Capítulo 5 - Uma nova Unidade.

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"Se A é o sucesso, então A é igual a X mais Y mais Z. O trabalho é X; Y é o lazer; e Z é manter a boca fechada." - Albert Einstein

— Você vai ficar bem, UCP! — Silver arrastava o corpo imóvel do Vermelho. Mesmo quase não conseguindo manter-se em pé, com suas costas cortadas e algumas fiações rompidas, fazia o possível para salvá-lo. — Me perdoe se eu não conseguir... Acho que entrarei em modo de economia em breve...
— Não... Se...
— Você consegue falar?! Que ótimo!
—... Preocupe — A UCP terminava.
— Vamos acabar com ele, Arnold! — Uma voz familiar para a UCP ecoava em meio à escuridão. Ele já não sabia distinguir se estava na Gaiola ou em outro lugar.
— Devemos...?  — Um desejo incontrolável de questionar tal voz surge em seu peito.
— É o necessário... Nós vamos, irmão! Vai sair tudo como planejamos... — Um efêmero feixe de luz cegava a Unidade, mas que aos poucos, retomava a visão.
Era como se ele assistisse um filme, não controlava seu corpo, muito menos o que dizia... A sua frente, uma mesa metálica com dezenas de bombas sobre tal. Um homem vestido com grossos panos e óculos de Sol mostrava a UCP um mapa de uma cidade. Aos poucos, sons de batimentos de coração pulavam em seu peito, de certo não estava em seu corpo robótico, mãos humanas ostentavam carne por todas as sua extensão. Algo completamente estranho para a UCP, nunca vira algo tão peculiar antes...
Sem falar da sensação... O toque, era como se estivesse vivendo aquilo, como se fosse um homem pela primeira vez em sua vida, se é que ele um dia teve o prazer de dizer que a tem.
—Já estão prontos? — Uma outra voz ecoava, adentrando a sala onde estavam os dois. Uma voz feminina, doce e que ansiava por algo.
Ao se mostrar aos dois, percebe-se seus trapos velhos que cobriam toda sua feminilidade, óculos redondos de um cenário steampunk, de certo quem se ocultava por detrás de tais panos fosse Ágata.
                                ***
— Está pronto! — Arduin terminava de reparar a UTB, enquanto seus circuitos devaneavam em pensamentos receosos em relação a tudo o que acontecia.
Algumas apartes do antebraço do Azul estavam soldadas com demais metais para sustentar suas novas armas. Ao longo da sua carcaça saltavam remendos de solda, certamente por onde passavam as fiações das serras. Seu antebraço estava completamente reconstruído, não era mais apenas um fino amontoado de sucata, agora contava com uma camada extra de metal para resistência de golpes e balas nove milímetros. Sua panturrilha fora concertada, agora o preto se mesclava com o a pintura vermelha do metal usado para preencher os buracos de balas.
— Arduin... — A Unidade Azul observava seus novos membros. — Muito obrigado!
— Por nada! Quer testar em alguma carcaça seus brinquedos novos?
— Por que não?
— Parabéns, Unidades! — A mesma voz masculina ressoava por todos os cantos da Gaiola. — Sou eu, A Unidade Máxima! É com orgulho que venho vos dizer, que a ETA está com apenas trinta e cinco sobreviventes! O número de baixas desta semana bateu recorde, continuem assim e serão os grandes merecedores de fazerem parte do Salgueiro de Andrômeda! Deus salve o imperador! É graças a ele que vocês estão tendo essa oportunidade, sejam gratos!
E como de praxe, pelos corredores ecoavam gritos fanáticos de Unidades com sede do óleo que escorre da junta das sucatas, com fome da fiação e das peças de cada uma, sobretudo, o inexplicável anseio robótico de ser uma das últimas Unidades ativas, velejando em um mar de corpos e atrocidades nunca antes presenciadas frente a frente por humanos.
— O quê é “Salgueiro de Andrômeda”? — A UTB indaga.
— Gostaria dizer que sei... Mas nunca ouvi falar... Mas, me diz, já pensou em algum nome?
— Ainda estou pensando...
— Que demora! É algo tão simples...
— Então como você criou seu nome?
— Simples, um dos componentes que nos mantém funcionando chama-se Arduino. E foi assim que pensei em um nome! — Ele termina levantando seu polegar, fazendo um joínha.
