Enganando uma divindade

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Não sei o que fazer

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Não sei o que fazer. O estranho me encara ainda sorridente. Quero que ele saia da minha casa agora, mas não quero correr o risco de expulsa-lo e ele fazer tipo o que fez com meu teto, só que ao contrário.

-Então... você pretende casar comigo? -digo com receios, mas ainda sem acreditar nessa baboseira.

-Claro, recusar um sacrifício dos meus súditos seria muito indelicado e uma falta de educação.

-Ok, ok. -respiro fundo. -E como um bom deus você respeita as normas do mundo humano, não é?

-Bom... sim. -ele diz pensando um pouco. -Por questão de ética. Esse é um termo que vocês conhecem, não?

-Sim. Então, por questão de ética, infelizmente preciso que você se retire da minha casa. -tento falar da forma mais amena que consigo.

-Mas eu vim para me casar com você, não posso ir embora. -ele reclama.

-Mas é que nos nossos costumes a noiva e o noivo não podem dormir no mesmo ambiente antes do casamento. Seria vergonhoso para mim se você descumprisse essa norma da nossa sociedade. -digo essa mentira deslavada com a maior cara de inocente.

-Nunca tinha ouvido falar dessa norma. -ele diz pensativo.

-Nós humanos somos muito reservados sobre o matrimonio, algumas regras são subentendidas mesmo. -faço um movimento de desdém com as mãos. -É assim por que é, não foi eu que inventei isso.

-Então, já que é assim. -ele para um tempo para pensar e se levanta da minha cama. -Irei sair e retornarei quando acordar.

Quando ele sai porta a fora eu nem acredito que a minha mentira tinha dado certo. Rezo mentalmente para que ele não descubra e venha jogar uma praga divina em mim. Deito na cama enfiando a cara no travesseiro. Fico em dúvida se ligo para meus pais.

Faz um tempo que não ligo, eles se aposentaram não faz muito tempo e resolveram viajar pelo mundo para comemorar os quarenta anos de casamento, bodas de esmeralda não são para qualquer um. Eu tinha prometido que não iria atrapalhar a viagem deles com ligações desnecessárias, mesmo morrendo de saudades, mas acho que essa situação pode ser um pouco emergencial.

Sei que a ligação ficará uma fortuna, essa semana minha mãe mandou mensagem avisando que estavam na Turquia, não sei qual é o fuso horário, mas torço para estarem acordados enquanto disco o número. Porém, como eu já esperava, cai na caixa postal e eu resolvo deixar um recado.

-Oi mamãe. Desculpa está te incomodando, como está a viagem? E o papai? Quando ouvir esse recado me mande uma mensagem... -digo e penso em desligar, mas resolvo que agora que eu liguei não faz mal perguntar. -Eu queria saber se... humm... se você ou o papai sabem algum histórico na família de promessas de casamento para deuses ou coisa assim... Sei que parece estranho, mas é uma pesquisa do museu, sabe? Então... se souber alguma coisa me mande uma mensagem o mais rápido possível, ok? Te amo! Tchau!

Desligo o celular com um peso no coração. Se essa promessa foi de não sei quantos mil anos atrás era provável que nenhum dos meus pais soubessem de nada. Aliás, quem disse que esse tal de Bam está certo? As pessoas se casam e as famílias se misturam, quem garante que a prometida a casamento não é outra pessoa?

Me deito na cama e afundo a cabeça no travesseiro. Pelo menos amanhã será sábado e é meu dia de folga! Menos um mal! Espero que esse deus fique longe por tempo o suficiente para que eu possa pensar em uma solução para me livrar dessa.

 Pelo menos amanhã será sábado e é meu dia de folga! Menos um mal! Espero que esse deus fique longe por tempo o suficiente para que eu possa pensar em uma solução para me livrar dessa

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Palavras: 600

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