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-Ok, ok! Eu nunca bebi água sanitária sem querer.
-Ei, isso não vale! Eu nunca deveria ter te contado isso.
Harry e Matteo estavam deitados na grama, Harry confortavelmente aconchegado no peito de seu namorado enquanto o mesmo fazia carinho em seu cabelo raspado na maquina 2. O parque praticamente abandonado onde os dois estavam ficava um tanto afastado do distrito E, onde Matteo morava. Eles sempre acabavam dando algumas escapadas durante o dia para virem até o único lugar onde podiam ficar em paz. O tempo naquela manhã estava estranhamente nublado, provavelmente uma chuva viria, mas os dois homens não davam a minima. Aproveitar a companhia um do outro era apenas o que importava para eles.
-Minha vez, eu nunca... chupei meu namorado no banheiro do meus pais. -Harry falou, enquanto brincava com um fio solto na camisa de Matteo.
-Vai se foder, seu pervertido! -Os dois acabaram caindo na gargalhada, desistindo do jogo e começando a trocar selinhos, pararam alguns segundos para se encarar e então voltaram a rir.
-Sinto falta do seu cabelo longo, era ótimo para puxar.
-Direi isso aos policiais da próxima vez, não se preocupe. Jantar lá no Liam comigo hoje? -Harry usa sua maior arma de chantagem contra o namorado: o biquinho.
-Você é tão dramático. Sobre o jantar, depende, o que tem pra comer?
-Bom, provavelmente bife, salada, batata frita e Harry milanesa. E você é 10 vezes mais dramático que eu.
-O mundo não é mundo sem um pouco de drama. Sua mãe estará em casa?
-Pam está trabalhando, Munique com a babá e Luke por ai sendo chato como sempre. Depois podemos ir para minha casa tranquilamente. Falando em Luke, ele anda estranho comigo, está me evitando e sempre quando eu chego ele sai.
-Deve ser apenas coisa da sua cabeça, não se preocupe. -Harry deu de ombros. Deveria ser apenas isso mesmo, Luke sempre foi do tipo que falava quando algo o incomodava. -Ah, antes que me esqueça, minha mãe quer que você vá jantar conosco no sabádo.
-É claro. Gosto do fato da sua família gostar de mim, prova o quão irresistível eu sou.
-Eles só gostam de você porque te acham um bom partido para minha irmã. -Harry faz uma cara de nojo ao imaginar como seria isso.
-Nah, a versão masculina é mais gostosa.
-A versão masculina vai se atrasar pro trabalho se continuar aqui. -Harry volta a fazer seu biquinho e abraça Matteo para o impedir de se levantar.
-Pelo menos o jantar está de pé?
-Com certeza. Até mais tarde, cabeça de ovo. Eu te amo.
-Adeus, bunda quadrada. Eu também te amo.
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O dia passou devagar para Harry. Ele não tinha mais nada de interessante para fazer do que ficar olhando para o teto. Então resolveu ir até a casa de Liam encher o seu saco mais cedo.
-Olá, meus ursinhos favorito! -Ele nem bateu na porta antes de entrar, já que tinha a chave. Selena estava largada no sofá dedilhando um violão. Liam e a garota eram melhores amigos desde a infancia, decidiram que iriam morar juntos no distrito C logo após Selena ter sido expulsa de casa por se recusar a casar com um idiota qualquer e Liam apenas queria ter uma liberdade limitada.
-Sua mãe não te deu educação, garoto? Deveria bater antes. -Esme surge da cozinha reclamando, balançando uma colher de pau no ar. Harry apenas ignora o mau humor da senhora vai até ela dando um beijo em sua bochecha.
-Não adianta, Esme. Ter dado a chave da minha casa para esse troglodita foi a pior decisão da minha vida. -Liam também surge da cozinha, batendo algo em uma grande vasilha de vidro.
-Vocês são dois chatos. Harry, querido, você já comeu? Olha como esse garoto esta magro, Esme! -Rita estava mexendo alguma coisa no fogão, Harry não sabia o que era, mas seguiu o cheiro para descobrir.
-É por isso que você é minha favorita, Rita. Esme só me maltrata e Liam me trocou pelo maconheiro tatuado. -Liam tinha começado a ficar vermelho como um pimentão e Esme bateu em Harry com a colher que estava segurando.
