"Como vai você?
Eu preciso saber da sua vida
Peço a alguém pra me contar sobre o seu dia
Anoiteceu e eu preciso só saber
Como vai você?
Que já modificou a minha vida
Razão de minha paz já esquecida..."Meredith Pov.
Era noite, estava chovendo, fazia três dias que eu não tinha notícias do Andrew. Estava a ponto de enlouquecer de saudade. Eu precisa saber se ele estava bem, se precisava de ajuda e mais ainda, saber se ele sentia minha falta.
Escrevi mil mensagens que não chegaram a ser enviadas. Imaginei mil desculpas para fazer uma ligação, que não foi realizada. Tentei me distrair, escrevendo um artigo, mas minha concentração estava em outro lugar, ou melhor, em outra pessoa.
Resolvi tomar um banho, a fim de me relaxar e tentar dormir melhor, mas a água quente que caía em meu corpo, só me trazia lembranças do toque firme de um certo italiano. Saí do banho, coloquei meu roupão e deitei na cama. Olhei pro lado, a cama vazia me deixou mais angustiada.
Em um minuto de coragem, troquei de roupa e saí de casa. Quando dei por mim, eu estava parada em frente ao prédio do Andrew. Agora não tinha mais volta. Desci do carro, ainda estava chovendo, corri até sua varanda e toquei a campanhia. Esperei alguns minutos e ninguém atendeu, toquei de novo, agora com um pouco mais de urgência, após alguns minutos escuto a porta sendo destrancada e se abrindo lentamente.
Andrew se revelou atrás da porta, somente com uma calça de moletom cinza, coçando os olhos, aparentava estar dormindo.
- Meredith? O que faz aqui? Aconteceu alguma coisa?
Andrew pov.
Após a suspensão que Bailey me deu, resolvi vir pra casa me acalmar. Pensar em tudo que aconteceu nos últimos dias, tentar entender o que está acontecendo em minha vida. Como as coisas foram tomando um rumo totalmente ao contrário do que eu imaginava pra mim? Eu não sei.
Me isolar de todos, até conseguir me entender, foi o que eu achei mais coerente a ser feito. Mesmo que a saudade da Mer esteja me sufocando não posso mais causar sofrimento a ela. Ela merece ser feliz, não precisa de mais problemas.
Anoiteceu, está chovendo, a cama está vazia, não tem nada colaborando comigo essa noite. Penso em ligar pra ela, mas me controlo. Ela não merece alguém emocionalmente instável como eu estou agora. Pensando nela, eu adormeço.
Estou na minha cama em um sono profundo. Ouço a campanhia tocar, mas não tenho forças para levantar. Pego o celular e vejo que é quase uma hora da manhã. Quem vai nas casa das pessoas de madruga? Eu me pergunto indignado. Ouço a campanhia tocar mais uma vez. Eu me levando e vou caminhando até a sala parecendo um zumbi.
Com dificuldade eu abro a porta e mal posso acreditar no que vejo. Meredith Grey toda molhada parada na minha varanda.
- Meredith, o que faz aqui? Aconteceu alguma coisa?
- Vai me deixar entrar ou vou ficar passando frio aqui fora?
Eu fiquei tão surpreso em vê-la, que pareci rude, mas na verdade ela me deixa sem saber o que fazer às vezes.
- Claro, entre! Vou pegar uma toalha para se secar.
Corro pro quarto e pego algumas coisas pra ela se aquecer. Mas quando eu volto pra sala, eu quase perco o fôlego. Ela está tirando a parte de cima do moletom molhado, ficando apenas de sutiã e calça. Eu paro imediatamente o que estou fazendo só para assistir a cena. Ela percebe o meu olhar e fica corada. Até parece que não eu não sei que ela está me provocando. Tento me concentrar e entrego-lhe uma toalha e um moletom seco, da época da faculdade.
- Eu vou fazer um café enquanto você se troca e me conta o que aconteceu.
Enquanto eu caminho em direcao à cozinha, ela segura uma de minhas mãos, me fazendo parar.
- Andrew, nós precisamos conversar.
Ela diz com uma voz rouca que parecia mais uma súplica.
Vendo Meredith na minha sala, com os cabelos levemente bagunçados e úmidos, de sutiã, deixa ela mais sexy ainda, se é que isso é possível.Mas como eu estava praticando o auto controle, respirei fundo e respondi
- Claro, Mer. Vamos conversar...
Fiquei orgulhoso de mim mesmo por ter me controlado.
Ela pegou a toalha e começou a secar os cabelos enquanto falava
- O que você acha disso que não temos?
Uau, ela foi bem direta.
- Como assim?
Me faço de desentendido.
Então, ela vem se aproximando de mim , bem devagar, me fitando com o olhar.
Sinto minhas partes baixas darem sinal de vida.
Ela para bem próxima a mim e fala sussurrando- Eu senti sua falta, Andrew.
Um arrepio percorreu toda minha coluna. Engoli em seco. Encarei seus olhos, pude ver sua pupila dilatada, transbordando desejo. Eu tinha certeza que a minha não estava diferente.
Eu não tenho mais escapatória. Ela me pegou de jeito.- Eu também senti sua falta e muito.
- Mas???
Eu suspiro e desvio o olhar.
- Mas muitas coisas mudaram na minha vida, não sei se estou pronto para te contar.
- Você sabe que pode conversar comigo, sobre qualquer coisa, né?
- Sim, eu sei. Mas na verdade eu não sei se você está pronta pra isso.
Vejo ela ficar séria. Por um um longo minuto ficamos em silêncio. Resolvo me aproximar e pego seu rosto frágil em minhas mãos.
- Nessa fase da minha vida, eu descobri um desejo que estava oculto em mim.
Ela me olha com cara interrogativa, mas não diz nada e eu prossigo.
- Porém, sempre que eu me fantasio nessa nova "fase" é com você. Experimentando tudo com você.
- Tem como você ser mais claro? Tô confusa.
Eu tomo coragem e a puxo pelas mãos até o meu quarto. Eu abro a porta devagar e posso ver a expressão de surpresa em seu rosto. Ela morde o lábio inferior e ri.
- Andrew DeLuca. É isso mesmo que estou pensando?
Continua...