A estrela que caí

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A maldita música não saiu da minha cabeça durante toda a semana e todos os dias eu acordava com uma sensação estranha e com um vislumbre daquele céu preso na memória

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A maldita música não saiu da minha cabeça durante toda a semana e todos os dias eu acordava com uma sensação estranha e com um vislumbre daquele céu preso na memória. Matheus disse que eu deveria procurar um psicólogo, que estava louca e paranoica. Eu o xinguei bastante no início, mentalmente, é claro, não quero ferir seus sentimentos. Mas na sexta feira eu já começava a achar que ele tinha razão, ou que tinha me jogado alguma bruxaria ou maldição.

Mais uma vez estávamos sentados atrás do balcão, o fim de tarde chegava e organizávamos as coisas para o fim do expediente. Por vezes, involuntariamente, eu acabava por murmurar a música e só percebia quando via que Matheus me olhava esquisito pelo canto do olho.

-Hoje é seu dia de fechar né? -ele pergunta guardando seu crachá.

Eu afirmo e me despeço dele. Comprimento o vigia antes de ir embora e desço a escadaria para a rua. O céu escurece aos poucos trazendo a noite, por um minuto imagino ter visto algo brilhando entre as nuvens cinzas. Meu celular vibra no meu bolso e vejo no indicador de chamada que é o Matheus.

-Que foi? -pergunto ao atender o telefonema.

-Oi pra você também. -ele responde.

-Matheus, eu estou indo pra casa, quero chegar antes de ficar tarde, fala logo o que você quer, por favor. -digo acrescentando o "por favor" no final para parecer menos grossa.

-Acho que eu vi uma estrela cadente. -sua voz sai preocupada.

-Sério que você me ligou para isso Matheus? -indignada eu reflito seriamente se deveria desligar na cara dele.

-É que parecia que ela estava indo para a região onde fica a sua casa...

-Ai, Matheus, se uma estrela cadente fosse cair na terra ia fazer um estrago grande e além do mais, os cientistas já teriam previsto tudo e contatado a população, né? Larga de ser besta.

-Mas...

-Eu estou indo para casa. -digo cortando sua fala. -A gente se vê depois.

Não espero ele responder e desligo o celular. Será que esse menino está metido com rituais ou coisas do tipo? Fico o caminho todo pensando nessa maluquice. Estrela cadente! Era só essa que me faltava! Do jeito que ando sortuda, se estra estrela realmente cair vai ser lá em casa.

Sorrio sozinha enquanto viro a esquina da minha rua. Logo percebo que meu telhado está meio esquisito, algumas telhas estão em um ângulo que eu acho que não era para estarem. Levo minhas duas mãos ao rosto e respiro fundo.

-Não acredito! -desabafo antes de sair correndo até a porta.

Coloco a chave na fechadura, não há nenhum sinal de arrombamento, o que me deixa um pouco mais aliviada. Hesito um pouquinho antes de entrar. Não sei se quero ou não ver o estrago que provavelmente está na minha casa.

Criando coragem giro a maçaneta e quando vejo dentro a primeira coisa que faço é tampar um gritinho com a mão. Tinha um buraco no meu teto, poeira por todo lugar, minha mesa da cozinha tinha quebrado as quatro pernas e sentado em minha capa com as pernas cruzadas e as mãos juntas, me encarando seriamente, tinha um homem que eu nunca vi na minha vida.

-Já estava na hora de chegar. -ele diz com uma voz autoritária e profunda.

 -ele diz com uma voz autoritária e profunda

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Palavras: 550

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