Capítulo 29 - Perdoar Não é Esquecer

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Mas não é possível que toda vez que eu atualizar, eu vou ter que ficar limpando poeira dessa fanfic!!

Olá, queridos leitores de Agridoce. Já foram atrás da vacina??? Ouvi dizer por aí que sofrer acompanhando meu trabalho conta como comorbidade!

Bem, sem mais delongas, vamos ao capítulo de hoje.

Boa leitura!

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As malas já estavam na casa da tia. Bem, não todas, mas aquelas que ela conseguiu levar embora. Uma boa parte das coisas não foram liberadas. E o carro estava fora de questão.

Ela parou na porta da casa da namorada, a mão congelada na maçaneta. Ela não queria falar sobre todas as questões dessa situação. Não queria perguntar para namorada e ao cunhado como era ter a certeza do amor da própria mãe. Não queria perguntar a Megan como era possível que ela fosse uma multimilionária apaixonada pelos próprios filhos, enquanto seus pais não viam problemas em despachar ela e Neddy no momento em que eles não eram perfeitos o bastante.

Respirou fundo, entrou na casa e andou até a cozinha. Não falou nada, só permaneceu em silêncio na porta, observando a cena.

"Mãe, eu juro que vou bater nele" - Marceline tentava manter um tom de voz sério no meio de uma risada mal abafada, tentando alcançar a maçã que o irmão mantinha fora de seu alcance, a levantando acima da cabeça em meio aos risos.

Megan passou sorrateira atrás dele, e lhe deus umas cutucadas na cintura, fazendo o garoto se contorcer de cócegas. No meio segundo de vulnerabilidade, Marceline recuperou a fruta e correu para o outro lado da mesa, trocando um high five com a mãe.

"Eu não aguento mais a ditadura matriarcal dessa casa" - resmungou Marshall, para depois cair no riso com as duas.

Bonnibel engoliu em seco. Ainda em silêncio, saiu de mansinho, deu a volta pelo lado de fora e entrou no estúdio pela porta externa. Encostou as costas da parede e deslisou quase em câmera lenta até o chão.

As lágrimas escorriam por si só, mas sua expressão estava congelada em apatia. Nada daquilo parecia real. O mundo despencava ao seu redor, e ela permaneceu alí, esperando ser esmagada pelos escombros.

Só mais de duas horas depois é que Marceline a encontrou ali, quando foi buscar o baixo. Deitada quase em posição fetal, encarando a parede com a mesma expressão inerte.

Correu até ela, e não era preciso dizer nada. O jeito como Bonnibel olhou para ela era auto explicativo. Mesmo assim ela começou a balbuciar, a voz quase robótica:

"Eu... eu levei as coisas para a casa da minha tia. Eu precisava ver Neddy... e eu não tenho mais carro pra levar nada e você estava na gravadora, então... mas é que ela mora longe demais da escola e eu não tenho mais carro e... eu não queria ter que ficar aqui, e-eu não quero incomodar mas eu não sei se tenho outro lugar e-"

"Ah, minha princesa..." - Marceline se limitou a abraçar a garota quando ela quebrou e começou a chorar, o mais forte que podia. Não tentou consolar com palavras, não agora. Ainda não tinha palavras boas o bastante, acreditava ela.

Mas por um instante a mente de Bonnibel se focou em outra coisa. Lembrava em como odiava ser chamada assim antes. Como soava falso na boca dos caras do time de futebol, mas principalmente como soava repugnante na voz de Marceline no começo. E como passou a soar sensual depois, carnal no limite do possível.

E como agora era quase a coisa que ela mais amava ouvir da boca dela. Sua vida estava a um passo de se desfazer em pedaços. Mas naquele momento, ser a princesa de Marceline era o mais próximo que ela já havia se sentindo em toda a vida de estar em casa.

Agridoce - Bubbline AUOnde histórias criam vida. Descubra agora