Capítulo 2 - Sangue e ferrugem

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"Eu preferiria lutar do que deixar outro morrer.Nós somos o problema, mas também somos a solução. Toda esperança se foi"

-Slipknot - All Hope Is Gone


   Enquanto isso, em um lugar não tão distante da Gaiola, bombas caem do céu avermelhado, jogadas por caças aéreos . As bombas que caíam eram cilíndricas sem pontas, que ao se chocarem com o chão não explodiam, ficavam paradas em pé, onde todos os soldados vestidos com trajes futuristas completamente de metal que cobria todo seu corpo como se fossem robôs, gritavam:

— Bomba magnética! — E em seguida corriam o mais rápido que podiam com seus trajes que maximizavam sua corrida.

No entanto, não era suficiente, a bomba abria dos lados e criava um campo que se expandia a sua volta em um raio de cinco metros. Todos os robôs e soldados que estavam dentro daquele raio tinham suas armaduras e corpos — no caso dos robôs — desativados por efêmeros segundos, enquanto a bomba começava a apitar e quando os bips que ela emitia já se tornava apenas um som homogêneo bem alto, explodia naquele raio, desativando os robôs permanentemente e deixando as armaduras fora de funcionamento. O que fazia com que outros robôs ou soldados armadurados, os tirassem das armaduras.

Porém ao fazerem isso a pele dos soldados entrava em contato com o Sol, começa a abrir feridas gradualmente, que entre emaranhados de enfermidades que surgiam sobre sua pele, emergiam bolhas que derramavam pus e sangue. Os soldados que entravam em contato com o aquele Sol vermelho gritavam como se estivessem perdendo o couro da face e realmente estavam. A dor era indescritível, imagine passar horas e horas com as costas expostas ao Sol e descarná-la completamente, porém, imagine essa dor em sua face.

Tiros ecoavam por todas as partes, soldados caíam sem vida sobre um pó fino e avermelhado que banhava o campo de batalha onde não havia concreto ou destroços de construções gigantescas de metal oxidado. Robôs inoperantes eram usados como escudos e alguns avançavam destruindo tudo que havia no caminho, outros acompanhavam, mas tornavam-se um amontoado de sucata, perfurados por balas ou explodidos por minas terrestres.

Na retaguarda ficavam os Snipers em cima de edifícios abandonados e mais atrás a tropa de apoio médica e mecânica que ficava em barracas, sendo vigiada por uma ou outra UDM e algumas UTBs que eram usadas para fazer rondas armadas servindo de isca para invasores. A tropa ficava na sombra de prédios abandonados da antiga civilização humana que vivia na superfície sem precisarem isolar-se do Sol para sobreviver.

No horizonte podia-se ver entre os edifícios uma estrutura metálica gigantesca, era como uma muralha pouco enferrujada que se estendia a dezenas de metros para cima e dezenas de quilômetros para os lados, ela ia muito além do que os olhos humanos podem enxergar.

Um dos soldados que havia perdido boa parte do couro da face era levado com um pano grosso cobrindo todo seu corpo para a retaguarda onde ficavam as tropas de apoio, era um conjunto de várias tendas que passavam entre os prédios, chegando a ocupar vários andares. Havia lá vários soldados deitados em macas com queimaduras por várias partes do corpo e ferimentos mais graves, junto a eles em algumas macas estavam Unidades sem braços ou pernas, tendo novos membros implantados. Era uma mistura de humanos e máquinas, não tendo distinção de nenhum, era como se todos fossem iguais ali.

Duas enfermeiras acompanhadas de uma UTM — Unidade de Tratamento Médico — iam para o tratamento do soldado.

— Eu vou ficar bem, doutor?

— Depende da sua sorte, você tem 20% de chances de não desenvolver câncer.

— O quê?!

SAW : Projeto 42 . Uma Distopia PerfeitaOnde histórias criam vida. Descubra agora