4- Louis

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Era estranho saber que Trisha tinha falecido. Ela e minha mãe eram amigas. Desde que eu me entendo por gente, a familia Malik esta próxima de nós, Trisha foi minha segunda mãe.

Ela estava lutando contra um tumor a cerca de sete anos, Zayn estava fazendo de tudo para trata-la da melhor forma possível, mas não é muito fácil conseguir algo bom por aqui. Eu sempre achei estranho que ele conseguisse remédios extremanente eficientes, nos achamos que ela ia sobreviver, mas pelo jeito estávamos enganados.

-Droga, Zee... -Eu disse e o abracei do jeito que eu consegui, com Ernie entre nós. O soltei e pude ouvir Fizzy murmurar um "Sinto muito" e o abraçar também, com lágrimas nos olhos.

-'Tá tudo bem, eu meio que já estou conformado... Sabiamos que isso ia acabar acontecendo. -Meu amigo soltou Fizzy e deu um beijo em sua testa, secando as lágrimas da garota.

-O velório vai ser hoje? -Eu pergunto.

-Ela queria ser cremada. Meu pai quer cuidar disso sozinho, ele disse que precisava de um tempo. Posso dormir aqui? -Só agora que eu percebo a mochila em suas costas.

-Óbvio que sim. Seu celular ficou aqui ontem. -Fui guiando Zayn até meu quarto com a Lottie enquanto tentava fazer Ernie soltar meu cabelo. Zayn ficou tenso de repente, ele sempre ficava assim quando eu tocava em assuntos envolvendo seu "trabalho" ou sua vida pessoal, agora eu sei o porquê. Preciso conversar com ele, mas darei seu tempo primeiro.

-Ah, claro. Onde ele está? -Ele disse, tentando parecer despreocupado e eu apontei para a mesinha que ficava entre as camas, Zayn pegou o celular e sequer checou, apenas enfiou no bolso da mochila e colocou a bolsa na cama da Lottie. -Vou tomar um banho. Se vocês não estiverem jantado ainda, pode deixar por minha conta.

Apenas concordei. Eu odiava quando ele fazia isso de desviar o assunto e fingir que nunca aconteceu. Desde sempre meu amigo foi assim, pouco aberto com seus sentimentos ou qualquer outra coisa, nunca fiz muita questão de saber o que ele fazia, contanto que ele estivesse seguro, mas agora é diferente. Ele está se metendo com o Sul, só por cruzar a fronteira sem permisão ele pode pegar de 5 a 10 anos de prisão aqui, e eu estou no absolutamente no escuro sobre o que eles fariam com ele do outro lado se o pegassem.

-Papai, sono. -Ernest disse, com a cabeça deitada no meu ombro e os olhinhos quase fechando.

-Vamos dormir então, amor.

Após o jantar e todos irem dormir, eu sai um pouco para fumar, estava evitando conversar com Zayn. Droga, precisava resolver isso o mais rápido possivel. Tenho medo de saber o que ele vai me dizer, mas preciso esclarecer tudo.

Jogo fora o resto do cigarro e entro para dentro de casa, indo direto para o quarto. Zayn estava deitado na cama mexendo em seu computador, aparentemente concentrado, ligo o abajur da mesinha e me sento em sua frente de pernas cruzadas, ele me olha e fecha o computador dando-me um sorrisinho de lado.

-Marcel escreveu um novo livro, pega na minha mochila depois. É sobre dois caras que estão passando o verão juntos e-

-Desde quando anda cruzando a fronteira? -O interrompo de abrupto, não posso me distrair. Se isso vai colocar a vida de quem eu amo em risco, não posso deixar que continue.

Ele me encara profundamente com seus olhos ambar, como se estive tentando ler meus pensamentos, apenas permaneci sereno e esperei pacientemente a minha resposta.

-Eu vou te responder o que quiser. Mas antes, preciso que leia isso... minha mãe me entregou ontem. -Ele tirou uma carta de dentro do bolso de seu moletom, parecia velha e um pouco gasta com um tom amarelado. Não fiz perguntas, apenas peguei a carta e a abri com cuidado.

War Zone || Larry StylinsonOnde histórias criam vida. Descubra agora