Capítulo 11 - Equilíbrio

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Voltei! Sim, eu virei a madruga terminando de escrever, editar e revisar esse capítulo, eu estava ansiosa okay? Não me julguem.

Eu recomendo ler esse capítulo sentado ou deitado. Com uma caixinha de lenços de papel e um respirador, se for possível.

🤭

Boa leitura! xoxo
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Ideia infeliz, Bongo.

Era o pensamento de Marceline, enquanto andava pelos corredores do colégio naquela manhã. Haviam se passado cinco dias desde a social na casa de Finn e Jake, e desde então ela não havia tido muito tempo para ver Bonnibel, uma vez que a mesma estava ocupada estudando para uma prova de química, que teria naquele mesmo dia. O que era bom, na verdade. Ótimo.

Porque Marceline mal conseguia lhe encarar nos olhos sem corar.

E se sentia idiota por isso, como uma menininha do fundamental dando o primeiro beijo. Mas aquele momento bobo na casa de Finn ficava rodeando sua cabeça, se repetindo, repetindo, um loop infinito.

Naquela noite, ficou um bom tempo acordada, passando a língua nos lábios, tentando recuperar um pouquinho do sabor do gloss labial dela. De todos os sentimentos estranhos que se emaranhavam no seu estômago, havia um que vinha mais forte, que a deixava enjoada, com raiva, incrédula.

Ela se sentia frustrada. Muito, muito frustrada.

Frustrada porque aquele beijo não chegara nem perto de ser suficiente. Sentia vontade de rebobinar a fita do tempo, sentar de novo na frente de Bonnie e a beijar de verdade. O suficiente para seu gosto ficar nos seus lábios por mais tempo, o bastante para que pudesse ouvir a menina suspirar no final, buscando por ar.

Por mais bêbada que estivesse, e por mais que outros momentos da noite fossem borrões em sua mente, aquele momento estava absurdamente vivo na memória. A carinha inocente de Bonnibel depois daquilo, os olhos presos nos boca de Marceline por uns segundos antes de encará-la nos olhos e sorrir.

Ela queria tanta coisa. Queria colocar o cabelo rosa dela atrás de sua orelha e dar um beijinho na testa dela. Queria puxá-la para seu colo, beijar sua boca com a mão enrolada no seu cabelo. Queria guardar aquele olharzinho de ingenuidade dela.

Queria arrastar ela para um canto e lhe dar um motivo para perder aquele ar de inocente.

E era aí que o coração de Marceline se enchia de ódio. Ela não conseguia mais reagir as coisas de um jeito normal. Tudo ia para o lado carnal, desesperado. Qualquer toque virava uma urgência, não tinha mais vontade de apenas aproveitar um beijo, um momento. Nunca era o bastante.

Depois de tempo demasiado usando sexo como mecanismo de defesa, seu corpo vivia no 8 ou 80. Era tudo ou nada. "Não estamos aqui para se divertir, diria aquela voz na sua cabeça. Estamos aqui para esquecer, Marceline. Só faça ela gritar, está bem? Você precisa esquecer.

Era em momentos assim que ela mais sentia nojo de si mesma.

Ela cambaleava pelos corredores em direção a área externa, pronta para matar algumas aulas. Não tinha cabeça para estudar. Enfim, chegou ao seu lugar de sempre, sentou-se na pedra de sempre, acendeu o cigarro de sempre. Hoje, era sabor cereja. Queria muito sentir um gosto parecido com a porra do gloss dela.

Se passaram vários, vários minutos. Talvez umas horas. O maço ficou na metade. Ela se sentia tonta, a pressão baixa. Não sabia se pelo número de cigarros em tão pouco tempo ou por não comer nada desde o almoço do dia anterior. Talvez as duas coisas. Mas também, que se foda.

Agridoce - Bubbline AUOnde histórias criam vida. Descubra agora