— Ah! Tá.
— Enfim, vamos logo — Arduin olhava o céu alaranjado do amanhecer. — antes que chegue o meio dia!
— Por que antes do meio dia?
— É quando a área proibida vai começar a fechar novamente... Gosto de treinar perto dela, já que quase nenhuma Unidade chega lá perto.
Ambos se equipavam para saírem, portavam coletes, capacetes, no entanto, a UTB havia deixado os rifles que eles tinham, para trás na sala estava a tomada especial.  Para defesa pessoal, Arduin levava um pedaço cortante de sucata que estava em sua pilha.
— Alguém passou por aqui... E não faz muito tempo! — Arduin observava a fumaça saindo do peitoral de algumas Unidades desativadas, largadas ao chão.
— Talvez algum deles tivesse boas habilidades... — A UTB os subtraía.
— A esse ponto a maioria dos sobreviventes não deve estar subtraindo mais ninguém...
— E por quê?
— A maioria deles acha que já têm todas as habilidades que precisam! — Arduin vasculhava os corpos em busca de alguma arma ou munição que pudesse ser utilizada posteriormente. — Ótimo! Achei uma UZI! Nunca usei uma, mas acho que não deve ser difícil... Ainda tem algumas balas, perfeito.
— Eu também achei algo aqui... — A Unidade prostrava-se no chão, seu visor sinalizava: “Baixando arquivos de combate avançado”.
Entretanto, havia algo dentro dele, porém, nunca coube espaço em seu vocabulário para descrever tal experiência, afinal, em toda sua suposta vida de robô nunca pôde experimentar uma fatia do bolo chamado: “sensações”. Quem dirá deliciar-se na embriaguez dos sentimentos. Seu corpo estava sendo sugado para um abismo, conseguia sentir o desespero de cair de uma grande altura. Seus olhos se cegavam efemeramente  com a claridade de uma enorme bola de fogo que se erguia ao céu, chamado de Sol, que em conjunto a ele, nuvens eram sopradas pelo ar quente da primavera, pintando o céu azul de branco por diversas partes. Uma verdadeira obra de arte feita por Deus.
Seus pensamentos fluíam alto, sem poder conter o medo de tudo aquilo... “Onde estou?”, “O que são essas coisas brancas nesse céu azul?”.
— August! — Uma voz feminina gritava. Em conjunto a ela, uma enorme explosão.
Escombros tomavam conta da vista da UTB, não havia mais um céu azul com nuvens brancas, e sim um amontoado de pedras e cascalhos. O som do vento soprando contra seus ouvidos tornara-se em um zumbidos. A sensação de liberdade e bem-estar, se tornava em desespero e dor... Dor de ter suas pernas carbonizadas enquanto seu corpo era soterrado por escombros.
— Merda, UTB! Aqui não... — Ele começava a arrastar a Unidade junto com a carcaça da outra para não interromper o download. — Eu não sou uma UCP pra conseguir carregar duas Unidades ao mesmo tempo...
Entretanto, em meio ao arrastar do metal que se estendia pelos corredores, alguns passos emergiam dentre o desconfortável barulho de metal arranhando metal. Sobrevoava o corredor, drones, entretanto, um deles se diferia entre os outros, era amarelo com algumas partes emendadas de metais de outras cores, criando um arco-íris móvel, que os observava incessantemente.
— Uma Unidade roubando outra? — Uma voz masculina ecoava da penumbra. — Isso é novo pra mim! — Um feixe de luz cega efemeramente Arduin.
— O que você quer?!
— A mesma coisa que todos! — O engatilhar de uma arma oculta pela na penumbra ressoava. — Põe a UTB no chão, joga pra cá tudo o que vocês têm!
— Eu tenho só uma UZI... — Arduin chuta a arma para a Unidade misteriosa.
— Tira esse colete e me dá! — Ele observava as serras o corpo modificado do Azul. — Que tipo de aberração ele é?! Foi você que fez isso com ele?
— Não... — O visor da UTB marcava 50%
— Não minta pra mim! Como você fez isso?!
— Não fui eu...
— Eu não ligo! Fica deitado com a entrada para cima! Você vai presenciar algo inédito na sua vida!
