Recomeços

Capítulo 22 - Lavander

Oieeee, bora de #Sabadou com mais um capítulo de Recomeços? Desculpem pela frustração, ainda não vai ser o encontro dos dois </3, maaaas, eis que trago mais um empecilho pro nosso casal, por favor não me matem. Obrigada.

Beijooos, aproveitem 

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Parecia, para a mulher, que todo o restaurante havia parado para observá-la entrar e desfilar até a mesa reservada perto de uma das janelas do local. O estabelecimento, localizado em um dos bairros nobres da cidade, era um dos favoritos da loira e perfeito para um encontro com a ex-sogra.

Cabelos loiros muito bem alinhados sem nenhum fio quebradiço ou com qualquer ponta dupla, uma pele muito bem tratada desde seus 10 anos com diversos tipos de loções e hidratantes, roupas devidamente passadas e com aparência de serem totalmente novas, a postura de dar inveja a qualquer pessoa e uma maquiagem, sempre levinha, que dava a jovem um ar saudável e brilhante como o sol.

Ela era o tipo de mulher que pedia olhares, pedia atenção, pedia ternos sobre poças e rosas no chão. E ela fora muito bem treinada para esse tipo de coisa. Fora treinada para ser tratada como uma princesa, mesmo tendo uma vida na infância completamente humilde no interior e de ter escolhido uma profissão que, todos sabiam, não lhe dava dinheiro nenhum.

Não podia negar, ela realmente gostava das coisas caras, dos restaurantes renomados que Ron a levava, como o que estava naquele momento, dos presentes de grifes e de poder frequentar os locais mais badalados da cidade com o ruivo. Entretanto, o que mais queria mesmo era ser mãe e, com seus vinte e nove anos batendo na porta, ela tinha que correr com o processo.

Se lembrava bem de como conhecera o rapaz: no primeiro dia de aula do ensino médio, no pátio do colégio e completamente perdida. Precisava chegar a sua sala, entretanto, não sabia como fazer isso. Notara, é claro, que a roupa que escolhera para o primeiro dia não havia sido assertiva uma vez que chamava atenção demais, até mesmo para alguém que já estava acostumada. Havia se sentido como um peixinho fora d'agua. Queria pedir ajuda para as garotas, porém todas a olhavam de modo rude, com cara de poucos amigos e ela sabia que se aproximar apenas faria com que ela fosse destratada.

Lembrou do tempo que passou analisando as outras pessoas ao redor, se perguntando quem seria gentil o suficiente para ajudá-la sem julgá-la ou comê-la com os olhos e lembrou-se que seus olhos se fixaram em um garoto, ruivo, encostado em um canto, com fones de ouvido e mexendo no celular, sem prestar atenção em absolutamente nada a sua volta.

Como se fosse ontem, Lavander se lembrava da conversa, mínima, que tinham tido.

– Oi. – Cumprimentou assim que se aproximou do garoto. – Oi – repetiu, um pouco mais alto, acenando na frente do rosto do ruivo, quando percebeu que ele não a percebera.

– Oi. – Respondeu, assustado, retirando os fones de ouvido e focando o olhar no rosto da loira.

– Ahm... desculpa te atrapalhar... Eu sou nova aqui e...

– Está perdida? – Perguntou, sorrindo.

– Sim... – respondeu, suspirando aliviada.

– Eu entendo, até eu me perco aqui às vezes. – Confidenciou, rindo. – Que sala você está? Posso te levar até lá. Sou Rony.

– Lavander. – se apresentou, apertando sua mão.

A loira não sabia bem quando foi que se encantou e se apaixonou por ele, mas desde aquele primeiro dia, entendia que não poderia viver muito tempo sem o garoto, por mais bizarro que fosse. Talvez fosse paixão de adolescente, mas ela conseguia enxergar toda uma vida com o ruivo, com uma casa simples em um bairro sossegado e tradicional perto do trabalho, ele passando na escola para pegar as crianças, a família se reunindo em volta da mesa para o jantar, como naqueles comerciais de margarina e passeios alegres por parques aos finais de semana.