Capítulo 25 - Três Palavras Aterrorizantes

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Ok. Ai, Jesus.

Esse capítulo é mais curtinho. É mais uma introdução para o próximo e... bem, coisas que eu sou péssima em dizer sem ser escrevendo e escondendo atrás dos meus personagens. 

O destinatário sabe quem é, sem motivos pra marcações.

Boa leitura!

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Havia uma trava, alguma coisa que a impedia de pronunciar aquilo. Poderia olhar para Bonnibel por horas, observando-a falar de todas as coisas que adorava, por mais que metade das vezes ela nem sequer entendesse o que estava acontecendo.

Era só o jeito que ela gesticulava, a precisão das palavras saindo dela, a pose de quem sabe muito bem do que fala. E por trás disso, aquele brilho eternamente inocente nos olhos dela, aquele sorriso aquecedor, a energia quase infantil que emanava da empolgação dela.

Marceline queria dizer, queria mesmo. Mas aquelas três palavrinhas permaneciam presas no caminho, as vezes penduradas na ponta da língua, e engolir elas outra vez deixava um nó na garganta.

Gostava de achar que era a corajosa entre as duas, a que tinha peito para fazer as coisas. Não era. Não quando se tratava de se abrir desse jeito.

Havia um medo velado de dizer aquilo em voz alta, a sensação de que as coisa seriam reais demais se ela simplesmente deixasse aquelas palavras iram para céu aberto, onde qualquer um pudesse ver.

Onde Bonnie pudesse ver.

Era engraçado para Marceline imaginar que havia sido a outra a deixar aquilo escapar pelos lábios pela primeira vez, tão natural que ela só pode pensar sobre depois de feito. E por pior que as consequências pudessem ter sido, ainda manteve firmemente o que disse.

Mar Marceline sabia que ela não o diria outra vez, não depois da péssima reação que havia recebido naquele dia no Central Park. Pelo menos, não enquanto não tivesse certeza de uma resposta recíproca.

Marceline teria que dar o primeiro passo.


[...]


O salão de festas se movia, vivo com a energia emanando dos convidados importantes, todos alegres e comunicativos. Era mais um evento de Megan, mas agora em comemoração ao lançamento de um livro novo. Os filhos e os amigos falavam alto e riam entre si em uma das mesas, devorando doces como qualquer bom adolescente.

"Marcy? Pode vir aqui um instante, coração?" - disse a mulher, observando a filha se ajeitar no vestido vermelho escuro e andar até ela, com uma expressão de quem pergunta como pode ajudar. "Eu mandei colocarem um piano ali na área central, será que você poderia tocar alguma coisa?"

"Claro, mãe! Eu já vou lá."

Marceline chamou a atenção dos amigos para o piano e se dirigiu até lá. Sentou-se em frente ao instrumento e estava pronta para tirar algo animado dele da forma que só ela sabia fazer. Mas então o olhar dela caiu em Bonnibel.

O cabelo rosa estava em um coque, duas mechas soltas ao redor do rosto. Ela conversava em sussurros com o restante do grupo agora, já que todo o salão estava em silencio esperando que ela começasse a tocar.

O burburinho do salão foi sumindo aos poucos enquanto Marceline ia se perdendo aos poucos nela. O jeito que os olhos de se comprimiam quando sorria, a mania de empurrar os óculos pelo nariz, a postura reta e imponente que ela raramente perdia. O olhar dela bateu no de Marceline, e o sorriso dela fez com que o resto daquele salão sumisse para Marceline.

Agridoce - Bubbline AUOnde histórias criam vida. Descubra agora