Ele se aproximava apontando seu um rifle para Arduin, enquanto uma lanterna que ficava presa em seu ombro, impedia a identificação da Unidade que se deixava todo o peso de seu corpo apoiado nas costas de Arduin por um joelho. Enquanto com um pedaço de sucata, tentava  abrir a tomada da Unidade Verde.
— O que você está fazendo?!
— Você vai voltar a ser o mesmo de quando chegou aqui! O mesmo amontoado de sucata sem habilidade cognitiva nenhuma!
— Por que você tá fazendo isso?!
— Por quê?! Por que vocês vão ser meus brinquedos! — A Unidade cochichava no pescoço de Arduin.
— Não faz isso! Por favor... Só queríamos pegar algumas tomadas...
— E eu também... Mas, eu prometo que você não vai se lembrar de mais nada!
— UTB! Acorde! Acorde UTB!
— Shhhh, shhh, cale a boca... — A entrada da tomada de Arduin estava à mostra, não havia mais uma capa de metal a protegendo. — tudo vai acabar em breve, eu prometo! — Lentamente, saía o cabo USB do dedo da Unidade.
— Socorro!
— Cala a boca! — Com uma coronhada na têmpora robótica de Arduin, seu visor se trinca. — Vai tudo ficar bem... Você não se lembrará de nada!
“Arquivos baixados com sucesso” o visor da UTB avisava.
— Me ajude , UTB! — Arduin exclamava.
A Unidade oculta pelas trevas do corredor aponta seu rifle para a UTB, no entanto, a distância entre os dois era curta, fazendo com que o Azul segurasse o cano da arma para cima, longe do seu alcance.
— UTB maldita!  — De imediato a Unidade saca uma pistola.
Balas começavam a serem cuspidas do estojo de ejeção, as chamas da arma iluminavam a face da Unidade banhada pela escuridão. Uma carcaça amarelada, com os mesmos membros finos da UTB, porém, em seu peito, sinalizava: “UTA”.
Todavia, o Azul fora modificado para resistir a balas 9 mm em seus antebraços. Assim, então, usando-os como forma de defesa contra ás munições. Suas serras começavam a girar como se estivessem ansiando cortar algo, sedentas pelo sangue robótico, chamado de óleo, faminta por carne de Unidades, chamadas de sucatas. Aos poucos a UTB se aproximava, repelindo a maioria dos tiros que eram desferidos contra ele.
— Você não é uma UTB comum... Então... Quem você é? O que você é?! — A UTA baixava sua arma já descarregada.
— Você tem razão! Por que eu sou... — Com suas lâminas sedentas por fiações, com cortes transversais e precisos na garganta da UTA, ele terminava. —... Saw, a Unidade 42!
A carcaça da Unidade caía sobre o corpo de Arduino, que imediatamente o arrastava para longe, além de saquear todas as armas que a UTA portava.
— É a primeira vez que encontro uma Unidade de Treinamento Avançado... Dizem que elas foram feitas para serem mais resistentes... Não me pareceu muito!
— Você está bem?  — A UTB o ajudava a levantar.
Não era apenas seu corpo ou seu nome que havia mudado, algo estava diferente em seus circuitos, ele devaneava em uma lembrança que nem ao menos se recorda que um dia aconteceu... Já que nunca saíra do interior da sufocante Gaiola, quem dirá sonhar em um dia ver o céu azul novamente, muito menos um corpo humano para sentir o aconchegante abraço da vida, o vapor quente dos dias de verão, a chuva escorrendo pela sua pele e o beijo alucinante da morte...
                               ***
— Os cientistas têm um avanço, senhor! — Diz o soldado que abria lentamente a porta do quarto onde estavam sentados o velho e o andróide.
— Foram com os projetos de Mark? Se não foram, não me interessa!
— Eles mandaram dize que foi, senhor!
— Você é a verdadeira desgraça da inteligência, Mark! O que seria eu sem você?
— Uma desgraça da genialidade.
  Os dois caíam em gargalhada, mas logo o senhor começava a tossir ebriamente, colocava a mão na frente por higiene, ao tirá-la, via algumas gotas de sangue e com seus olhos verdes, olha esperançoso para Mark e diz algumas palavras roucas que rasgam sua garganta:
— Deus salve o imperador!
