Um sonho sobre o céu

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Acordo assustada

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Acordo assustada. Minha respiração ofegante e o suor em meu corpo remetem ao sonho de um céu escuro e nuvens pesadas. Tenho a impressão que não é a primeira vez que sonho com esse mesmo céu. Era tudo tão escuro, ainda sinto um vento gelado soprando pelo meu rosto. Eu estava caindo? Ou apenas observava algo ou alguém cair? E a música.... Tinha uma música?

Quando o coração se desacelera o sonho se dilui entre vários outros pensamentos. Tento me agarrar com força a qualquer coisa mais concreta que ainda posso ter dele, mas é tarde demais, já se foi. Tenho apenas fragmentos de um céu tempestuoso.

Procuro o celular embaixo do travesseiro para olhar as horas. Ainda não são nem quatro da manhã, mas sei que não conseguirei dormir de novo. Sentindo a boca seca, acho melhor me levantar, beber um pouco de água, quem sabe preparar algo para o café da manhã.

O tempo voa e como sempre eu me enrolo por achar que tenho tempo demais a disposição. Saio de casa apresada as quinze para sete, ainda com os cabelos molhados do banho. Por ser uma segunda-feira, eu espero que o museu, onde eu trabalho, esteja mais vazio. Na verdade, eu nem sei porque abrimos na segunda, é sempre tão parado...

-Oi Matheus. -digo alto cumprimentando ao entrar na cabine de atendimento ao público o garoto de fone, que lia um jornal.

-Oi. -ele responde tirando um lado do fone, mas não desviando os olhos do jornal.

Ele não é uma pessoa que fala muito, mas eu já estou meio que acostumada com isso, passei a preencher o tempo em silêncio com um bom livro ou uma série na netflix.

Pego meu crachá dentro de um pote, tem uma foto minha e meu nome, Amanda, em letra de forma. Eu odeio a foto do meu crachá, mas não tenho coragem de pedir para mudar e não posso simplesmente esconder ele, vai contra o regulamento.

Me sento em uma das cadeiras giratórias esperando alguma alma viva aparecer. Distraidamente, Matheus começa a batucar com os dedos no tampo da bancada, um som ritmado que me lembra algo. Talvez seja uma música que conheço, ou talvez algo que eu já tenha escutado de relance, tipo um sonho.

Click.

É como se uma engrenagem se encaixasse no meu cérebro. Era ela! A música do meu sonho de hoje cedo! Me apresso em pegar um lado do fone dele e colocar no ouvido, mas não sai som nenhum dele.

-Que isso, doida? -ele pergunta me encarando.

-Que música você tava ouvindo agora?

-Nenhuma. -ele diz apontando para o outro fone que pendia em seu ombro. -Meu celular descarregou já tem uns vinte minutos.

-Mas o que você tava batucando? Que música era aquela? -pergunto indignada.

-Acho que você precisa de um café. -ele diz se levantando. -Essa monotonia tá afetando sua cabeça.

-Para de graça Matheus, se não quer falar só não fala, que coisa. -digo emburrando.

-Amanda, eu não tava batucando nada. -diz me olhando de um jeito esquisito como se eu estivesse louca.

Eu fecho a cara e me viro para a frente do balcão. Meu colega de trabalho não era muito de brincadeira, mas não tinha outra explicação para isso, me recuso a pensar que eu havia imaginado tudo.

 Meu colega de trabalho não era muito de brincadeira, mas não tinha outra explicação para isso, me recuso a pensar que eu havia imaginado tudo

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