AFRO

Capítulo VII

                        CAPÍTULO VII
Andamos o dia todo, fazia-se tarde, o sol estava prestes a pôr-se, a
carruagem parou.
- Chegamos! disse Baakir. Olhei para frente e vi a aldeia 6 seus portões
faziam um X, tinha dois guardas na entrada principal, eram carecas e
usavam roupas de pele, nos aproximamos com a carroagem, os guardas
fizeram sinal para pararmos e o cavalo parou. Ashia desceu da carroagem.
- Meu nome é Ahia, filha da líderf da aldeia 3, quando Ashia mencionou
sua aldeia os guardas ficaram surpreso.- Precisamos falar com vosso líder,
urgente!
- Desçam da carruagem e deixem suas armas fora, pensei logo no
machado, eu precisava entrar com ele.
- Podemos deixar nossas armas mas há uma específica que precisamos
entrar com ela, disse Ashia.
- Visitantes armados são visitantes mortos, disse o guarda.
-Tá bem, disse Ashia. Baakir desarmou-se colocou suas armas na
carroagem, Ashia fez o mesmo, Baakir estendeu seus braços para me tirar
da carroagem, ele tirou-me fiquei no chão me apoiando ao ombro dele,
caminhsamos os três para dentro da aldeia guiados por um dos guardas,
atravessamos o portão, vimos o povo da aldeia 6, era uma aldeia muito
movimentada, todos os homens usavam careca.
- Pelos panos brancos de Oxalá, Vocês todos são carecas! Disse Baakir em
voz alta, - Vosso barbeiro deve ser muito paciente! Gritou Baakir mais uma
vez, dei um toque nele para parar com os comentários pois algumas
pessoas já estavam a nos olhar estranho, todos dentro da aldeia usavam
roupas de pele, as casas eram feitas de pedras como cavernas, chegamos
ao centro da aldeia e as pessoas haviam feito um circulo em nossa volta,
no meio da multidão saiu um homem, me parecia um guerreiro pela
estrutura de seu corpo.
- Quem são vocês, perguntou o homem.
- Estes são visitantes de…

- Não perguntei a você, perguntei para eles, disse o homem cortando o
homem que nos guiou até aqui.
- Nós viemos do grande reino, estavamos participando do torneio Oxum,
mas descobrimos que o torneio era uma armadilha para matar os
concorrentes de forma que não sobrasse nenhum, isto porque
descobrimos que a rainha perdeu o poder sobre a água que tinha, nós
precisamos que vocês lutem com a gente, para podemos conquistar o
grande reino e ir para o outro lado da muralha pedir ajuda, pois se assim
continuar morremos todos. Respondi. O homem começou a rir, em
seguida todos os outros também começaram a rir a multidão toda caia na
gargalhada, logo notei que aquele homem era pai de Baakir.
- Vocês querem invadir o grande reino? Disse o homem rindo-se, vocês
não têm noção do que falam.
- Onde está Bomani, perguntou uma senhora que se fazia presente ao
lado do líder da aldeia, -onde está meu filho?
Baixei a cabeça e suspirei.
- Bomani está morto, ele morreu enquanto nós tentavamos fugir do reino.
- Vocês mataram meu filho! Gritou o líder da aldeia, parecia enfurecido.
- Não senhor, respondi, - Foi um dos subiditos da rainha e não nós,
Bomani era nosso amigo. Consegui ver lágrimas nos olhos da mãe de
Bomani.
- Senhor eu juro por todos os orixás que nós estamos a falar a verdade.
- Só há uma forma de descobrir, disse o líder, nós temos um ritual aqui em
nossa aldeia, existem coisas que estão longe da compreensão dos homens
então deixamos os deuses decidirem por nós.
- Qual é o ritual? Perguntou Ashia
- Nós deixamos esses tipos de resposta nas mãos de Ogum o orixá das
batalhas e do metal, um de vocês terá que lutar contra o maior guerreiro
de nossa aldeia, se vencer significará que os orixás abençoam as vossas
palavras e nós estaremos obrigados a seguir vocês, mas se perderem
vocês vão em bora sm nada e por último e mais importante, a batalha é
até a morte, só um sobrevive.

- Eu aceito, disse Baakir.
- Oquê? Não! Exclamei, olha para onde estamos, olha para o tamanho dos
guerreiros aqui, isso é suicídio.
- Fico triste em ouvir você falar isso Afro, nós estamos aqui por boas
intenções e os deuses sabem e tu acreditas no poder dos orixás então
devias saber que não vou perder, fiquei calada, Baakir tinha razão, mas
ainda assim não podia deixar de me preocupar com ele.