Ninguém disse que seria fácil dizer adeus!

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Eu estava ali, segurando a mão dele enquanto ele sorria e fechava os olhos. Eu pude ouvir as ultimas batidas de seus coração, que já estava fraco, e elas foram pra mim, ele as guardou para mim!

Pietro era bom de mais! Depois de tudo o que eu fiz com ele ainda assim, até no final, quando eu o machuquei de uma maneira inexplicável, ele me perdoou e me amou. Na verdade ele sempre me amou e eu ... eu só o machuquei.

Os enfermeiros juntamente com o Dr. Junior me tiraram de perto dele, enquanto tentavam de todas as maneiras fazer seu coração voltar a bater, e eu estava ali, parada no canto do quarto. Pude ver de reflexo o rosto de Marta que segurava a mão de Amanda e minha mãe com a mão no ombro de ambas enquanto Marta caía de joelhos chorando e eu estava onde ela deveria estar. Eu nunca fui digna do amor de Pietro e de sua família e mesmo assim eles me amaram e acolheram.

Senti que alguém me puxou para fora do quarto, mas não sei bem quem foi. Não tinha lágrimas em meu rosto. Eu não merecia chorar, pois fui o peso que Pietro carregou até a morte, mas ele me amou até o fim..

Marta levantou e me abraçou chorando e não disse nada. Mesmo assim eu não chorei. Minha mãe olhou em meus olhos enquanto eu estava abraçada com Marta, e não sei o que ela viu neles, mas sua feição mudou.

Eu estava sentada quando meu pai e meu irmão chegaram ao hospital. Eu via todos conversando, mas era como se meus ouvidos estivessem com um tampão, pois simplesmente eu não ouvia nada. Vi minha mãe se despedindo de Marta e pegando Amanda pelo braço, e em seguida meu irmão me levantou. Não retruquei e apenas fui com eles.

No caminho, paramos na casa do Pietro e Amanda entrou com mamãe, enquanto Biel, ficou o tempo todo segurando minha mão como se eu fosse fugir a qualquer momento. Tempo depois elas voltaram e Amanda estava com uma mala.

Fomos pra casa, no caso a minha casa e não o hotel. Entramos pela frente e mamãe levou Amanda até o quarto de hóspedes, enquanto Biel me levou para o meu quarto.

Assim que entrei no quarto, fiquei parada na beira da cama onde Biel me deixou. Ele falou alguma coisa e pegou meu celular, mas eu não entendi nada. Senti alguém me virando e era minha mãe. Ela me levou até o banheiro, encheu a banheira e saiu. Eu entrei na banheira e fiquei ali parada com água até o pescoço, então ouvi os passos se aproximando e minha mãe entrou novamente no banheiro. Ela veio até mim e sentou próxima a minha cabeça e começou a acaricia-la. Nesse momento eu senti uma lágrima rolando no meu olho direito e em seguida senti o tampo saindo dos meus ouvidos.

- Minha filha, você não precisa ser tão forte! Pode chorar, você tem que por essa dor pra fora. Eu estou preocupada com você Selena, esta assim a horas minha filha, desde que saímos do hospital e você ... _ mamãe parou de falar quando eu comecei a soluçar. O choro veio de uma só vez e foi desesperador. Eu queria gritar, queria rasgar meu peito pra que toda essa dor passasse de uma vez por todas, mas não conseguia. Eu queria ... eu queria ele aqui, mas isso nunca mais poderá ser possível!

Mamãe me ajudou a tomar banho e a me trocar e em seguida Maria entrou com um xícara de chá na mão.

- Você precisa de um chá meu amor.

Eu apenas peguei e bebi de vez, pois, já desconfiava o que tinha dentro e eu queria tomar. Fui até minha varanda, deitei no sofá e ali adormeci chorando.

Acordei pela manhã com Maria me procurando.

- Graças a Deus você está aí menina!

- Onde mais eu poderia estar Maria?

- Selena, sua mãe foi levar Amanda até ... _ eu vi no rosto dela a palavra que ela não queria me dizer.

- No velório do Pietro? _

Segunda ChanceOnde histórias criam vida. Descubra agora