É mais fácil obter o que se deseja com um sorriso do que à ponta da espada. — William Shakespeare
Os passos de Arduin ecoavam pelos corredores ,por volta de uma hora, armava-se com dois rifles de assalto, um preso por uma bandoleira e o outro sempre erguido, pronto para atirar no que não quisesse colaborar. Protegia-se com colete e capacete e, por via das dúvidas, carregava um escudo nas costas.
Drones o seguiam, alguns apenas passavam reto, significava que poderia haver algo espreitando na escuridão dos corredores. Seus passos começavam a soar mais lentos, cauteloso como um coelho que se aproximava de seus predadores, tentado a conseguir comida.
"Instalando Recursos adicionais", uma voz masculina ressoava entre a escuridão do corredor. Uma Unidade prostrava-se ali, e pelo visto, havia encontrado uma tomada. Ao se aproximar um pouco, deparou-se com uma UCI jogada ao chão, seu visor carregava arquivos adicionais. Um enorme ventilador ao teto que ajudava na circulação de ar da Gaiola girava lentamente, suas hélices escondiam um buraco nas paredes da ETA, buraco esse que dava para um melancólico céu vermelho, iluminando parte do corredor.
— Olá Unidades, sou eu, a Unidade Máxima. O número de baixas desta semana foi relativamente inferior comparado à semana passada. Já está na hora de expurgar seus defeitos. Está na hora do expurgamento! Você tem uma hora para isso!
— Maldito... — Um mapa aparece no visor de Arduin. Onde sinalizava Unidades a sua volta.
"Recursos adicionais instalados"
— Está na hora... — Ao perceber Arduin próximo, levanta-se em posição de combate.
— Acalme-se! Você não precisa destruir mais ninguém, podemos conquistar a liberdade juntos, ninguém mais precisa ser desativado!
— Eu já estou conquistando-a! — Ele Brande lâminas retráteis de seu antebraço.
Com golpes diagonais, a Unidade tenta cortar Arduin com suas duas lâminas que refletiam a luz ao fundo do corredor, porém, algo bloqueou o fundo, havia algo ali, mas era monocromático, o que dificultava a identificação. Alguns golpes cortavam a carcaça da Unidade, arranhões tornavam-se pequenas aberturas em seu peitoral, provocadas pelos ataques da Unidade.
— Talvez a UCP estivesse certa... Me desculpe por ter que fazer isso! — Arduin saca seu rifle.
Esquivando-se de uma estocada e girando para o lado, ele aponta sua arma para a UCI, e na mesma hora balas começam a ser regurgitadas. No entanto, não eram de sua arma, e sim de outra Unidade que se ocultava na escuridão do corredor.
— Está na hora do expurgo! — Uma Unidade cinza de membros finos gritava.
— O que?! Será que é o... ? — Ele se protegia com o escudo enquanto corria para longe.
Feixes de luz alaranjados expelidos juntos às balas identificavam a Unidade e as arma que ela usava. Uma UAA – 901 portando duas Glocks de pente alongado.
— Não... Não é ele... — Arduin se tranquilizava.
— Eu fui feito para resistir a essas suas munições fajutas de 9 mm! — Algumas balas perfuravam a carcaça da UCI, outras ricocheteavam. Suas pernas robustas impulsionavam seu corpo em direção da UAA, ela raspava suas lâminas no chão, criando enormes faíscas enquanto corria. E com um golpe só, usando suas duas espadas de dois gumes, arranca a cabeça da Unidade cinza. Era como cortar manteiga, cortes tão suaves, porém completamente mortais.
— Unidade fajuta...
Arduin escondia-se na escuridão, assistindo toda aquela brutalidade.
— Você deu sorte UAM! Já deve estar longe... — A UCI recolhe um cinto que estava com a Unidade de Ação Ardilosa, havia apenas uma. — Podia ser uma C4, mas tudo bem, isso dá pra amedrontar um otário... Olha só, uma UTB por perto, está na hora de eu treinar um pouco mais. — Com gargalhadas cínicas, a Unidade sai correndo em disparada para a escuridão do corredor.
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SAW : Projeto 42 . Uma Distopia Perfeita
Science Fiction#1🥇 na classificação Ficção científica no concurso Mundo Fantástico. #5🎖️na classificação "Robô" - 30/05/2020 O que nos torna o que realmente somos? Poder pensar ,agir e controlar nossos instintos? O que nos torna humanos? Ter uma personalidad...