Prólogo

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Era noite quando ele chegou. Estava com uma jaqueta carmesim, seus cachos de uma cor combinante a jaqueta, que sempre ficavam bagunçados, hoje estavam estranhamente mais arrumados do que de costume. Suas calças eram de um jeans que não parecia nem um pouco passado a ferro quente, mas o deixava sexy de um jeito inimaginável. seus olhos de âmbar eram uma das coisas mais bonitas de se ver, podiam ser comparados a um raio de sol do ocaso passando por uma janela. Sua aparição no contorno da porta produzia uma forma linda de ser vista, com um sorriso único que derretia um coração amanteigado como esse.

No dia anterior eu consegui de fato aceitar a proposta infinitamente sem senso, estranha e curiosa que ele havia fazendo a mim durante algum tempo da nossa relação. Colocou as sacolas dos ingredientes e outras coisas importantes no chão, símbolo dessa tal obsessão pessoal que quase me fez ir embora da vida dele para sempre... mas a curiosidade falou mais alto. Havia um interesse meu sem  conexão nenhuma com a realidade ao aceitar essa proposta. Ele trouxe colheres, vários tipos de comida e até uma porção de alguns tipos de fast food que não deixava a desejar... um funil? Por que ele precisaria de um funil? deixei esse pensamento de lado quando vi que ele começou a tirar alguns ingredientes da sacola: um pote inteiro de sorvete, várias caixas de leite, um pote de pasta de amendoim tamanho gigante e óleo de canola.

-Está vendo aquelas 3 sacolas azuis que estão em cima do sofá? Ali está seu prato de entrada, senta lá e me espera, vai gostar do que eu vou fazer com você- (ele deu aquele sorriso único e apontou para as sacolas que pareciam ter vindas de um restaurante  fast food)

Sentei no sofá de veludo e esperei até que meu marido chegasse; quando ele finalmente veio, (depois de escutar o liquidificador ligar e desligar) começou a abrir as sacolas azuis  e dentro delas haviam muitos hambúrgueres, batatas fritas, e com as sacolas vieram dois refrigerante de dois litros. Tudo parecia estranho a primeira vista, mas de certa forma era bastante chamativo; com a fome que eu estava (só havia almoçado hoje) podia comer aquilo tudo... ou pensava que podia.

-Abre a boca,  amor- (com um hambúrguer na mão dele, mordi um pedaço bem grande do sanduíche e me senti bem de um jeito que eu raramente havia sentido antes)

Estava mais relutante do que nunca em fazer aquilo, não tinha certeza de que era isso mesmo que eu queria, mas como sempre, a curiosidade falou mais alto. Então entrei no jogo dele.



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