Recomeços

Capítulo 1 - Hermione

Heey quarenteners!!! Finalmente, é com muita alegria que posto o primeiro capítulo dessa fic que tem me deixado tão animada. Essa fic é um pouquinho diferente de todas as outras que postei aqui, principalmente, porque ela tem o objetivo de fazer com que os personagens evoluam sozinhos e com ajuda dos relacionamentos também. Ela também é diferente porque essa fic estou escrevendo neste exato momento, enquanto posto pra vocês. O que significa que muitas das coisas que estão sendo escritas também são vindas de conhecimentos que tenho na faculdade e nas minhas experiências por ai também, então ela acaba sendo um pouquinho mais evoluída do que os romances que eu escrevia anos atrás (e que só postei aqui recentemente). Sei que vocês vão ficar um pouco bravos, mas já adianto: vai demorar um tiquinho pra termos um capítulo romione, mas essa historia É INTEIRAMENTE ROMIONE. Então, não se preocupem ;)No mais, chega de blá, blá, blá e vamos ao primeiro capítulo. Espero que gostem. Beijos :)

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Sentada na sala de estar de Astoria ou Tory, como gostava de ser chamada, ela repassava todos os fatores que a levaram até ali. Duas semanas atrás, a amiga ou ex-amiga, como ela achava até então, havia aparecido no apartamento que dividia com Viktor, falado palavras duras que a levaram a repensar sua vida e a arrastado para a sua casa, antes mesmo da tarde acabar, com apenas alguns pertences em uma mochila.

Tory sempre fora o tipo de amiga leal que a apoiava em todas as situações, de momentos felizes a momentos tristes, além de também dar diversas broncas quando necessário. As duas eram amigas desde o ensino fundamental e se lembrava de como a conhecera, como se fosse ontem: ela era a aluna nova, totalmente deslocada em uma sala que já estava formada desde a pré-escola e a garota parou em frente a sua mesa, com um sorriso estampado de orelha a orelha e começou a falar sem parar em todos os motivos que a faziam adorar pessoas novas na classe. As duas passaram a andar juntas no recreio a partir daí e passou a não conseguir imaginar a sua vida sem a melhor amiga, até tudo começar a acontecer.

Foi com Astoria que ela se abriu sobre brigas que tinha com os pais quando adolescente, sobre as emoções sentidas no primeiro beijo, sua primeira paixão, primeira desilusão amorosa e sobre todos os acontecimentos e decisões que tomara quando começou a namorar com Viktor, mesmo que a amiga não lhe apoiasse em nada. Não foi surpresa quando a amiga lhe contou que iria começar a cursar psicologia na universidade. Na época, conseguia enxergar o brilho no olhar da amiga quando falava algo sobre.

Seu coração se apertou quando se lembrou que, antes dela ter aparecido em sua casa, as duas já não se falavam há meses.

– Hermione? Já cheguei – Chamou a amiga que havia acabado de abrir a porta da sala.

– Hey – Respondeu quase como em um sussurro. Estava deitada na mesma posição desde que acordara.

– Precisamos conversar.

Ela sabia que uma hora ou outra a amiga iria falar com ela outra vez. O discurso feito há duas semanas com certeza teria uma continuação. Tinha a consciência que estava sendo um peso. Afinal, não havia terminado a faculdade de direito, não trabalhava e todas as suas economias, estavam em sua conta conjunta com Viktor, a qual ela não possuía a senha.

– Claro! – Respondeu se sentando no sofá e olhando para a amiga que resolveu sentar-se na mesinha de centro, em frente a ela. Seu corpo inteiro doía e ela torcia para que a dor passasse logo.

– Hermione, eu não sei nem como começar a falar contigo. – Percebia que ela estava nervosa. – Nos conhecemos a anos e eu amo você com todo o meu coração. E é por amar você que me dói demais te ver sofrer sem saber como te ajudar.

– Eu sinto muito. Eu sei que estou sendo um peso pra você, ficando aqui na sua casa... – Depois de um tempo, começara a se arrepender de ter saído de casa e seguido a amiga. Começava a pensar o que Viktor pensaria dela e como ele deveria estar possesso.

– Você não está sendo um peso, não pensei isso. Eu só preciso que você converse comigo como antes para que possamos seguir um caminho.

