Prólogo

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Oi, meu nome é Manuela tenho 23 anos, 1,54 de altura, com meus os atuais esforços para manter os 54kg, cabelos castanhos, olhos castanhos e não, não são castanhos maravilhosamente brilhantes e meio clareados, é aquele castanho comum, sem graça, com um tom de pele tedioso e igualmente comum, nem muito branca, nem muito morena, meio amarela, eu acho, e por fim e mais importante sou escorpiana com toda a intensidade que me é permitida por direitos astrológicos. Já deu para perceber né, eu não sou especial. Tirando a minha estatura, um pouco menor que a das demais mulheres, e meu temperamento peculiar sendo fiel ao meu signo, não há nada de extraordinário que me destaque da multidão.

Sou aquela típica pessoa dentro de uma sala de aula, da qual vocês não vão se lembrar. Primeiro porque eu não sou absurdamente inteligente, o que me exclui do grupo social escolar dos “nerds”, que são sempre lembrados por que eles dominam o mundo depois da escola. Também não sou incrivelmente burra, o que me exclui de outro grupo, que é o dos desprovidos de inteligência, os quais são lembrados pelos comentários sem sentindo e as notas sempre abaixo de 2 nas provas que valem 10, o que é tragicamente cômico.

Além disso, não sou exorbitantemente bonita, não tenho curvas avassaladoras, nem lábios carnudos, nariz delicado, nada disso, um corpo completamente normal. Está bem, tenho seios fartos, pelo menos, mas nada exorbitante. Com isso mais uma vez excluída de outro grupo, dos populares, não só pelo quesito parecer com a Kylie Jenner, mas também não sou rica, nem superengraçada, nem a mais estilosa ou das ideias mirabolantes. Em todos esses grupos e tópicos, eu sou mediana! E essa sou eu, como eu já disse cansada, exaustiva e tediosamente, normal, comum, nada diferente de você que está lendo esse livro, por exemplo.
E essa é a historia da minha vida.
Até agora...

                    * 25/03/2010 *

Terceira semana e meia da nova escola, nova casa, nova cidade, isto é, da minha nova vida. Eu tinha 13 anos quando meus pais resolveram que seria uma excelente ideia mudar a vida da filha pré-adolescente deles, para que eles morassem perto do trabalho. Sei que meu tom foi sarcástico, mas não posso tirar a razão deles, foi realmente bom, para eles, e futuramente bom pra mim também, não posso negar. É, nem tão futuramente assim, porque foi nesse dia que as coisas começaram a ficar boas, pra mim.

Depois de 2 tombos épicos na frente da escola nova inteira, não contente, eu tive que pagar outro mico, mais uma vez, na aula de educação física o que já evidencia que minhas habilidades para o mundo dos exercícios e pratica de esportes em grupo, são no mínimo duvidosas e com toda certeza desastrosas. E lá estava eu no estádio da cidade, diante de toda a escola para uma competição de corrida de 100 metros. Não preciso nem dizer que ocupei o magnifico posto de último lugar, com vantagens incríveis, porque eu estava realmente muito longe das outras corredoras, uma vergonha total.

Contudo para minha surpresa o meu descrédito nessa corrida chamou a atenção de um menino em particular, Gabriel, estatura mais alto que eu, mas nem tão alto, cabelos escuros e encaracolados meio cumpridos e bem bagunçados embaixo do boné, olhos lindamente claros, corpo extremamente magro, estilo desleixado, bermuda larga, camisa enorme, tênis de skatista, afinal ele era um, skate em mãos o tempo todo. É ele chama a atenção, mas não o suficiente pra me impressionar. Agora pra me irritar, isso ele conseguiu com maestria.

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