-Que historia é essa de maconheiro tatuado, senhor Liam? -Selena intromete entrando na cozinha e pegando uma maça.
-Por que não esquecemos de mim e falamos sobre o fato de Harry estar todo bobo apaixonado? -Liam desvia o assunto.
-Isso não é nenhuma novidade. Quando Harry estava preso, o morenhinho vinha todos os finais de semana em nossa casa afogar as magoas no bolo de chocolate. -Rita disse, fazendo a sala inteira cair na risada, menos Harry que apenas revirou seus olhos.
-Agora minha favorita é a Selena.
-Quando você parar de ser um idiota conversaremos sobre isso. -Selena rebateu e Harry dramatizou uma face ofendida.
O resto da tarde se seguiu assim até a hora do jantar. Matteo apareceu cerca de uma hora depois para se sentar na mesa também. O clima era completamente leve, como se o mundo lá fora já não existisse. Harry não se sentia tão feliz a muito tempo, estar cercado de pessoas que ele amava e a mão de Matteo sobre a sua por baixo da mesa com certeza contribuíram para toda essa felicidade.
Após o jantar, todos foram para a sala ouvir Selena tocar seu violão. Ela dedilhava e cantarolava uma musica chamada "Imagine", a voz da garota casava perfeitamente com a melodia. Harry estava sentado com as costas apoiadas no peito do namorado, entre suas pernas e enquanto as mão dele estavam em sua cintura.
-Acha que um dia as coisas serão diferentes? -Matteo pergunta divagando durante a musica.
-Diferentes como?
-Não sei. Talvez, no futuro, tudo fique diferente.
-E você ainda vai me amar se as coisas ficarem diferentes? Talvez eu mude também e ai você não queira mais me aguentar...
Harry nunca teve a chance de ouvir sua resposta, já que um estrondo foi ouvido na porta da frente e os dois nem sequer tiveram tempo de raciocinar antes de serem arrastados para o lado de fora. Uma confusão de gritos e choro se iniciou. Estava chovendo muito na rua e mesmo assim o policiais não se importaram em obrigar bruscamente os dois a ficarem de joelhos lado a lado.
No meio da confusão, Harry conseguiu identificar algumas coisas. Esme e Ritas o mais longe possível uma da outra para não chamar atenção, Liam tremendo com Selena agarrada em seu pescoço, todos estavam soluçando e... Luke. Luke e seu olhar de culpa, Luke e suas lagrimas se misturando com a água da chuva.
Harry havia lido uma vez em algum lugar que a vida era como uma roda gigante: alto e um minuto, baixo no outro. Ele nunca tinha visto tanta verdade nesta frase como vê agora que estava prestes a ser morto por culpa do homem que deveria te-lo como irmão.
-Qual o seu nome? -Um policial com voz robotica e assustadoramente musculoso pergunta a Harry.
-H-Harry Edward. -Ele mal conseguia falar, devido ao choro e ao fato de estar tremendo pela chuva fria.
-Ele vem conosco. O outro, matem. -O policial deu a ordem final.
-Espera, NÃO! POR FAVOR, DEIXEM ELE! -Harry gritava agonizante a plenos pulmões enquanto um dos policiais o arrasta para longe e deixa Matteo ali. Ele parecia conformado, como se já estivesse se preparando a muito tempo pelo que estava por vir. Harry tentou lutar, mas um dos policiais o derrubou no chão e pisou em cima de seu braço.
A dor física no momento era a ultima coisa que se passava pela sua cabeça. Ver a pessoa que ele amava partindo diante de seus olhos, sem que ele pudesse fazer nada o corroía como acido. Enquanto estava no chão, com a chuva escorrendo pelo seu rosto e se misturando com as lagrimas, ele pode ver Matteo recitando algumas palavras que ele logo identificou.
-O mundo não é mundo sem um pouco de drama, não é?
Aquelas foram as ultimas palavras de Matteo. As mesmas que ficam no coração de Harry por anos, o quebrando e torturando cada dia mais. As mesmas que ele esperava ouvir novamente, mas sabia que nunca mais ouviria.
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War Zone || Larry Stylinson
AcciónO mundo não o mesmo milênios. divido entre dois continentes que se odeiam e são totalmente diferentes. Sul: Um lugar rico onde você poderia morrer até por dizer uma palavra errada. Norte: A fome e miséria já se tornaram normais, mas as pessoas ain...