  O senhor levanta-se com a ajuda de Mark e do soldado, ele parecia usar quase todas suas forças para levantar-se daquela cama. O edredom que o cobria caía lentamente, escorregando pela sua pele pálida já enrugada com o tempo. Seu peito estava a mostra, dentre os pelos brancos do peitoral, havia um tubo que saía de dentro da sua carne. Parecia levar sangue para outra parte de seu corpo, mas o edredom cobria o resto.
Mark veste uma camisa e um jaleco branco no velho, ele puxa o edredom de cima dele para vestir a calça e o sapato. Agora pode-se ver que o tubo leva para uma pequena máquina, um cubo metálico de pouco menos de um metro de altura, com uma parte de vidro, onde havia um coração mergulhado em um tipo de líquido espesso. Bombeando sangue para aquele tubo que levava ao velho.
O cubo tinha rodinhas e uma alça, parecia mais uma mochila de rodinhas. Mark leva a “mochila” enquanto o velho andava arrastando seu calçado em ritmo lento e cansativo por longos corredores, até chegarem a uma enorme e espessa porta metálica que se abria diante sua presença.
Ocultava-se atrás da porta uma enorme sala branca, com paredes de vidro que a dividam em quartos que se estendiam por todos os lados. Em algumas desses quartos de vidro, haviam cientistas de jaleco que faziam testes em robôs. Alguns desses androides debatiam-se amarrados em macas, outros gritavam desesperadamente:
— Nós somos uma mentira!
  Logo em seguida os cientistas abriam suas cabeças, desconectavam alguns fios e a gritaria distópica cessava.
— Senhor senador, — Um dos homens que estavam dentro daquela sala cumprimenta o velho. — conseguimos um avanço!
— Me mostre logo!
—Me sigam.
Os quatro seguiam por um corredor de vidro, olhando as atrocidades que as máquinas eram submetidas, algumas eram espancadas com pedaços de ferro, outros tentavam pegar um objeto, mas eram empurrados, fazendo-os tentar incessantemente até terem uma reação.
— Como pode perceber, os testes foram mudados, agora não só testamos suas capacidades de aprender, mas desenvolvemos um sistema de aprendizagem superior ao antigo.
— Vá logo ao ponto! — Diz o senador.
— Enfim, antes nós simplesmente íamos jogando os robôs na ETA, os que tinham defeitos cognitivos eram descartados por outros robôs lá mesmo. Agora não, fazemos os testes aqui. Assim o estado não terá desperdício de dinheiro.
— Pare de me enrolar, isso não me importa. Quero ver o projeto! — O velho passa a língua entre os dentes superiores da frente, fazendo um tipo de grunhido com a baba.
Eles chegavam a uma sala inteiramente privada das demais, onde somente aqueles autorizados podiam entrar. A última sala do corredor, justamente aquela fechada por trancas eletrônicas e vigiada por guardas. No seu centro havia um pano azul que cobria uma espécie de armadura, próximo ao pano, alguns cientistas, e dois guardas.
— Aqui está! — Com todos já dentro da sala, a porta se fecha e um dos cientistas tira o pano.
Um corpo robótico sem cabeça, feito de metal fosco, com várias irregularidades e espaços vazios, uma espécie de armadura? Um novo tipo de arma? Um novo projeto de androide?
— Meu corpo... Essa porcaria de sucata é o meu novo corpo?! — O senador grita, mas logo em seguida começa a perder o fôlego.
— Acalme-se, você não pode se estressar desse jeito, lembra? — Diz Mark. — Qual a novidade? Já é a segunda vez que vemos um corpo assim.
— E está melhor que antes, as ações não estão tão robotizadas como antes, sem contar que o corpo já tem um sistema respiratório artificial. — O cientista que estava com eles aponta para um aquário com um pulmão artificial mergulhado.
      —Se me estressarem mais uma vez, já sabem o que acontecerá! — O velho olha para o cientista que os acompanhava e põe a mão em seu rosto. — Ainda bem que você sabe falar... Não me decepcione. — Continua enquanto saía da sala. — Como vai a ETA?
— Progredindo como sempre, a UTB parece estar ganhando cada vez mais audiência, ele é um dos mais assistidos.
— Que bom! Espero que ao menos um deles fique vivo até o final dos testes. O grande torneio tem que começar em breve! O povo pede por isso... Principalmente depois do ataque no ano passado!
