A obrigação com a promessa

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Quando acordo estou deitada em uma cama grande e macia

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Quando acordo estou deitada em uma cama grande e macia. O quarto é branco e uma parede é constituída de janelas muito grandes onde se pode ver o mar. Talvez eu esteja no céu e seja a única pessoa no mundo que não queria está aqui.

Parado em um canto está Bam. Sua testa está franzida e ele faz uma carranca enquanto observa o mar. Me vendo levantar da cama ele tenta sorrir, mas não aparenta ter a levasse que tinha antes.

-Então, esse é o céu? -pergunto.

-Não, é uma ilha no caribe. -ele diz.

-Os deuses estão optando por sequestro agora? -digo lembrando da mulher que tinha visto em casa.

-Vou te levar para casa. -ele parece irritado. –Não se preocupe.

-Quem é aquela mulher? Haru? -pergunto.

Ele suspira e se senta na beirada da cama batendo a mão do lado indicando que queria que eu sentasse também. Reluto um pouco, mas acabo por lhe fazer companhia.

-Haru é minha irmã mais velha. Seu poder é três vezes maior que o meu e ela não é tão tolerante. Tem o pensamento que sacrifícios são coisas exclusiva a deuses e por isso devem ser cumpridos, mesmo que a força.

-Por isso ela me trouxe aqui? -pergunto indignada.

-Sim, mas não se preocupe, eu vou... -antes que ele possa acabar o que ia dizer a porta do quarto se abre.

Vejo meus pais entrando apressados pelo quarto, minha mãe quase me sufoca em um abraço apertado que eu retribuo atordoada.

-Vou deixar vocês a sós. -Bam diz e se retira do quarto.

-Ah Amanda! -minha mãe suspira. -Eu sempre pensei que a caduca da sua avó estivesse falando lorotas! Nunca imaginei que isso fosse acontecer de verdade, minha filha!

-O que vai ser da minha menininha agora? -meu pai.

-Está tudo bem. –digo mesmo sem ser verdade. -Vocês não precisavam ter vindo. Como souberam que eu estava aqui?

-Aquela mulherzinha esquisita nos trouxe, aquele seu amigo do museu também está aqui. -mamãe diz e me abraça novamente. -Não podíamos perder seu casamento. E se você não o quiser damos um jeito.

-Está tudo bem, mamãe. Com vocês aqui eu não poderia fugir da vontade dos deuses, não é?

Reconheço que a presença deles só pode ser uma chantagem. Haru tinha razão, ela não era frouxa igual ao irmão, ela era fria e cruel. Roupas haviam sido mandadas para meu quarto e com a ajuda de minha mãe eu me arrumo para o casamento.

Na beira da praia há um ornamento de flores muito bonito onde Haru está de pé, perto dela está Bam, em seu terno preto, parecendo realmente desconfortável de estar ali. Papai, mamãe e Matheus me esperam chegar também de pé em frente a cadeiras.

-Então começaremos os procedimentos. -ela diz quando chego mais perto.

-Haru. -Bam diz por entre os dentes. -O sacrifício é destinado a mim, eu que devo decidir o que fazer com ele.

-Você é fraco! -ela diz com desprezo. -Pediu uma humana como valor e agora não quer pegar o que é seu!

-Isso não se diz a respeito de você! -ele retruca.

-Está manchando o meu nome com essas manias idiotas! -seus olhos brilham com a raiva. -Um deus que se apega com esses seres inferiores e que coloca a vontade deles a cima de tudo! Eu tenho ódio te ter que consertar seus erros!

-Você só possui o orgulho! Não consegue ter espaço para nenhum outro sentimento! -Bam grita com sua irmã. -Eu quero sentir, Haru! Quero saber como é para eles, o simples prazer de amar mesmo sabendo não ser para sempre! –e então se vira para mim. –Não quero que seja assim, quero ter a chance de te amar e ser correspondido.

Em um rosto que não parece deixar transpassar nada, Haru encara o irmão. Sinto um arrepio pelo corpo. Não pensava que Bam fosse ser tão contra ao casamento que ele próprio planejará. Admirava a sua vontade de querer fazer as coisas de forma certa comigo.

-Então é isso que você quer? -ela pergunta calmamente. -Quer viver como eles? Morrer como eles?

-Sim, eu quero. -Bam afirma.

Haru, então, aponta sua mão para o peito de Bam e dele sai uma luz prateada. A cara que ele faz é de uma dor profunda e quando ela acaba o processo ele se agacha ofegante.

-Não te considero mais como irmão. Não conte comigo para nada.

E com um clarão de luzes deixando todos momentaneamente cegos ela vai embora.

-Acho que podemos cancelar esse casamento, foi uma catástrofe! -Bam diz com um sorrisinho no rosto.

-Idiota! -digo brincando. -Você devia ter pedido para ela nos levar para casa primeiro!

-E perder meu primeiro dia como humano em uma praia no caribe? Nem a pau!

Eu sorrio e o abraço. Aposto que nem os deuses sabiam como seria minha vida agora. Mas valia a pena, porque eu estava livre para fazer qualquer escolha que eu quisesse. E agora eu só gostaria de entrar, com vestido de noiva e tudo, dentro do mar com o ex-deus e ex-noivo.

FIM.

Palavras: 847

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