Capítulo 20

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Três dias haviam se passado desde que Hamish acordara. Estava inquieto e ansioso, queria sair do quarto e voltar a fazer suas atividades, já se ausentara por muito tempo, mas em contrapartida, ao ir embora da casa Grayson, também se afastaria de Grace. Ela foi todas as noites ao seu quarto e se beijavam e conversavam até muito tarde todos os dias, e quando ela saia, seu corpo todo só ansiava por tê-la por perto novamente, mas estava se tornando cada vez mais perigoso, pois a queria cada vez mais e mais.
Dr Dave entrou no quarto e o viu olhando pela janela com o cenho franzido.
- Vejo que acordou bem disposto. Isso é muito bom, acho que você pode dar uma volta pelo jardim, com cuidado, se sentir qualquer fadiga deve voltar a repousar.
- Preciso voltar a trabalhar Dr, já me afastei por tempo demais.
- Soube que voltará a Irlanda?
- Sim, monha família ainda precisa de mim por lá. Vim para Londres apenas para encaminhar alguns assuntos. Volto no próximo Mês. Hamish suspirou, antes não existia Grace em seu coração para complicar as coisas, mas resolveria tudo.
- E o senhor, continuou ele, permanecerá em Londres?
- Vim para fazer um estudo, mas estou gostando muito daqui, talvez eu fique de vez.
- Não têm família Dr O'Brien?
- Não mais, meus pais morreram quando era criança. Fui criado por um tio, que apesar de não ser carinhoso, nunca me tratou mal e sempre me incentivou a estudar, mas ele morreu a muito tempo, nada me prende na América.
Hamish entendeu o que ele quis dizer. Ele insinuou que estaria a disposição de Grace se ela quisesse, Sr Byrnes contou-lhe sobre as atenções do médico a jovem.
- Entendo, mas voltarei logo, tenho intenções aqui também, compromissos.
- Entendo, ele respondeu, e não me surpreendo em saber, também faria o mesmo.
- Bem, disse Hamish se virando para pegar seu casaco, acho que vou dar aquela caminhada agora e aproveitar o sol da tarde.

Grace estava em sua horta colhendo alguma batatas. Não era muito comum por ali cultivar tão vegetal, mas após muitas tentativas, conseguiu, e essa era sua primeira colheita.
- Batatas, disse Hamish atrás de Grace e ela sorriu apenas por escuta-lo, não sei se amo ou odeio.
- É mesmo? Porque senhor Callaghan?
- Antes da Grande fome, por muitos dias comíamos apenas isso, batata assada, batata picada, sopa de batata, mas depois que a pra tomou todas as plantações, nem batatas  tínhamos, por isso muitos Irlandeses vieram para cá tentando sobreviver.
Grace o olhou por alguns instantes e sentiu seu coração aquecer, sabia que o amava, e em tão pouco tempo, mas não mudava a profundidade do sentimento, então se levantou e se aproximou lhe tocando a mão discretamente.
- Acho que deveria amar então, foram elas que mantiveram suas barrigas forradas por algum tempo.
Ele sorriu e apertou sua mão de volta.
- Tem razão, quando puder, farei.uma plantação de batatas e farei de tudo com elas.
- Purê de batatas, disse Grace sorrindo.
- Bolinhos de batatas, continuou Hamish.
- Torta de batatas.
- Cerveja de batata.
- Eca, ela disse fazendo cara de nojo, só mesmo um homem pensaria algo assim.
- Ora, aí sabe um dia não é mesmo.
Ele lhe estendeu o braço e foram caminhar conversando e brincando, aproveitando a companhia um do outro.

Uma Promessa e Nada maisOnde histórias criam vida. Descubra agora