nervosa, vou esquecer tudo que eu quero dizer pra Gizelly e é muito esquisito esse negócio de ficar longe dela, pra que que Marcella inventou isso de sala separada?
- Ai, amiga, é um casamento, tem que ter um suspensezinho pras noivas – Manu respondeu – ai! Eu amo e tô tão feliz por vocês! Parece que foi ontem que eu catei teu olhar pra Gi naquela festa...
- E ela achando que eu queria juntar ela com o que não deve ser nomeado – Rafa riu e mordeu o lábio de nervosa – e eu dizendo "fica aqui, fica aqui", meu Deus, como ela não percebeu se até você percebeu, Manu?
- Amiga, eu sou muito inteligente, ok? – Manu falou sério e depois riu – vocês vão ser muito felizes.
Rafaella piscou os olhos algumas vezes para segurar as lágrimas ao ouvir aquele voto de felicidade de sua amiga, Manoela. Manu agarrou as mãos de Rafa e as apertou com força.
- Sério – Manu continuou – sei que vocês já são muito felizes, mas agora vão ser mais, tem muita coisa boa vindo pra vocês, eu sei, eu sinto.
- Te amo, Manu.
Do outro lado do jardim enorme do gigante espaço de festas em Goiânia, na sala que para ela havia sido reservada, Gizelly sentia seu corpo tremer inteiro e se perguntava se Rafaella também se sentia assim. Não tinha nada de dúvida, nem medo, era só nervosismo, ela não conseguia nem explicar, não queria chegar lá fora, olhar para Rafaella e desabar em lágrimas, não queria se perder e esquecer todos os votos que tinha escrito e decorado.
- Marcella do céu – Gizelly chamou a cunhada – ainda bem que você passou aqui, a Rafa já tá pronta? Eu tô pra ter um negócio.
- Ela tá pronta – Marcella respondeu depois de uma gargalhada – e também tá pra ter um negócio – riu de novo – passei lá nesse instante, Manu tá lá dando uma força e dando umas orientações pra tia Genilda.
- Marcella, eu vou esquecer de tudo! Vou esquecer até do nome dela, talvez até do meu nome! Misericórdia!
- Se acalma, furacão, ó – ela apontou para a entrada – já providenciei um calmante pra você e providenciei o da Rafa também, suas mãezinhas. Elas estão prontas para levar vocês pro altar, agora é só respirar, acalmar, que eu chamo vocês em uns minutinhos.
Gizelly se aproximou da porta, abraçou sua mãe e viu Marcella sair em direção aos músicos que tocavam não muito próximo dali. Ao separar do abraço de sua mãe, Gizelly a olhou por alguns minutos, ela estava linda e tinha os olhinhos chorosos. Tinha tanta coisa que Gizelly tinha querido dizer para sua mãe e ainda não havia dito, ela precisava dizer agora.
- Mãe – Gizelly falou – você é minha maior inspiração de força e de coragem e eu aprendi de você a ter essa mesma força e essa mesma coragem e foi isso, foi você que me trouxe até aqui. E eu queria te agradecer por me fazer quem eu sou e por me permitir ser quem eu sou. A senhora sabe, eu sempre quis isso, viver tudo que eu sinto, ser de verdade e amar alguém assim, como eu amo a Rafa. E você me abraçou, abraçou tudo que eu sou e não foi um caminho fácil para você que eu sei, por isso, mil vezes, mil vezes, mãe, obrigada.
- Não chora não – dona Márcia secou os cantinhos dos olhos da noiva que bem ali parecia uma menina – você é tão grande, minha filha, tão única e você sempre foi minha força, Gizelly. Se eu pudesse voltar no tempo, teria te feito entender muito antes que eu tô com você, sempre, que sempre vou tá, que sempre vou te acolher e que sempre vou querer te ver feliz e a Rafa, ela te faz feliz, então ela também me faz feliz. Eu amo você.
De volta para a salinha de Rafaella, também próximo da porta, já esperando o sinal de Marcella para que elas se dirigissem para o centro do gramado, ela e sua mãe conversavam, aquele tipo de conversa que você só tem assim, naquele momento em que todas as emoções estão à flor da pele.
- Ô, minha filha – a mãe de Rafa falou, chorando – a mãe tá tão feliz de te ver assim, tão linda. Eu sei o tanto que você quis um amor assim, um amor tranquilo, com paz, com confiança... a Gizelly é outra filha que você trouxe pra minha vida e eu só sei agradecer a você que me deu esse presente e a ela que me deu o presente de te ver feliz assim, feliz desse tanto.
- Ô, mãezinha – Rafa piscou os olhos, emocionada ao ver a emoção de sua mãe – a senhora me conhece mais do que ninguém nesse mundo, sempre soube de todos os meus sonhos, de todos os meus planos e, mesmo quanto eu tive medo, nunca duvidei que o seu amor me acolheria, me aceitaria, e eu tenho orgulho de ser sua filha e de ser você a me levar hoje lá e me entregar pra Gi.
Lá do início do corredor cercado por cadeiras com diversas pessoas que amavam as meninas e estavam aí para celebrar aquela união, Marcella sinalizou para as mães de Gizelly e Rafaella, que tomaram as filhas pelos braços e caminharam uma em direção a outra até se encontrarem bem no centro, diante do tapete que guiava ao altar que mais parecia ter sido imerso num jardim.
- Você tá tão linda – Rafaella falou baixinho.
- Eu tentei imaginar, pensar como você estaria linda hoje, mas minha imaginação não faz jus a você – Gizelly retornou.
P.S.1 Ai, gente, só mimos e mais mimos no mundinho girafa br, é muito bom ser fã de girafa, de rk e de gb, nossa! tomara que já cheguem os mimos girafa pra rafa, ela amou os da gi, cês viram?
P.S.2 Mais uma vez muito obrigada pelo apoio e pelo amor que vocês tem me dado aqui na fic, amo cada interação com vocês aqui, obrigada de coração! Espero que gostem desse capítulo que introduz o casamento!
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Até que enfim (GIRAFA)
RomanceRafaella já tinha decidido que não ia fazer isso ali dentro, que não ia conversar com Gizelly ali, que não iria ceder à vontade que crescia dentro dela. Por que diabos ela não conseguia manter as próprias decisões? *Esta história é uma obra de ficçã...