– Isso é muito estranho pra mim, Desculpe. A gente não se fala há meses.

– Eu sei... você afastou a todos. – Falou e seu coração se apertou.

– Me desculpe... Eu só... Eu amo Viktor. Eu nem devia estar aqui, eu não sei o que me deu na cabeça em seguir você. Ele deve estar pensando que eu sumi ou sei lá. – Sua cabeça trabalhava a todo tempo, por mais que seu corpo fosse pro lado contrário. Pensava se Viktor havia parado de amá-la, ela esperava que não.

– Hermione, meu bem... Tenho certeza que, no fundo, você sabe o que estava acontecendo com você e sabe que, quando eu bati na sua porta, era sua oportunidade. Fico chateada que, neste momento, todas as suas barreiras tenham sido reconstruídas e que queira voltar pra aquele lugar, mas não vou deixar que faça isso. Viktor é um... – Astoria se mostrava irritada com a situação. Nunca havia visto a amiga daquele jeito, nem mesmo em alguns momentos em que nem Hermione conseguiu se aproximar. Mione acreditava que aquele tipo de irritação era diferente.

– Nem continue o que estava pensando em falar sobre ele. Astoria, você não o conhece. Ele é uma pessoa incrível. – Respondeu elevando um pouco a voz.

– Claro... - Respondeu irônica, suspirando e revirando os olhos. Olhou para a amiga em sua frente e sentiu pena, coisa que jurou nunca sentir por alguém. Viu a amiga com os cabelos todos bagunçados, os olhos inchados e com diversas olheiras, os ombros caídos, as roupas amassadas. Se perguntava se ela havia tomado um banho desde o dia anterior. Respirou fundo e buscou a calma mais uma vez.

- Não use esse tom comigo. Viktor é sim uma pessoa incrível. Ele é inteligente, responsável, focado. Ele me ama, ele me ama muito... Tente entender. Não foi a toa que me afastei de você. Você não gostava dele, não gostava o suficiente de mim... Eu... – Começara a chorar em seguida. Se sentia sozinha.

– Foi isso que ele disse pra você? – Tory foi pega de surpresa. Se perguntava se a essência de Hermione estava estava escondida. – Isso não é verdade, Mione.

– Pare de agir como psicóloga comigo. – gritou Hermione, irritada com aquela situação e confusa com relação a ela própria.

– Não estou agindo como psicóloga com você. Estou agindo como sua amiga e que quer seu bem. Diferente do que Viktor possa ter dito pra você, eu repito: eu amo você com todo meu coração.

Ela sabia o que estava acontecendo com ela, no fim das contas. Sabia que não gostava do jeito rude e grosseiro de Viktor quando ele voltava do trabalho e não encontrava aquilo que ele queria. Também não gostara do que havia acontecido, pela primeira vez, três dias antes de Tory bater em sua porta. Além disso, se perguntava como teria sido se ela tivesse se formado. Mas amava aquele homem de tal forma que nunca se imaginava amando mais ninguém. Amava como ele a olhava as vezes, amava como ele chegava com flores quando eles brigavam, amava como ele a segurava pela cintura, ciumento, quando saíam juntos e de como ele a ajudava a escolher as roupas ideais para ela. Estava em uma situação complicada.

– Desculpa. – Não disse mais nada. Apenas colocou suas mãos na cabeça, em um ímpeto de se esconder da amiga, se sentindo a pior mulher do mundo e a pessoa mais estúpida possível.

A amiga, vendo toda aquela situação, torceu para que Hermione se desse conta depressa e diminuísse as barreiras, repensando todas as situações e deixando ir àquele amor que tinha por aquele homem desprezível. Torcia para que a amiga voltasse a ser, como antes, uma das pessoas mais iluminadas existentes e que pudesse voltar a vida do ponto em que havia parado. Se levantou da mesinha de centro em que estava, foi até a cozinha pegar um copo de água e passou pelo banheiro pra pegar uma caixa de lenços que se encontrava em seu armário. Por mais que não estivesse agindo como uma profissional naquele instante, até porque estava envolvida demais, aquele hábito precisaria ser feito. Voltou à sala e, lhe entregando os dois objetos, sentou-se do seu lado no sofá e a puxou para um abraço.

Hermione precisava de um Recomeço.