— Não vai perguntar da Alice, senhor? — Mark perguntava.
— Pouco me importa ela estar viva ou não, ela sempre foi um fardo naquela cadeira de rodas. Agora ela tem tudo o que sempre quis, e eu também. Já estou velho, não preciso me preocupar com ela! Apenas meu pequeno Girassol me importa no momento...
— Se me permite, senhor, vou me retirar. — O cientista tentava sair dali.
— Não permito! Me acompanhe... Qual seu nome mesmo?
— É Hector, senhor!
— Ah! Sim! — Eles se dirigiam para um elevador que ficava ao final do corredor, fora do laboratório.
— Para onde vamos? — Pergunta Hector.
— Guarde sua saliva, não gaste meu tempo à toa!
—...
O elevador marcava septuagésimo quinto andar, o último do arranha céu. As portas de metal abriam-se, um corredor que ligava outras cinco salas, e ao final, uma porta francesa feita de um vidro opaco. Com passos cansados, o velho os guiava para a sala em especial no final do corredor.
— Os dias aqui são cinza... — Diz o velho enquanto adentra na sala, se dirigindo à enorme janela que ia de uma parede a outra.
Seu olhar frio se tornava melancólico, o castanho escuro de seus olhos tornava-se preto com o reflexo das nuvens cinzas que pairavam bloqueando a vista da cidade. O velho virava-se dirigindo sua atenção para Hector, que sentava-se em uma das cadeiras da enorme mesa de reuniões.
— Sabe por que está aqui?
Hector apenas balançava sua cabeça com negações, enquanto Mark soltava algumas efêmeras gargalhadas.
— Você se lembra de seu juramento não é? — Continuava o velho.
— É claro...
— Pois bem! Meu coração já não funciona mais como antes, sou quase uma máquina com alma... Você sabe que eu preciso de um novo corpo! Um corpo perfeito, como Mark lhe mostrou no projeto!
—... — Algumas gotas de suor emergiam de sua pele. — Estamos quase...
— Eu preciso disso! Entende? Entende não é? Você se lembra de o que aconteceu com os outros cientistas que falharam comigo?
—... Sim...
— Que bom, então faça jus ao seu nome, antes de acabar na mesma lixeira que os pedaços deles! Faça meus dias cinzentos se tornarem coloridos, independente de toda essa melancólica cidade!
—...
— Estou com meus dias contados... Isso já não é novidade pra ninguém! E eu preciso encontrar minha filha... Meu pequeno Girassol! Faça o Sol dentro de mim brilhar, para que eu possa ver meu girassol desabrochar. Quero poder abraçá-la novamente... — Lágrimas começavam a escorrer na pele flácida do rosto do governador. — Como eu sinto sua falta... — Ele cochichava.
— Você deve estar se perguntando o motivo de estarmos justamente nessa sala, Doutor Hector! — Mark dirige-se a um projetor que iluminava um quadro em branco. — Observe.
Ele projetava alguns projetos de corpos robóticos no quadro em branco.
— É isso o que eu quero!
— Você?! — O senador exclamava.
— Nós! Suas vontades também são as minhas, senhor!
—... Bom mesmo!
— Você precisa criar o corpo perfeito em menos de três meses! Precisa transformar aquele amontoado de sucata que está no laboratório nisso! É feito de fibras musculares sintéticas fundidas com grafeno.
— Mas, senhor, isso é absurdamente caro, a instalação é muito arriscada, o senhor pode virar um vegetal se erramos em apenas 0,01% da instalação do traje! Sem falar que nesse tempo é quase impossível...
— Quer ter seus restos jogados os cães?
—...
— Então faça! Não perguntei nada!
— Então precisarei de uma equipe com os melhores cientista e toda verba disponível...

Olá leitores e leitoras! Espero que tenham gostado desse novo capítulo, foi um pouco menor que os outros pois queria deixá-lo mais leve e dinâmico. O que acharam?
Qualquer erro de gramática, me corrija, por favor!
Demorei para postar o capítulo devido problemas no computador, estou escrevendo pelo celular!

Críticas construtivas são sempre bem vindas!

SAW : Projeto 42 . Uma Distopia PerfeitaOnde histórias criam vida. Descubra agora